Não podia ficar sem vir cá no dia mais importante do ano para o cinema, não é? Eu nem cheguei a avisar da minha pausa, por isso fica aqui oficializado: até a inenarrável Prova Nacional de Seriação ter sido realizada (que deverá ocorrer por volta da quarta semana de Novembro), o Dial P For Popcorn está em hiato. Depois disso, a festa retoma cá no estaminé - de preferência, já com o João e o Gustavo de volta. Espero que não se zanguem com a nossa ausência - e que voltem quando nós regressarmos.
Dito isto: logo à noite são os Óscares! E depois de um ano descolorido e desprovido de magia na categoria principal, eis que voltamos a ter duelo de titãs à 2010, só que desta vez os protagonistas são o irrepreensivelmente emocional "12 Years a Slave" e o visualmente impressionante "Gravity" (com o entretido "American Hustle" a correr por fora). Qualquer um que ganhe, será um excelente filme, o que reflecte claramente, para mim, o óptimo ano cinematográfico que tivemos. E é nesta onda que eu decidi voltar ao blogue: agora que encerrei as minhas visualizações de 2013 (ainda me faltam alguns títulos mas vão contar como 2014 para futura referência) com "Nebraska" e "Museum Hours", pensei em deixar cá em dia de Óscares os meus dez filmes favoritos de 2013. E eles são...
Finalistas:
Se a lista se estendesse a vinte, incluiria...
"12 Years A Slave" | "All is Lost" | "American Hustle" | "Before Midnight" | "Child's Pose"
"Gloria" | "La Grande Belezza" | "Jagten" | "Stories We Tell" | "Wadjda"
O meu top-10 de 2013:
10. O SOM AO REDOR / Mendonça Filho, 2012
9. POST TENEBRAS LUX / Reygadas, 2013
8. FRANCES HA / Baumbach, 2013
7. THE ACT OF KILLING / Oppenheimer, 2013
6. THE SELFISH GIANT / Barnard, 2012
5. GRAVITY / Cuarón, 2013
4. PRINCE AVALANCHE / Gordon Green, 2012
3. HER / Jonze, 2013
2. INSIDE LLEWYN DAVIS / Coen, 2013
1. SHORT TERM 12 / Cretton, 2013
Tal como com "Beginners" em 2011 e "Moonrise Kingdom" em 2012, muitas vezes eu apaixono-me facilmente, sem grande explicação. Voltou a acontecer este ano. Um filme destes, que remexe com o coraçãozinho e o deixa apertadinho, vale tudo. Tudo. Não há nota ou lista suficiente para expressar o meu amor por este pequeno grande filme.
Permitam-me um último artigo sobre os melhores filmes do ano passado. Avançaremos para televisão nos próximos dias. Entretanto, cá estão os meusMELHORES FILMES DE 2012 (os do João estão aqui).
Este artigo faz parte dos:
"NO" | "MOONRISE KINGDOM" | "TABU" | "LIFE OF PI" | "RUST AND BONE"
"BEASTS OF THE SOUTHERN WILD" | "ARGO" | "HOLY MOTORS"
"FAREWELL MY QUEEN" | "ZERO DARK THIRTY"
Querem vinte melhores? Adicionem estes: "Amour", "Sister", "The Master", "Our Children", "Paranorman", "Take this Waltz", "Anna Karenina", "Django Unchained", "Hope Springs" e "Les Misérables". Sim, não foi um ano muito bom para o cinema. Mesmo contando com o cinema estrangeiro.
Como todos os anos, as nomeações aos Emmy Awards são um misto de bom e mau, com a tendência a pender para este último, com várias decisões em diversas categorias a roçar o medíocre. É esta a Academia televisiva que temos e, tal como a AMPAS, que atribui os Óscares, é com esta que temos que contar. Irá sempre dar primazia às estrelas cinematográficas, oferece nomeações à toa a séries que já passaram do seu prazo de validade porque está habituada desde sempre a nomeá-las, namoros de longa data que nunca acabam (Hargitay, Cryer, Falco, Sedgwick são exemplos recentes) e quando chegam à altura de abraçar um novo nomeado como o mais popular, fazem-no de braços abertos, dando azo a algumas decisões a roçar o ridículo (como aquelas vitórias de "Modern Family" em realização ou as quatro nomeações habituais de "Mad Men" e "30 Rock" nas categorias de argumento). Resumindo: é uma confusão. A lista completa de nomeados pode ser vista AQUI.
Falemos então dos pontos principais que preciso de focar:
A Alicia não está contente. A Julianna também não deve estar.
Na categoria de melhor actriz em drama, decidiu-se ver-se livre de Julianna Margulies ("The Good Wife") num dos maiores choques do dia, o que até consigo perceber dada a competição feroz da categoria. A entrada de Kerry Washington ("Scandal") faz sentido - pena que não haja mais reconhecimento à série noutras categorias, mas acredito que mesmo esta nomeação só vem do peso e celebridade que Washington tem - e pela mesma razão também percebo a introdução de Vera Farmiga ("Bates Motel") e Robin Wright ("House of Cards") (já Connie Britton só se percebe por ser penitência da Academia por não ter premiado a actriz por "Friday Night Lights"), mas quando a Academia não reconhece valor na melhor interpretação feminina do ano - Tatiana Maslany ("Orphan Black") ou quando repetidamente ignora trabalho excepcional de Emmy Rossum ("Shameless"), Katey Sagal ("Sons of Anarchy") ou Keri Russell ("The Americans") é caso para ficar chocado. Bem, ao menos festeje-se por não continuarem a nomear Mariska Hargitay.
Já que falamos de "Shameless": já que vêem a série, se formos a ver pela nomeação de Joan Cusack (actriz convidada em drama), não encontram lá mais nenhuma interpretação de valor? O mesmo se diz de "Sons of Anarchy", "Southland" (a Regina King e o Michael Cudlitz devem existir num buraco negro algures; a TNT passava "The Closer" que vocês viam, pelas inúmeras nomeações da Kyra Sedgwick, não conhecem mais nenhuma série de lá?), "Justified", "Parenthood" (já sabia que a Monica Potter não ia ser nomeada - quando se ignora aquele trabalhão de Katherine Heigl na sua última temporada completa em "Grey's Anatomy" há alguns anos atrás...), "The Americans" (ao menos vá lá que já conhecemos a Margo Martindale) e outras. "Top of the Lake" foi um sucesso no Sundance Channel; mas nesse canal também estreou a excelente "Rectify" que nem apareceu no mapa. Viva a variedade!
De que vale fazer melhor que quase todos os actores na categoria se depois não é nomeado?
Na categoria de actor em drama, o poderio dos candidatos habituais determinou que Michael C. Hall ("Dexter") se mantivesse de fora, mas ninguém me irá conseguir dar uma explicação plausível para a repetida nomeação de Hugh Bonneville ("Downton Abbey"), que só ali está a ocupar espaço. Não havia lugar para Aden Young ("Rectify"), Kelsey Grammer (aposto que se esqueceram que "Boss" teve segunda temporada...), Matthew Rhys ("The Americans") e, apesar de eu não acompanhar mais a série, será que Steve Buscemi esteve assim tão mal em "Boardwalk Empire" este ano? Até me fez ter pena de rogar pragas à série por limpar todos os anos em nomeações... Palmas para a nomeação de Jeff Daniels ("The Newsroom"), a melhor parte da sua série, um excelente actor - infelizmente esta nomeação deve-se 90% ao nome do actor. O mesmo digo de Kevin Spacey ("House of Cards").
Nas categorias secundárias em drama, as desgraças são tantas que até custa enumerar. Corey Stoll não tem a popularidade dos seus restantes colegas de "House of Cards" e por isso acabou fora (o mesmo aconteceu a Kate Mara, felizmente). De Cudlitz ("Southland"), em tantos anos de excelente trabalho, nem uma nomeação, já nem se fala. É bom que se nomeie Dinklage ("Game of Thrones"), mas ninguém viu que a melhor personagem da série este ano esteve nas mãos de Nikolaj Coster-Waldau? John Slattery cometeu algum pecado cardinal para ser arrumado dos nomeados - e já agora, que mal vos fez Vincent Kartheiser, mesmo nos anos em que "Mad Men" tinha um pecúlio invejável de nomeações? Dito isto, é uma excelente lista de nomeados. Sim, mesmo Jim Carter ("Downton Abbey") e Jonathan Banks ("Breaking Bad", bem merecido).
Revirar os olhos e falar uma, duas vezes por episódio: já se ganharam Emmys por tão pouco?
Nas meninas, a minha irritação vai na contínua vassalagem que se presta a Maggie Smith ("Downton Abbey") na categoria. Que aborrecido. Ela não vai aparecer. Ela não liga ao prémio. Ela basicamente só aparece na série para mandar a sua tirada. Já roubou um troféu a Christina Hendricks e outro a Anna Gunn. Pelos vistos vai continuar. Era previsível que "The Good Wife" encurtasse em nomeados e esta era uma categoria óbvia: previa que uma ou até ambas fossem removidas. Acabou por ser cortada a mais provável, Archie Panjabi, que teve pouco que fazer este ano. A nomeação de Emilia Clarke ("Game of Thrones") é outra que pouco se entende. Não viram "The Rains of Castamere", votantes? Michelle Fairley? Conhecem o nome?
O choque que foi para mim ver "Mad Men" fora dos nomeados para melhor escrita em drama. A sério. Não há desculpa. Nem um episódio? Ao menos "Breaking Bad" tem duas nomeações. E "The Rains of Castamere" acabou nomeado. E os dois episódios de "Homeland" são muito bons - os únicos episódios positivos da segunda temporada, mas sim são bons. Mas não haver lugar para "Mad Men" e haver para dois episódios de "Homeland" e um de "Downton Abbey"? Escandaloso, ainda por cima porque aposto que era o piloto de "House of Cards" que estava na sétima posição dos nomeados. Escandaloso indeed.
Quanto às séries, seria sempre um massacre. Prevaleceram as mais populares e portanto não há muito a fazer. "The Good Wife" e "Boardwalk Empire" estiveram provavelmente próximas mas este grupo de seis era imbatível. Não é como se houvesse um "The Wire" para me pôr à vontade para me queixar. Essa sim foi uma omissão ridícula. Por anos e anos. Se não nomeassem "The Sopranos" até compreendia, não viam HBO...
A New Girl já não é nova. Por isso: de fora.
No campo da comédia, as coisas mudam de figura. Das séries nomeadas, há duas nomeações que aplaudo ("Veep" e "Louie", consistentemente melhores com o tempo), duas que percebo ("Girls" dado o fanatismo, "Modern Family" dado o contínuo romance da Academia com a série - tem de acabar eventualmente, gente!) e uma que é merecida (estava com medo que cortassem "30 Rock" no seu último ano - fizeram-no a "The Office" afinal, outro dos seus antigos favoritos - mas agradeço que dêem à série a chance de competir, pois será um forte favorito a vencer). "The Big Bang Theory" é a aberração da categoria e só se explica por ser a comédia (a série, aliás) mais vista nos Estados Unidos. A exclusão de "Arrested Development" das principais categorias é nota de destaque (não tem os valores de produção de "House of Cards" nem o pedigree de actores...), mas o 'esquecimento' de "Parks and Recreation" (em parte explicado pela sua menos boa temporada) continua a ser um crime. "Nurse Jackie" também saltou fora da corrida, naquela que foi a sua temporada mais cómica (a melhor foi, realmente, a temporada passada), caso para perguntar o que a Academia quer desta dramédia da Showtime. Infortunadamente, "New Girl", melhor nesta segunda temporada, acabou ignorado a todos os níveis.
Nos actores em comédia, dar graças pela exclusão de Jon Cryer ("Two and a Half Men") e, dado o estado precário da categoria, não há muito a dizer. São os nomeados possíveis - contudo não teriam Jake Johnson ("New Girl") e Garrett Dillahunt ("Raising Hope") lugar nos nomeados se se chamassem, por exemplo, Don Cheadle ("House of Lies") ou Jason Bateman ("Arrested Development")? Bem me parece. A omissão de Adam Scott ("Parks and Recreation") ultrapassa o risível.
A Amy Jellicoe estaria orgulhosa.
Nas actrizes em comédia temos o grupo de nomeadas mais sólido dos últimos anos (arriscaria dizer dos últimos cinco, dez anos). Incrivelmente feliz a nomeação de Laura Dern ("Enlightened" - pena não haver lugar para Mike White como actor e argumentista, para qualquer um dos realizadores e para a série), agridoce a nomeação a Edie Falco ("Nurse Jackie") que apesar de gostar preferia que tivesse ido para Zooey Deschanel ("New Girl") ou Martha Plimpton ("Raising Hope").
Falando das categorias secundárias em comédia: ainda se está por perceber que mal fizeram os actores secundários de "Parks and Recreation", especialmente Nick Offerman. Will Arnett ("Arrested Development"), que conhecem tão bem de "30 Rock" (múltiplas nomeações), é outro a pagar pelo esquecimento da série. Detesto sobretudo a soberania de "Modern Family" nesta categoria, sobretudo porque eu teria dado o prémio a Vergara no primeiro ano, Bowen o ano passado e este ano as duas já teriam saído da lista por completo. Dos homens, só encontro mérito em Stonestreet (duplo vencedor, 2010 e 2012) e Burrell (vencedor em 2011, três nomeações consecutivas). Mas a Academia insiste em ter os homens todos nomeados - ou quase todos, que cortou este ano Stonestreet, de forma algo ridícula, dos seus nomeados (como no primeiro ano cortou O'Neill, nomeando todos os outros). Esta série precisava de uma sangria à séria nos Emmys... Bem, esperemos pelo próximo ano. Parabéns a Tony Hale ("Veep") e Adam Driver ("Girls"), dois papéis complicados executados de forma exemplar pelos dois. Uma pena pela omissão de Max Greenfield ("New Girl", nomeado o ano passado) e do Simon Helberg e da Kaley Cuoco (a melhor parte da sua série, "The Big Bang Theory", há pelo menos dois anos). Já nem falo do elenco de "Happy Endings", "Cougar Town", e "Community" (continuamente ignorados), que esses nunca tiveram uma hipótese. Mas Jane Lynch ("Glee")? Onde foram inventar (ressuscitar) essa, Academia? Não tinham mais alternativas? E tiveram mesmo que alargar a categoria para sete nomeadas? Enfim. Ao menos deixaram a enorme e brilhante Jane Krakowski ("30 Rock") ficar. Bom trabalho. É para a vitória (como se fosse possível; quando Vanessa Williams perde... não há diva que resista). O mesmo digo de Merritt Wever ("Nurse Jackie"). Vá lá que finalmente a descobriram... quatro anos tarde demais.
Jenna Maroney finalmente sobe ao palco?
Nas minisséries, os números de "The Bible" converteram-se numa nomeação para melhor minissérie, "American Horror Story: Asylum", série virada minissérie para ganhar nomeações e prémios (bela embrulhada em que te meteste, Academia) é o titã com mais nomeações, sendo acompanhada na categoria por "Political Animals" que conseguiu mais quatro nomeações, duas delas para duas estrelas de Hollywood, Sigourney Weaver e Ellen Burstyn (que quase não faz nada). Já Carla Gugino, infinitamente melhor, fica de fora. Não digam que é por acaso...
Ou veja-se que a paixão por estrelas de cinema está bem patente noutras nomeações, de Jane Fonda ("The Newsroom") a Melissa Leo ("Louie" - merecida, mas quando Parker Posey acaba ignorada pela mesma série... Tem que haver explicação), a Michael J. Fox, a Nathan Lane, a Joan Cusack e a outros mencionados acima, como Cheadle, Bateman, Smith... E também o seu incurável amor pelos pesos pesados da televisão continua, com nomeações atiradas não só à supramencionada Edie Falco mas também a Bob Newhart, Bobby Cannavale em duas categorias, Robert Morse (dormir nas reuniões em dois, três episódios dá nomeação instantânea? Não sabia e a Academia, como já vimos, não vê mais séries além das seis nomeadas para melhor drama, aparentemente; vá lá que ainda se lembra que "The Good Wife" tem bons actores convidados; só "Justified" enchia a categoria com melhores nomeados), Diana Rigg, entre outros. Por esclarecer: ignorar Holly Hunter ("Top of the Lake"). Não posso.
Nos programas de reality TV, o habitual manteve-se. As nomeações de Jimmy Kimmel e Jimmy Fallon depois de apresentarem a cerimónia em anos transactos mantiveram-se, bem como os pereniais The Daily Show, The Colbert Report, Saturday Night Live e Real Time with Bill Maher. American Idol continua a sua trajectória descendente com mais uma omissão nas nomeações, depois do ano passado (Seacrest continua a aguentar-se), com o outro programa da Fox, So You Think You Can Dance (e respectiva apresentadora) a manter-se nomeado. Project Runway volta à corrida em grande, com Klum novamente nomeada depois de afastados dois anos seguidos, juntando-se aos já comuns Top Chef, The Amazing Race e Dancing with the Stars (inexplicável popularidade) e The Voice (que ocupa o lugar de Idol desde o ano passado). De notar a exclusão de Phil Keoghan dos nomeados a apresentador, pela primeira vez.
E quais foram para vocês as grandes surpresas das nomeações?
Na semana passada, na ressaca das cerimónias de prémios e passando relativamente despercebida, surgiu a lista actualizada para 2013 dos 101 Melhores Argumentos de Sempre para o Writers' Guild of America (WGA). Recheada de filmes clássicos e escolhas que, na sua maioria, nem merecem sequer discussão quanto à sua inclusão, aqui e ali revela algumas surpresas e algumas opções de nível bastante duvidoso.
"Casablanca", "The Godfather", "Chinatown", "Citizen Kane" e "All About Eve" encabeçam a lista, o que me parece bem, se bem que não seria a ordem pela qual os escolheria. Em #6 vem Woody Allen (considero que "Manhattan" (#54), por exemplo, ou "Hannah and Her Sisters" (#94) são melhores argumentos mas é difícil negar que "Annie Hall" é francamente estupendo também - e é, afinal, o seu Óscar de Melhor Filme).
Billy Wilder consegue a óbvia distinção de ser a pessoa com mais presenças no topo da lista, com "Sunset Boulevard" (#7) e "Some Like it Hot" (#9) entre os dez primeiros (algo que só Coppola iguala, com os seus dois "The Godfather" - como sempre, é para esquecer que o terceiro existiu - nos primeiros dez lugares). Porém, custa-me não ver o seu "The Apartment" melhor colocado (#15) - e mesmo "Double Indemnity" (#26). É para mim a comédia mais bem escrita de sempre, ao lado de "It Happened One Night" (#59; também merecia mais). De qualquer forma, é caso para dizer: demasiada coisa boa.
Entre outras boas surpresas, ressalvo a altíssima colocação de Quentin Tarantino (#16, "Pulp Fiction") e dos irmãos Coen (#32 e pelo filme certo, "Fargo") e a inclusão de "Tootsie" (#17), "E.T." (#67), "Shakespeare in Love" (#28), "Groundhog Day" (#27), "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" (#24), "Moonstruck" (#62), "Jaws" (#63), "Back to the Future" (#56) e "When Harry Met Sally" (#40) que não são filmes que uma pessoa pensaria à partida incluir entre estes clássicos.
De aplaudir também não se terem esquecido - pese a carreira posterior dos seus argumentistas - de McQuarrie (#35, "The Usual Suspects"), Darabont (#22, "Shawshank Redemption"), Ball (#38, "American Beauty"), Shyamalan (#50; apesar de todos os meus problemas com ele, "The Sixth Sense" continua a ser excelente), Crowe (#66, "Jerry Maguire") e Hanson (#60, "LA Confidential"), entre outros.
M. Night Shyamalan elogiado no DPFP? Não posso!
Entre as desilusões, não percebo que fazem "Rocky" (#78), Forrest Gump" (#89) e "Amadeus" (#73) na lista e em particular gostava que me elucidassem alguns critérios, para que me expliquem como por exemplo "Tootsie" - que eu gosto bastante, não é por aí - ou "American Beauty" ou "Jerry Maguire", só para dar alguns exemplos mencionados acima conseguiram melhor colocação que estes dez filmes: "Psycho" (#92), "Being John Malkovich" (#74), "Dog Day Afternoon" (#69), Adaptation" (#77), "Do the Right Thing" (#93), "Memento (#100), "Raging Bull" (#76), "Sideways" (#90), "8 1/2" (#87) e "La Grande Illusion" (#85).
Fico feliz por terem sequer merecido menção ("Vertigo" por exemplo nem essa sorte teve; aliás, os filmes de Hitchcock, uma vez mais, acabaram quase ignorados) ou irritado pelo desrespeito que é serem considerados todos piores que "Tootsie"? Bem, opto por ficar feliz, não por isto, mas porque, ao menos, Paul Haggis ("Crash" e "Million Dollar Baby") não aparece na lista. Ponto a favor: WGA.
Terminou há momentos a 85ª cerimónia dos Óscares, apresentada por Seth MacFarlane. Numa noite bem mais musical que o costume mas também com os erros, faux pas e sobressaltos habituais, "Argo" foi coroado o Melhor Filme do ano. A lista completa dos vencedores, abaixo:
Melhor Actor Secundário Christoph Waltz, "Django Unchained"
Melhor Curta Animação "Paperman"
Melhor Filme Animação "Brave"
Melhor Fotografia "Life of Pi"
Melhores Efeitos Visuais "Life of Pi"
Melhor Maquilhagem e Cabelo "Les Misérables"
Melhor Guarda Roupa "Anna Karenina" Melhor Curta, Live Action "Curfew"
Melhor Curta, Documental "Inocente"
Melhor Documentário "Searching for Sugarman"
Melhor Filme Estrangeiro "Amour" (Áustria)
Melhor Mistura de Som "Les Misérables"
Melhores Efeitos Sonoros (ou Edição de Som) (empate) "Zero Dark Thirty" e "Skyfall"
Melhor Actriz Secundária Anne Hathaway, "Les Misérables"
Melhor Montagem (ou Edição) "Argo"
Melhor Produção Artística "Lincoln"
Melhor Banda Sonora Original "Life of Pi"
Melhor Música Original "Skyfall" Melhor Argumento Adaptado "Argo"
Melhor Argumento Original "Django Unchained"
Melhor Realizador Ang Lee, "Life of Pi"
Melhor Actriz Jennifer Lawrence, "Silver Linings Playbook"
Melhor Actor Daniel Day-Lewis, "Lincoln" Melhor Filme "Argo"
Começo hoje a divulgação daqueles que foram os meus favoritos desta Temporada que agora termina. A poucos dias dos Oscars, aqui ficarão, até ao próximo sábado, osMelhores de 2012.
E o prémio de Melhor Actor de 2012 não vai para Daniel Day-Lewis no papel de Lincoln. Aliás, é este o maior elogio que se pode fazer à monstruosa e intemporal interpretação de Joaquin Phoenix em The Master: É, a grande distância e sem contestação, o Melhor, num ano em que Day-Lewis foi novamente fenomenal. Interpretando o papel de um ex-soldado, Freddie Quell é um exemplo de livro sobre os efeitos traumáticos de uma Grande Guerra. Alcoólico, Psicótico, Paranóico e Ninfomaníaco. Um homem completamente perdido, a viver de forma intensa e irracional todos os momentos, que busca uma voz de comando.Uma assombrosa interpretação.
E, ao que tudo indica, o Oscar de Melhor Actor Principal cairá para Day-Lewis.
Com oito nomeações cada, Moonrise Kingdom e Shame são os filmes mais nomeados aos Prémios Anuais do CCOP. Ambas as produções competem nas categorias principais de Melhor Filme e Melhor Realizador. Seguem-se Amour e Hugo, com seis nomeações cada, mas apenas o primeiro marca presença na categoria de Melhor Filme. A produção portuguesa Tabu recebeu três nomeações dos jurados, sendo mesmo o único filme nacional a ser nomeado nas categorias principais: Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Filme Português.
Todos os nomeados podem ser consultados aqui. Após o apuramento dos vencedores tecerei aqui alguns comentários acerca da lista.
Seja DGA, SAG, PGA, Critics' Choice ou Golden Globes. Ben Affleck ganhou-os todos. Na história da Academia só um filme conseguiu essa proeza e, tal como "Argo", não tinha conseguido a nomeação para melhor realizador. "Apollo 13" de Ron Howard limpou os troféus todos mas depois ficou a ver Mel Gibson e a sua ode à violência (chamemos-lhe filme prestígio que passa mensagem importante de luta pela pátria) "Braveheart" a vencer os Óscares todos.
Será "Apollo 13" a anomalia ou será exemplo para "Argo"? Para já, temos que assumir que o favorito ao Óscar de Melhor Filme está encontrado. Contudo, a corrida a sério só começa dia 8, quando a Academia enviar os boletins de voto. É aí que se soltam os cães, por assim dizer, e a Dreamworks e a The Weinstein Company estão a salivar. E a Fox, bem, é bom que a Fox acorde do coma induzido - "Life of Pi" tem, afinal, 11 nomeações. E o prémio de Melhor Realizador parece tão à mão de semear. Se fosse para Ang Lee era bonito, não?
Tudo isto para informar os mais desatentos que o efeito compressor da película de Ben Affleck continuou ontem à noite na cerimónia do Directors Guild of America, onde Affleck bateu Spielberg, Lee, Hooper e Bigelow pelo medalhão de ouro que certifica o melhor realizador do ano. De realçar ainda as vitórias na categoria de documentário para "Searching For Sugar Man" (que parece lançado tranquilamente para a vitória nos Óscares), Lena Dunham para Realização em Televisão - Comédia ("Girls") e Rian Johnson, premiado pela soberba realização de "Fifty-One", indiscutivelmente o melhor episódio da quinta temporada de "Breaking Bad".
Abaixo ficam todos os vencedores da noite:
Realização em Longa Metragem
Ben Affleck, "Argo"
Realização em Documentário
Malik Bendjelloul, "Searching for Sugar Man"
Realização em Telefilme e Minissérie
Jay Roach, "Game Change"
Realização em Drama Televisivo
Rian Johnson, "Breaking Bad"
Realização em Comédia Televisiva
Lena Dunham, "Girls"
Realização em Programas Ao Vivo/de Variedades Musicais
Há minutos foram revelados os vencedores da edição de 2013 do Festival de Sundance, certame que decorre nas planícies do Utah no princípio de cada ano e que se dedica especialmente a filmes alternativos, independentes, com o objectivo de lhes trazer maior visibilidade.
Com "Fruitvale" de Ryan Coogler (adquirido dias após a sua exibição pela titã The Weinstein Company, peritos da corrida aos Óscares) a vencer não só o Grande Prémio do Júri - Drama (sucedendo a "Beasts of the Southern Wild" e juntando-se a vencedores ilustres deste troféu como "Winter's Bone" ou "Precious") como o Prémio da Audiência - Drama (sucedendo a "The Sessions", sendo que "Precious" também venceu este prémio no seu ano), parece-me que temos aqui o primeiro candidato à corrida aos Óscares de 2014. Protagonizado por Michael B. Jordan ("Parenthood", "The Wire", "Friday Night Lights") e Octavia Spencer (vencedora do Óscar por "The Help"), "Fruitvale" conta a história verídica das últimas horas de vida de Oscar Grant.
De Sundance fico com vários outros filmes na retina para acompanhar ao longo do ano (de "Prince Avalanche" de David Gordon Green a "The Spectacular Now") e, essencialmente, com esta senhora (não me importam as críticas, estou morto por ver):