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DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

Nomeados aos Screen Actors Guild (SAG) Awards e comentário



Depois do anúncio, no dia de ontem, dos nomeados para a edição deste ano dos Critics' Choice Movie Awards, a ter lugar a 10 de Janeiro, eis que hoje chegam os nomeados aos Screen Actors Guild Awards, os prémios do sindicato dos actores norte-americanos, mais um dos grandes precursores na corrida aos Óscares.

Sem sobressaltos significativos, as grandes surpresas das nomeações resumem-se sem dúvida à presença de Nicole Kidman entre as nomeadas para Melhor Actriz Secundária ("The Paperboy"), de Javier Bardem ("Skyfall") como Melhor Actor Secundário e de Bradley Cooper ("Silver Linings Playbook") como Melhor Actor. A exclusão de Emmanuelle Riva ("Amour") entre as nomeadas para Melhor Actriz também poderá indicar que o seu lugar nas candidatas ao troféu da Academia está em risco (o que duvido), sendo que os SAG preteriram Riva para dar novo fôlego às candidaturas de Naomi Watts ("The Impossible") e Helen Mirren ("Hitchcock"), que curiosamente ficou sem o seu parceiro nomeado, Anthony Hopkins, que já havia falhado a nomeação aos Critics' Choice. Más notícias? Duas oclusões surpreendentes foram as de Amy Adams e Joaquín Phoenix ("The Master"), há muito tempo tidos como garantidos nos nomeados aos Óscares, que têm vindo a perder fulgor nos últimos tempos para outros competidores fortes. 

Já nas categorias de televisão a situação foi muito irregular. Como de costume com os SAG, aliás. Nas categorias de representação, Alec Baldwin deve ganhar facilmente o seu oitavo (!) troféu seguido, sem concorrência de peso (alguém acredita que actores vão dar a um comediante, Louis CK, um prémio? Ha!) e Amy Poehler, que já devia ter uma estante cheia de Emmys, Globos de Ouro e SAG, bem que podia ganhar desta vez, já que não tem nem Laura Linney, nem Melissa McCarthy, nem Julia Louis-Dreyfus a concorrer contra ela. E já agora: Nem a Julia Louis-Dreyfus nomeiam? Que raio. Julie Bowen ("Modern Family"), vencedora de Melhor Actriz em Comédia no ano transacto, acaba arrumada este ano, mas a perenial Betty White ("Hot in Cleveland") lá continua, bem como Sofia Vergara ("Modern Family"), que nos últimos dois anos se limita a ser eye candy e a levar com deadpan jokes, basicamente não faz nada na série senão falar de forma estranha e afectada. Mas não pensem por um minuto que a relação íntima da comédia de sucesso da ABC abalou desta vez: tornou a receber nomeações para Elenco e para Eric Stonestreet e Ty Burrell. E prémios para os outros, para variar não? 

Queixo-me acima porque de facto à parte de "Modern Family", parece que actores não vêem muita televisão. Isto porque ir buscar "Glee" e "The Office" para elenco é do mais rebuscado possível. E se bem que eu aprecio a nomeação - merecida! - de "Nurse Jackie", ser a primeira nomeação à quarta temporada da série é digno da twilight zone não? 

Nos Dramas já esperava a queda sem cerimónias de "The Good Wife" (ainda bem que Margulies manteve a nomeação) e pouco há a reclamar quando a lista é composta por três dos melhores programas da televisão actual - "Breaking Bad", "Homeland", "Mad Men" - um êxito da HBO muitíssimo bem feito e com mão de Scorsese ("Boardwalk Empire") e o último nomeado é um êxito internacional sem paralelos (independentemente da fraca segunda temporada), "Downton Abbey".

A troca de Jeff Daniels ("The Newsroom") por Michael C. Hall ("Dexter") faz sentido, bem como a inevitável Jessica Lange e a irrepreensível Maggie Smith marcarem presença para Melhor Actriz em Drama, com Michelle Dockery ("Downton Abbey") a estrear-se nestas andanças, depois da nomeação aos Emmys. Pena que não houve lugar para a minha Christina Hendricks ("Mad Men"). Mas para a Sofia Vergara já houve! Espertos.

Bem, cá fica abaixo a lista completa de nomeados. A cerimónia de entrega dos Actors (nome do prémio atribuído pelo Screen Actors Guild) terá lugar a 27 de Janeiro.

CINEMA

MELHOR ELENCO
"Argo"
"The Best Exotic Marigold Hotel"
"Les Misérables"
"Lincoln"
"Silver Linings Playbook"

MELHOR ACTOR
Bradley Cooper, "Silver Linings Playbook"
Daniel Day-Lewis, "Lincoln"
John Hawkes, "The Sessions"
Hugh Jackman, "Les Misérables"
Denzel Washington, "Flight" 

MELHOR ACTRIZ
Jessica Chastain, "Zero Dark Thirty"
Marion Cotillard, "Rust and Bone"
Jennifer Lawrence, "Silver Linings Playbook"
Helen Mirren, "Hitchcock"
Naomi Watts, "The Impossible"

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Alan Arkin, "Argo"
Javier Bardem, "Skyfall"
Philip Seymour Hoffman, "The Master"
Robert deNiro, "Silver Linings Playbook"
Tommy Lee Jones, "Lincoln"

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Sally Field, "Lincoln"
Anne Hathaway, "Les Misérables"
Helen Hunt, "The Sessions"
Nicole Kidman, "The Paperboy"
Maggie Smith, "The Best Exotic Marigold Hotel"


TELEVISÃO


MELHOR ELENCO - DRAMA
"Boardwalk Empire"
"Breaking Bad"
"Downton Abbey"
"Homeland"
"Mad Men"

MELHOR ELENCO - COMÉDIA
"30 Rock"
"The Big Bang Theory"
"Glee"
"Nurse Jackie"
"The Office"

MELHOR ACTOR - DRAMA
Steve Buscemi, "Boardwalk Empire"
Bryan Cranston, "Breaking Bad"
Jeff Daniels, "The Newsroom"
Jon Hamm, "Mad Men"
Damian Lewis, "Homeland"

MELHOR ACTRIZ - DRAMA
Claire Danes, "Homeland"
Michelle Dockery, "Downton Abbey"
Jessica Lange, "American Horror Story"
Julianna Margulies, "The Good Wife"
Maggie Smith, "Downton Abbey"

MELHOR ACTOR - COMÉDIA
Alec Baldwin, "30 Rock"
Ty Burrell, "Modern Family"
Louis CK, "Louie"
Jim Parsons, "The Big Bang Theory"
Eric Stonestreet, "Modern Family"

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA
Edie Falco, "Nurse Jackie"
Tina Fey, "30 Rock"
Amy Poehler, "Parks and Recreation"
Sofia Vergara, "Modern Family"
Betty White, "Hot in Cleveland"

MELHOR ACTOR - MINISSÉRIE
Kevin Costner, "Hatfields & McCoys"
Woody Harrelson, "Game Change"
Ed Harris, "Game Change"
Clive Owen, "Hemingway & Gellhorn"
Bill Paxton, "Hatfields & McCoys"

MELHOR ACTRIZ - MINISSÉRIE
Nicole Kidman, "Hemingway & Gellhorn"
Julianne Moore, "Game Change"
Charlotte Rampling, "Restless"
Sigourney Weaver, "Political Animals"
Alfre Woodward, "Steel Magnolias"

DAFA TV 2011: Melhor Série - Drama


Finalizo os meus prémios com as nomeações - e vencedores - para MELHOR SÉRIE - DRAMA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011. 

Os meus nomeados são:

MELHOR SÉRIE - DRAMA:



"Breaking Bad"   #1
"Friday Night Lights"
"Justified"
"Mad Men"   #3
"The Good Wife"  #2
"Treme"

"Breaking Bad" melhora mais a cada temporada que passa. A sua quarta temporada foi tão ou mais genial que a sua antecessora, já de si brilhante, com um estilo, um ambiente e diálogo inconfundível, inequívoco e um confronto final épico. Uma série excepcional, explosiva, tempestuosa, onde a expressão "sem respeito às regras" se aplica completamente. Vince Gilligan tem monstruosas expectativas para domar quando este Verão a série regressar para concluir a história de Walter White, contudo penso que o criador não terá qualquer dificuldade em terminar a série em grande, com um final surpreendente e excitante, como já nos habituou. "Friday Night Lights" foi embora do pequeno ecrã de vez e um misto de tristeza e satisfação pela conclusão de uma das séries mais recompensadoras de seguir de sempre invade os nossos corações. "Always" foi o culminar perfeito de cinco anos em que habitamos Dillon, que nos mostrou Dillon cresceu em nós e nós crescemos com Dillon. "Clear eyes, full hearts, can't lose". "Justified" já era óptimo na sua primeira temporada, mas eleva o nível na segunda e, agora, na terceira temporada. Falemos da segunda que foi a que esteve para consideração nestes prémios, aquela que contou com a soberba Margo Martindale a dar luta, com Boyd e Dickie ao exausto Raylan Givens. Além da escrita fantástica e do fabuloso elenco de que dispõe - a maioria deles encaixa nos seus papéis como se fossem eles naturalmente - a série consegue impressionar porque se mantém única e igual a si mesma, proporcionando entretenimento de qualidade ao mesmo tempo que nos oferece, semana após semana, obras-primas de ficção em vez de meros episódios. "The Good Wife" exibe um nível de qualidade só visto em canais de cabo de excelência. A sobriedade e elegância com que desenvolve as suas histórias, o nível de complexidade narrativa e o talentoso elenco de que dispõe fazem de "The Good Wife" a série que mais admiração merece dos últimos tempos. Ainda para mais se contarmos que tem 10% da liberdade que o cabo dá a séries como "Breaking Bad", "Shameless" ou "Mad Men". Já que falamos dela... Disse de "Mad Men" em 2010: "bem sei que não se deve falar em perfeição porque normalmente esse é um objectivo inatingível, mas a terceira temporada de "Mad Men" foi, sem dúvida, perfeita". A quarta temporada mantém o nível da terceira. Uma série que mudou os nossos tempos ao explorar a vida nos anos 60, uma série inigualável no panorama televisivo e uma série de um calibre e magnitude tais que qualquer novo drama que estreie com raízes em épocas passadas é inevitavelmente comparado com esta besta de série que estreou recentemente a quinta temporada e mostra ter vida e pernas para durar muitos mais anos. Voltando ao que disse em 2010: "Esta vai ser uma série que vai ganhar o Emmy de Melhor Drama até ao dia em que decidir terminar". Mantenho a minha opinião. Falta falar de "Treme". Após revolucionar o mundo dos policiais televisivos com "The Wire", David Simon fez o mesmo com "Treme", ao dar voz e vida às pessoas de Nova Orleães no pós-Katrina e deixá-las contar a sua história. Quem vê "Treme" e via "The Wire" notará logo algumas semelhanças, principalmente a nível da ambição e da visão, das temáticas envolvidas (tal como em "The Wire", "Treme" também mistura sociologia, política, antropologia e religião, entre outros temas, num só episódio), do arrojado toque visual, do ambiente rico e variado em que somos inseridos e da enorme qualidade das histórias. "Treme" conta a verdade, nua e crua, através de um colorido leque de personagens que nos dão conforto (e música alegre, evocativa da região e um incrível complemento ao ambiente da série) quando a série tomba para o seu lado mais depressivo.


FINALISTAS: "Game of Thrones", "Southland", "Parenthood" e "Sons of Anarchy" ficaram perto destes seis finalistas mas, no fim de contas, não consegui ver lugar para nenhum destes quatro acima dos meus nomeados.

DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor - Drama


Vamos terminar hoje estes prémios, com as três categorias de Drama que faltam. Cá vão mais duas: MELHOR ACTOR e MELHOR ACTRIZ - DRAMA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.


MELHOR ACTRIZ - DRAMA



Connie Britton / FRIDAY NIGHT LIGHTS
Toni Collette / UNITED STATES OF TARA #3
Julianna Margulies / THE GOOD WIFE  #1
Elisabeth Moss / MAD MEN   #2
Katey Sagal / SONS OF ANARCHY
Anna Torv / FRINGE


Muito fácil explicar estas seis escolhas. Sempre admiti que não gosto de Anna Torv e mantenho a minha opinião. Só que é impossível fugir a nomeá-la pela última temporada de "Fringe", onde a actriz finalmente mostrou talento e versatilidade, interpretando três (quatro) papéis diferentes, todos com imensa qualidade e variedade. Katey Sagal nunca iria espantar tanto quando a sua história da violação da segunda temporada, mas o que ela fez na terceira e na quarta temporadas de "Sons of Anarchy" é mais que suficiente para voltar a ser nomeada nos meus prémios. Não podia deixar passar a oportunidade de nomear pela última vez Connie Britton, excelente em "Friday Night Lights". Kyle Chandler, que interpretava o seu marido na série, era de facto a interpretação mais vistosa, com maiores momentos de explosão, mas o que fica por dizer na expressão de Britton quando reage às diferentes situações com que se depara é de uma magistralidade ímpar. Uma enorme actriz. Toni Collette é nomeada este ano na categoria que merece, dada a mudança de tom da sua série, muito mais dramática e pouquíssimo cómica. Collette é uma enorme actriz, que alterna eximiamente a sua expressão frívola e impenetrável enquanto Bryce e a docilidade e infantilidade de Chicken, com todas as outras personalidades a aparecer ao mesmo tempo e a actriz sempre no controlo, mantendo uma distinta barreira entre cada uma delas e desenhando individualmente cada personagem muito bem. Uma obra-prima, este interpretação, que por vezes é muito subtil, outras muito exagerada, mas que funciona. Falemos agora de Julianna Margulies. Uma mestra da arte da representação, gigante na forma como comanda o ecrã mesmo quando a cena não lhe pertence, sábia na hora de escolher quando retrair as suas emoções e quando as soltar. Igualmente brilhante é Elisabeth Moss, uma digna vencida. Só pelo "The Suitcase" merecia mil prémios. Se tomarmos "Mad Men" como um jogo de xadrez, então Moss é o bispo para o rei que é Jon Hamm. Uma interpretação não subsiste sem a outra e é por isso que desde a primeira temporada vivemos para ver mais momentos entre Don e Peggy.


MELHOR ACTOR - DRAMA


Bryan Cranston / BREAKING BAD  #1
Kyle Chandler / FRIDAY NIGHT LIGHTS
Jon Hamm / MAD MEN  #2
Peter Krause / PARENTHOOD
Timothy Olyphant / JUSTIFIED   #3
Wendell Pierce / TREME


Que dizer destes seis senhores? Todos brilhantes, soberbos, sublimes. Chandler impressionou com a sua naturalidade e carisma em "Friday Night Lights" e aquele último discurso em "Always" é algo que nunca vou esquecer; Hamm e o seu Don Draper apareceram finalmente devastados e fragilizados em "Mad Men" a sucumbir perante a pressão do casamento, do trabalho e dos segredos que oculta; Krause é o estóico e silencioso herói de "Parenthood", com o seu Adam a ser pilar de toda a gente mas a precisar de alguém que sirva de pilar a ele próprio, prestes a desmoronar; não há já palavras para falar de Cranston em "Breaking Bad", de uma profundidade, virtuosidade e complexidade incríveis de um actor que encontrou em Walter White a performance de uma vida; Olyphant e o seu Raylan são de uma classe e magnetismo que não são deste planeta, o que só nos faz dar mais valor a esta interpretação, que não é parca em momentos de puro génio e inspiração; Pierce é poderoso e dá outra vida e agitação a "Treme" quando surge em cena. Para que se note o quão forte esta lista é, de fora ficaram Steve Buscemi ("Boardwalk Empire"), Michael C. Hall ("Dexter"), Holt McCallany ("Lights Out"), Charlie Hunnam ("Sons of Anarchy"), Andrew Lincoln ("The Walking Dead") e Sean Bean ("Game of Thrones").

DAFA TV 2011: Melhor Série - Comédia

Terminamos hoje as categorias de Comédia hoje com MELHOR SÉRIE - COMÉDIA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.

Os meus nomeados são:

MELHOR SÉRIE - COMÉDIA




ARCHER  #2
COUGAR TOWN
LOUIE
PARKS & RECREATION   #1
SHAMELESS  #3
THE BIG BANG THEORY


FINALISTAS: "Modern Family" perdeu consistência; por outro lado, procurou que soubéssemos mais sobre as suas personagens, portanto é natural que a série não atinja nunca mais o brilhantismo da primeira temporada (mas quando funciona, a série resulta em grande). "Raising Hope" esteve perto da nomeação mas na falta de momentos memoráveis pecou, uma vez que esta é uma série para se seguir atentamente, pois vai premiando espectadores atentos com pequenos pormenores e chamadas de atenção para episódios anteriores. E é uma série mais sentimental que cómica. "The Big C" não é bem uma comédia e só por isso não está nomeada (isto porque também não é um drama e é definitivamente mais cómico que trágico). O que faz, contudo, faz bem. "Community" alternou entre o muito bom, o bom, o razoável e, mais vezes do que devia, desceu à normalidade o que, para uma comédia que pauta pela diferença, não auspicia a coisa boa. Felizmente, melhorou muito já este ano de 2011-2012.

NOMEADOS: Não houve série tão consistente e substancialmente hilariante como "Parks & Recreation" o ano passado por isso o vencedor desta categoria decidiu-se facilmente. "Shameless" é completamente louco e alucinante, mas também muito viciante e imperdível. Tão disfuncional e aventureira (algumas vezes roça o ridículo) quanto a família que a série acompanha. "Archer" vem da mente genial de Adam Reed, que faz comédia de chorar a rir com as situações mais sérias e impensáveis possíveis. Funciona em pleno porque os actores que emprestam as vozes às personagens, além de encaixarem que nem uma luva, são brilhantes, todos eles. "The Big Bang Theory" manteve-se engraçado mas subiu o jogo, utilizando o versátil elenco ao dispor - adicionando Mayim Blahik - para elevar o nível da comédia, que continuou tão inteligente quanto antes mas adquiriu uma acutilância ímpar esta temporada (praticamente todas as piadas resultavam). "Cougar Town" é inexplicável para quem não vê - tem um coração gigante, é de uma alegria e felicidade contagiantes e tem genuína piada para quem acompanha, porque usa e abusa de piadas internas, de exploração das personagens e funciona porque todos os momentos encaixam uns nos outros com precisão. Só quem vê semanalmente percebe o quão especial a série é. "Louie" é inspirada, refrescante, entusiasmante e, quando encontrou o seu ritmo a meio da primeira temporada, começou a produzir do melhor humor visto em televisão, fugindo de uma vez por todas ao rótulo de "nova Seinfeld".

EXTRA: Se hipoteticamente incluísse as novas séries como possíveis candidatos a nomeação (que não o faço), mudaria alguma coisa? Provavelmente "Cougar Town" sairia para dar lugar a "Enlightened", que talvez venceria também Melhor Actriz (Laura Dern) - e provavelmente vencerá, daqui a um ano.


Quais as vossas nomeadas para melhor comédia?


DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor - Comédia

Mais duas categorias: MELHOR ACTOR e MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.

Os meus nomeados são:


MELHOR ACTOR - COMÉDIA


H. Jon Benjamin / ARCHER  #3
Thomas Jane / HUNG
William H. Macy / SHAMELESS  #1
Stephen Mangan / EPISODES
Jim Parsons / THE BIG BANG THEORY   #2
Jason Schwartzmann / BORED TO DEATH


Se eu tivesse atribuído estes prémios no Verão do ano passado como era suposto, o vencedor era Matthew Perry por "Mr. Sunshine", que infelizmente não teve pernas para andar e acabou cancelada pela ABC. Assim... o prémio fica também bem entregue a Macy, que se transcende no papel de Frank Gallagher, abraçando o lado negro da sua personagem e entregando-se de corpo e alma ao pobre - e muito bêbedo - pai de família que nem tenta - nem quer - fazer o melhor pelos filhos. Macy consegue o impossível: levar-nos a gostar de Frank, a apreciar o quão horrível ele é com os filhos e a aplaudir todos os incríveis esforços que ele emprega para arranjar mais álcool e droga. Jim Parsons era um óbvio segundo, uma vez que apesar de ele já não carregar "The Big Bang Theory" tanto às costas (a série finalmente aprendeu a usar o seu excelente elenco), é (quase) sempre dele que surgem as melhores tiradas, as ideias mais mirabolantes e o estilo de comédia que nos faz voltar à série, semana após semana. O seu emparelhamento com Mayim Blahik foi de génio. Thomas Jane nem sempre é valorizado como devia pela forma como soube despir-se do preconceito que é interpretar um homem normal, professor de educação física que leva uma vida secreta como prostituto com material avantajado e divertir-se com ele, nunca se esquecendo que não é preciso um comediante comprometer-se com cenas mais ousadas e que a piada está nas situações que enfrenta, não na sua identidade. O que H. Jon Benjamin faz tem de ser premiado algures. E como eu não tenho uma categoria de melhor voice-over, é como actor que eu o tenho de julgar. Sterling Archer é das maiores criações da comédia norte-americana dos últimos tempos, seja animada ou real. Archer devia ser odiado por quem vê a série, uma vez que é capaz de ser o homem mais cabeçudo à face desta Terra. Era suposto isto ser assim. Mas porque Archer ganha vida através da charmosa e confiante voz de Benjamin, vemo-nos obrigados a rir com os insultos que profere e a aceitar que é impossível não gostar do homem. Schartzmann é o rei no que toca a exibir entusiasmo pelas coisas mais ridiculamente mundanas e aborrecidas possíveis. Uma grande parte do sucesso de "Bored to Death" deve-se a ele, porque ele torna-o uma série muito melhor. Falta-me falar de Mangan, a verdadeira estrela de "Episodes". Não houve uma tirada dele que não me tenha feito rir. LeBlanc pode ter impressionado muitos com a forma como goza consigo próprio e Greig é de facto excelente também, mas Mangan, entre o desespero de aturar as zangas de LeBlanc e da mulher e das confusões em que ambos o enfiaram, o entusiasmo perante os excessos que a estação norte americana lhes põe à disposição e pelo ar excitadíssimo com que aceitou a sua nova vida em Hollywood, foi de facto a grande revelação cómica do ano.


MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA



Courteney Cox / COUGAR TOWN  #3
Patricia Heaton / THE MIDDLE
Laura Linney / THE BIG C
Martha Plimpton / RAISING HOPE  #2
Amy Poehler / PARKS & RECREATION  #1
Emmy Rossum / SHAMELESS

O dia em que eu parar de apregoar que Courteney Cox é uma das sete melhores comediantes femininas em televisão na actualidade (as outras sendo Poehler, Fey, Rudolph, Wiig, Kudrow e Plimpton) é melhor que me dêem com uma marreta pois não devo estar muito bem. Cox era excelente em "Friends", continuou impecável em "Dirt" e agora em "Cougar Town" volta a exceder-se, com uma personagem madura e mais complexa mas que partilha com a "sua" Monica Geller a instabilidade emocional e a necessidade patológica de servir os outros. Estou para ver o que mais é preciso para ela ganhar um Emmy. Já outra que tinha um Emmy pré-fabricado à sua espera o ano passado era Laura Linney, depois do enorme desempenho em "The Big C" o ano passado, onde alternou entre tristeza e alegria, esperança e desilusão com uma facilidade estonteante. O destino, contudo, foi cruel e Melissa McCarthy, da mesma forma que 'sacou' uma nomeação para os Óscares, 'sacou' a nomeação e depois a vitória nos Emmy (roubadinha, diga-se, a Linney e à próxima nomeada). Este ano Linney manteve a qualidade a que nos habituou mas juntou mais versatilidade cómica, algo que lhe tinha faltado, a meu ver, em 2010-2011. Não podemos, todavia, falar de premiar alguém nesta categoria sem lembrar Amy Poehler. Que esta mulher tenha visto passar três corridas aos Emmy e não tenha vencido nenhuma é imperdoável. Leslie Knope partilha com todos nós uma obsessiva - e única - paixão pelo governo, surgindo em cada cena luminosa, infecciosamente alegre e explorando inteligentemente os vários lados da sua personagem, que nem sempre são positivos. Rossum revelou-se uma comediante bastante dotada em "Shameless", algo que nunca havia antecipado. Destemida e com uma inestimável alma, a sua Fiona é o furacão que domina tudo e todos para manter a casa Gallagher em funcionamento - mesmo que ela não se sinta, muitas vezes, capaz de o fazer. Nem toda a gente aprecia Heaton. Eu detestava "Everybody Loves Raymond", por exemplo, e que ela tenha vencido dois Emmy pela série quando outros (Cox, Kaczmarek) não têm nenhum dói imenso, ainda hoje. Ainda assim, "The Middle" dá-nos uma dose saudável da comédia de Heaton e lá, tenho de admitir, gosto imenso dela. A sua exasperada matriarca Frankie partilha, aliás, muitas semelhanças com a Lois de Kaczmarek ("Malcolm in the Middle"): ambas são firmes, histéricas e complicadas, mas pela sua família fazem tudo, inclusive as coisas mais estapafúrdias possíveis. "Raising Hope", como disse quando falei de Dillahunt, é uma série especial. A família Chance é genial e acima de todos a nível cómico está Plimpton (um casting pelo qual tenho de congratular Greg Garcia). O espírito positivo e a atitude descomplicada de Plimpton ao abordar Virginia coloca-nos mais próximos dela e, deste modo, faz-nos apreciar ainda mais cada nuance da sua interpretação, que já é, só de si, espectacular. As ordinarices que esta mulher cospe da boca deviam correr tumblrs por esse mundo fora, como por exemplo: "I'm sure somewhere out there there is a woman that wants to be lured into your apartment to find you naked. Maybe you should try Greg's List!" ou " Jimmy, if you don't make a move soon, you're gonna get stuck in the Friend Zone. And that is a real thing, I saw it on Friends. Ross and Rachel were stuck in it; it made for some good episodes, but poor Ross was in hell.".


E para vocês, quem são os melhores comediantes a protagonizar séries na televisão?

DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor Secundário - Drama

Depois de termos abordado as minhas escolhas para Melhores Novas Séries e os meus nomeados (e vencedores) para Melhor Actor e Actriz Secundários em Comédia, venho hoje com mais duas categorias, homónimas das do último artigo mas na categoria de drama: MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - DRAMA  e MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - DRAMA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.

Os meus nomeados são:

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - DRAMA


Alan Cumming / THE GOOD WIFE   #1
Peter Dinklage / GAME OF THRONES
Walton Goggins / JUSTIFIED   #3
Shawn Hatosy / SOUTHLAND
John Noble / FRINGE   
Aaron Paul / BREAKING BAD  #2



Seis escolhas fáceis de explicar: Dinklage foi presenteado com a melhor personagem de "Game of Thrones", mas isso não o impediu de transformar Tyrion Lannister em algo muito seu, rico em profundidade, carisma e presença. A sua cena na corte da Casa Arryn? Inesquecível. Cumming foi justamente nomeado para um segundo Emmy o ano passado (e sê-lo-á muito seguramente para um terceiro este ano) pelo seu Eli Gold. Não há personagem nem tão mordaz nem tão excêntrica quanto esta. Eli Gold poderia ter ido parar a muitos actores capazes que fariam um bom trabalho com a personagem. Contudo, esta foi cair nas mãos de Alan Cumming, que é um dos seres humanos mais absolutamente fascinantes que há. O resultado: Eli Gold torna qualquer cena em que aparece melhor pela sua mera aparição.  A vontade dos fãs de verem premiado John Noble ressoa muito em mim. Porque o homem, caramba, merece. Não há ninguém na televisão que tão facilmente consegue desdobrar a sua personagem e mutá-la numa coisa completamente diferente, ao mesmo tempo que com tanta leveza habita a sua personagem. Pena que a ficção científica não seja muito respeitada. Vamos agora pausar para falar de "Justified", sim? Uma série que transpira classe por todos os poros. Que Timothy Olyphant é excelente e Margo Martindale transcendente, todos sabemos. Não vejo é muita gente elogiar o restante elenco, de Natalie Zea a Jeremy Davies e, sim, Walton Goggins. Que maravilha foi vê-lo nomeado o ano passado para o Emmy.  Boyd é a arma secreta da série. É o cabrão mais complicado de entender que há em Harlan, imprevisível como um raio, um criminoso do mais rasca que existe mas que exibe traços de humanidade quando encostado à parede. Finalmente, Hatosy. "Southland" é das séries mais menosprezadas da televisão americana e, infelizmente, é uma das mais sensacionais séries policiais da última década. O ano passado, Bryant teve que lidar com o fim do seu casamento, um bebé que possivelmente não era seu e ver o seu parceiro ser morto. Hatosy fugiu ao melodrama e optou por nos deixar penetrar no seu íntimo, na sua alma, tornando as suas cenas simultaneamente difíceis de ver mas impossíveis de não experienciar. Desde "Peekaboo" que tenho Aaron Paul em muito boa conta. Como "Breaking Bad", o actor foi evoluindo e a sua interpretação melhora cada vez mais, mais detalhada, mais profunda, mais impregnada de magnetismo, de carisma, de presença. Um homem autêntico e real, que paga bem caro os erros (infantis, próprios da idade) que comete. Pinkman é extraordinário, mas o actor que o interpreta não o é menos.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - DRAMA


Khandi Alexander / TREME   #3
Emilia Clarke / GAME OF THRONES
Regina King / SOUTHLAND
Margo Martindale / JUSTIFIED   #1
Archie Panjabi / THE GOOD WIFE  #2
Mae Whitman / PARENTHOOD

Esta categoria é Margo Martindale e depois todas as restantes. Martindale chega a "Justified" como um vulcão em erupção, enganando toda a gente com a sua doçura e o seu ar pacato de avó simpática nunca mostrando que por detrás dessa gentileza está um dos piores e mais temíveis vilões da televisão dos últimos anos. Brilhante. Panjabi continuou intrigante, misteriosa e poderosa, enquanto a vimos ser repetidamente atacada pelo novo investigador da firma e pelo segredo que ele desvenda que coloca a sua relação com Alicia na corda bamba (ver Kalinda a chorar foi das cenas mais intensas e emocionais que vi na televisão o ano passado). Levaria facilmente o prémio em qualquer ano não fosse este o ano de Martindale (e que me leva a arrepender ter fugido a premiá-la o ano passado). Khandi Alexander é impecável em "Treme" e se mais gente visse a série ia perceber que a actriz está aqui a anos-luz do seu estereótipo de personagem em "CSI". Whitman faz a sua Amber pulsar de adrenalina adolescente, vivendo todas as emoções à superfície. Um dos maiores trunfos de um actor é saber dizer com a expressão facial tudo aquilo que sente lá dentro. Whitman fá-lo com uma facilidade tremenda e torna a sua química com Lauren Graham, sua mãe na série e também ela uma profissional a dizer as coisas com o olhar, fantástica de analisar e observar. Duas grandes mulheres. Regina King é das mais sólidas actrizes de elenco que anda pelo pequeno ecrã e eu já penso isto há anos. Em "Southland", foi-lhe permitido florescer uma personagem de superfícies duras, aguçadas, com muito para contar mas com pouca vontade de mostrar. Nestas últimas duas temporadas, a sua detective Lydia, que costuma ser muito composta, calma, confiante e segura de si própria tem sido atirada aos leões, por assim dizer, com casos marcantes, um novo parceiro, traições, romance e tiroteio que permitem a King mostrar de que fibra é feito o seu gene da representação. De "Game of Thrones" tive que ponderar escolher entre Maisie Williams e Emilia Clarke. Depois vi que não podia conscientemente colocar cá Williams sem ter também Kiernan Shipka (a Sally de "Mad Men" esconde um enorme potencial enquanto actriz; espero que aproveite) e ficou Clarke então com o lugar. Não que ela não o mereça, claro, porque só alguém tão impressionante e talentosa como Clarke podia fazer de Daenerys a personagem tão frágil quanto imperiosa que é (não é qualquer mulher que domina Khal Drogo de forma tão majestosa). Além de Williams e Shipka, perto dos nomeados ficaram também a sempre espectacular Christina Hendricks ("Mad Men"), a consistente Natalie Zea ("Justified"), a incandescente Kelly MacDonald ("Boardwalk Empire") e a fogosa Christine Baranski ("The Good Wife").


E para vocês, quem foram os melhores personagens secundários em dramas neste último ano (e meio)?

DAFA TV 2011: Melhor Actriz e Actor Secundário - Comédia

Tentarei que até ao final de Março os meus prémios de televisão deste ano estejam anunciados e entregues. No primeiro artigo dedicado a estes prémios, falei dos meus escolhidos para Melhor Nova Série. Hoje, trago-vos outras duas categorias: MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - COMÉDIA e MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - COMÉDIA. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011.

Os meus nomeados são:

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO - COMÉDIA

Ty Burrell / MODERN FAMILY   #3
Garrett Dillahunt / RAISING HOPE
Peter Facinelli / NURSE JACKIE   #2
John Benjamin Hickey / THE BIG C
Nick Offerman / PARKS & RECREATION  #1
Danny Pudi / COMMUNITY

Mesmo que tivesse dado estes prémios há ano e meio atrás, os nomeados não teriam mudado. Por exemplo, ainda hoje me lembro vividamente o quanto Peter Facinelli me fez rir na terceira temporada de "Nurse Jackie", que apesar de ter sido de longe a pior temporada que a série da Showtime, teve na Zoey e no Dr. Cooper dois pontos fortíssimos. E John Benjamin Hickey só cresceu na minha admiração com a segunda temporada de "The Big C": mais carisma, mais nuance, mais personalidade e mais profundidade. Ron Swanson (Nick Offerman) é Ron Swanson e não precisa de ser dito mais nada; é a melhor personagem de comédia que a TV norte-americana nos ofereceu nos últimos cinco anos. Danny Pudi podia optar por deixar o seu Abed ser um estereótipo e um bastante bizarro como tal. O processo de humanização que a personagem sofreu esta temporada tem tanto da escrita como do actor e só um actor de elevadíssimo calibre conseguia pegar em Abed e cometer o maior feito que um actor - que interpreta um homem bem acima dos vinte anos que é viciado em banda-desenhada, que filma documentários sobre si mesmo, que é seguidor ávido de "Cougar Town" e "Inspector Spacetime", que acha que as pessoas são 'blorgons', que se comporta, com o seu melhor amigo, como se fosse uma criança pequena e que racionaliza a mais pura das emoções - poderia fazer: ser normal. E fazê-lo parecer tão fácil. Finalmente, Garrett Dillahunt. "Raising Hope" é uma série com tanta piada como inteligência, com tanto humor como coração. O Burt de Dillahunt é assim mesmo: um tonto meio parvo, mas genuíno, honesto e com muita, muita piada. Não dá para resistir ao homem.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA - COMÉDIA

Mayim Blahik / THE BIG BANG THEORY   #2
Julie Bowen / MODERN FAMILY
Rebecca Creskoff / HUNG
Judy Greer / ARCHER  #3
Christa Miller / COUGAR TOWN   #1
Merritt Wever / NURSE JACKIE

Começamos pela nomeada mais "polémica": Judy Greer. Alguns puristas vão-me dizer logo que interpretações são interpretações, usar a voz para criar uma personagem não é uma interpretação. Desculpem-me mas o que Ellen DeGeneres fez em "Finding Nemo" ou Eddie Murphy em "Shrek" é melhor do que muitos actores de comédia a sério fazem na vida real. Assim sendo, para mim, conta tudo. E Judy Greer - aliás, todo o elenco de "Archer" mas Judy Greer e H. Jon Benjamin (falaremos sobre ele mais à frente nos prémios) em particular - são soberbos. Não há uma palavra fora do sítio ou mal pronunciada, sempre com o tique e a entoação certa. E depois, de vez em quando, lá vem aquela doçura inapropriada de Greer quando menos esperamos. E Cheryl - ou Crystal - só tem vida porque Greer cria ali, com apenas a sua voz, uma personagem fascinante. Continuando. Merritt Wever. Se este prémio fosse dado pela segunda temporada de "Nurse Jackie", esta enfermeira adorável e fofinha ganhava-o. Zoey é desajeitada e atabalhoada, contudo só o é porque Wever pretende que ela o seja. Outro actor podia fugir de ser o trapalhão e tentar ler só as suas falas com jeito e humor, mas Wever, destemida e confiante, eleva o seu jogo. Temerária é também Rebecca Creskoff. "Hung" não lhe dá muito para fazer, mas nunca vi uma actriz que aproveite tão bem o pouco tempo de ecrã que tem para roubar a cena aos protagonistas. A mulher é, à falta de melhor palavra, incandescente. Falemos agora de Julie Bowen, a "arma secreta" de "Modern Family". Isto quando a série a deixa brilhar o que, convenhamos, não acontece muito frequentemente. Excelente no humor físico, impecável na forma como aproveita a química com Ty Burrell e Jesse Tyler Ferguson (o seu marido e o seu irmão, respectivamente, na série) para conferir mais nuance e personalidade à sua personagem e exímia na entrega das suas falas. Uma verdadeira profissional. Vamos agora falar do estranho caso de Mayim Bialik. "The Big Bang Theory" não precisava dela. Ou melhor, precisava, só que não o sabia (ainda). Bialik conseguiu o improvável feito de melhorar todas as personagens à sua volta, desde Sheldon a Penny. Sim, Sheldon continua a ser incrivelmente sociopata. Todavia, a sua interacção com Amy revela facetas do seu carácter até agora desconhecidas. Também Penny tem finalmente hipótese de ter histórias que não envolvam os rapazes e de mostrar que é mais do que uma menina bonita que nunca deixa um homem sem resposta. A somar a tudo isto: Bialik é hilariante. Ficamos todos a ganhar com esta adição. Finalmente, a minha vencedora: Christa Miller. Porque eu amo "Cougar Town". Porque a principal razão para eu amar "Cougar Town" é Miller. Porque de cada vez que ela responde mal a alguém, insulta Courteney Cox ou Busy Philips, chama idiota a um e atrasado a outro e comporta-se depois pior que qualquer um deles eu dou um pulo no meu assento e quase aplaudo de alegria. Ver a Ellie ser a Ellie faz-me feliz. Pronto. Eu disse.
 
Estes são os meus nomeados para melhores. Quais são as vossas escolhas?

DAFA TV 2011: Melhores Novas Séries

Tentarei que até ao final de Março os meus prémios de televisão deste ano estejam anunciados e entregues. Começamos pela categoria de MELHOR NOVA SÉRIE. Habitualmente, atribuo estes prémios no final da temporada de televisão de 2011 (Verão). Este ano, decidi fazer diferente e copiar, por assim dizer, o modelo dos Globos de Ouro, só atribuindo os prémios depois das novas estreias de 2011. Ainda assim, mantenho a minha decisão inicial de não contar com as séries que estrearam em 2011-2012 para a atribuição dos prémios, reservando para essas séries precisamente esta categoria, com dez nomeados. Sem mais demoras, aqui vos deixo as minhas dez séries favoritas do ano, em nenhuma ordem em especial (vencedores assinalados com #1, #2 e #3, respectivamente):



 "HOMELAND" (Showtime) #1

Dificilmente um produto com Claire Danes à cabeça na Showtime poderia falhar. E não falhou. Transformando o tão abusado tópico do terrorismo e da política governamental em algo excitante e refrescante, a série coleccionou fãs pelo ar maduro e sério com que encarou os assuntos e pela forma brilhante como estruturou a sua narrativa.


"2 BROKE GIRLS" (CBS)

Vivendo muito à custa da imparável química entre as protagonistas Kat Dennings e Beth Behrs, que conseguem vender uma piada parva como ninguém, "2 Broke Girls" sucede em fazer da CBS, imagine-se, um canal jovem e hilariante. Quem diria. Não é uma série muito sofisticada ou complicada de seguir, consegue atingir níveis de xenofobia e piadas subentendidas de índole sexual brutais, mas quando a série funciona, é de morrer a rir.



"ONCE UPON A TIME" (ABC)

Um vício. É absolutamente viciante e é a única razão para esta série figurar entre as melhores do ano. Não é bem escrita, não tem os personagens melhor desenvolvidos, nem sequer tem um fio narrativo que se perceba. Contudo, é envolvente, peculiar e fascinante demais para desistir de a ver.



"ENLIGHTENED" (HBO) #3

Para aqueles que acham que uma série pode fazer algo para mudar a nossa vida. Mordaz na forma como serve de crítica à sociedade contemporânea e aos seus valores morais, protagonizada irrepreensivelmente pela magnífica Laura Dern e inesperadamente divertida e inteligente, "Enlightened" torna o nosso mundo melhor só por existir.



"BOSS" (Starz) #2

Kelsey Grammer no melhor papel da sua carreira, rodeado por um elenco de actores soberbos e por uma história que proporcionou dos momentos mais fantásticos de televisão de 2011. Mal posso esperar por saber por que caminhos o incrivelmente corrupto Tom Kane (Grammer) nos vai levar na próxima temporada.



"REVENGE" (ABC)

"Revenge" veio ocupar, em mim, o lugar que "Desperate Housewives" vai esvaziar no final deste ano. Uma telenovela mascarada de drama sério, que eu vejo mais pelos olhares vingativos, pelo que os personagens dizem nas entrelinhas, pelos escândalos e confusões do que pelos mistérios e mortes e jogadas de poder. A busca incessante de Emily Thorne/Amanda Clarke (Emily VanCamp) em fazer justiça e a limpar o nome do pai é claramente, a meu ver, uma narrativa secundária, acessória, que só ajuda a tornar "Revenge" em algo mais especial. Assim via-se bem. Com tudo isto... Admira-se.



"NEW GIRL" (FOX)

Quem não é alérgico ao charme de Zooey Deschanel e conseguiu ver além dos três episódios iniciais, sabe que além de bastante satisfatória e consistentemente divertida, esta série consegue safar-se com a mais bizarra das histórias com uma naturalidade invejável. Bónus: tem o melhor personagem secundário da nova temporada. O Schmidt (Max Greenfield) é o mete-nojo com coração de ouro que todos sonhamos ser.



"WILFRED" (FX)

A premissa era absurda demais para dar alguma coisa de jeito. Afinal, quão crível é que uma série australiana sobre um homem normal que vê um cão como um homem vestido num fato de cão pudesse ter sucesso nos Estados Unidos, onde nada tem mais piada que gente socialmente inapta (sejam nerds, gordos ou o Charlie Sheen)? Pois bem, a FX provou que trazer Jason Gann, que imortalizou o original Wilfred na Austrália e juntá-lo a Elijah Wood funciona em pleno. Não só Wood foi a maior revelação cómica a saltar do mundo da sétima arte para o pequeno ecrã - o seu Ryan tem tanto de ridiculamente desesperante como de hilariantemente perdido - como Gann mostrou, uma vez mais, que tem talento para maiores voos. Quem ganha com isto tudo é a FX que é capaz de ser, na actualidade, o canal com o melhor rácio de qualidade em série (de "Justified" a "Archer", de "Sons of Anarchy" a "Louie").



"SUBURGATORY" (ABC)

Começou devagar e periclitante mas ganhou confiança e hoje em dia é uma série que não só produz do melhor humor em televisão como o faz com grande solidez e todas as semanas, sem falhar. Jane Levy confirmou todas as esperanças que se detinha nela como grande actriz de comédia e quem veio a surpreender foi mesmo Jeremy Sisto, que compensa a sua maior falta de reactividade com muita qualidade na comédia física. A série sucede além disso ao juntar a este fantástico duo actores de qualidade inegável como Alan Tudyk, Cheryl Hines, Chris Parnell e Ana Gasteyer, que se complementam e funcionam muito bem em conjunto. Parecia inicialmente o parente pobre do bloco de comédias de quarta-feira da ABC mas depressa se percebeu que "Suburgatory" ia ter sucesso.




Ex-aequo: 
"SMASH" (NBC) / "SUITS" (USA) / "TOUCH" (FOX)

Ainda não vi o suficiente de qualquer uma destas séries para merecer um lugar mais elevado na lista e por isso estas três séries partilham um honroso... 10º lugar, digamos. "Suits" já terminou a sua temporada mas ainda não consigo ter uma opinião formada acerca da mesma. Sim, é divertida, é ousada, é leve e interessante e é uma série bastante inteligente. Mas isso as séries da USA são quase todas (e eu acho mesmo que esta é um novo "White Collar" mas no ramo da advocacia e com pior qualidade). Preciso que se distingam mais das outras séries do canal para merecer maior admiração da minha parte. "Smash", por sua vez, é um valente sarilho. Ainda não vi um episódio do melhor que a série pode oferecer. A música é bestial (queriam muitos musicais - e "Glee" - escrever música desta qualidade) mas as histórias são um desastre. E a série não consegue sequer organizá-las de forma sincronizada e a não parecer a) coincidência quando a sequência narrativa é lógica e consistente ou b) completamente previsível e com acontecimentos de fazer revirar os olhos. Pior ainda para a série é o facto de possuir o personagem mais obnóxio, obsoleto e desprezível que há na televisão actual: o assistente Ellis. Alguém que o atire para debaixo de um autocarro, se faz favor. Finalmente, "Touch". O piloto prometeu. Muito. Não tenho dúvida que bem desenvolvida a série será das minhas melhores de 2012 quando daqui a um ano entregar estes prémios. Por agora... muita promessa somente.

E agora vocês: quais são as vossas séries favoritas de 2011? Falhei alguma grave?

DAFA 2011: Cinema e Televisão


Dentro de dias pretendo começar as minhas premiações de cinema e televisão para o ano de 2011. Tenho filmes que lamento não ter visto, infelizmente (entre eles "Alps", "Shame", "Weekend", "Margaret", "Pariah", entre outros), filmes que ainda pretendo ver ("Hugo" e "Le Havre", por exemplo) e filmes que não quero, pura e simplesmente, ver (como o novo "Transformers" ou o mais recente "Twilight"). Este ano, juntarei aos prémios de cinema os prémios de televisão, nos moldes do que havia feito em 2010 (não sei se terei tempo para uma crítica extensiva de todas as séries que acompanhei no ano transacto; esperemos que sim mas não prometo nada).

Espero que do meu certame de filmes premiados surjam várias sugestões para leitores que não têm podido acompanhar a cobertura (pobre, ainda assim) da corrida aos Óscares deste ano e, acima de tudo, vou tentar ao máximo nomear e falar de filmes mais desconhecidos, alguns destes estrangeiros, que desta forma possam ganham maior audiência. Eles bem merecem. Espero também conseguir cativar a vossa atenção para algumas séries de inegável qualidade que são mais desconhecidas cá pelo território português.

Com isto quero então pedir: há algum filme (ou série) que pensam que eu tenho que ver antes de compilar os meus prémios? Alguma sugestão que me queiram fazer?

Há um ano, os premiados foram estes - AQUI. Se têm interesse em espreitar todos os nomeados, é só clicarem neste link AQUI que vos levará ao separador dos Dial A For Awards de 2010, de onde "The Social Network" saiu vencedor, com cinco vitórias.




 - Os principais vencedores dos DAFA 2010 -

E este ano? Quem acreditam que vai sair vencedor?