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DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

INSIDE OUT, de Pete Docter e Ronaldo Del Carmen

Não sou adepto de filmes de animação. O último que vi foi o Wall-E sei lá há quantos anos. Mas o cartaz de cinema está uma bosta e até Outubro tudo o que vem à rede é peixe.

 

Pixar Post - Inside Out characters closeup.jpg

 

Então lá me meti na sala de cinema para ver a versão original de Inside Out. Assim que a Amy Poehler começou a falar senti que as coisas podiam correr bem. E o argumento do filme é realmente vencedor, tanto para miúdos como para graúdos. Enquanto simplifica coisas tão naturais como os sentimentos ou as reações infantis, constrói um poderoso e complexo universo de pequenas criaturas, cada uma com o seu caderno de encargos sentimentais, que habitam no centro sistema nervoso das personagens.

 

Neste pequeno (grande) filme de bonecada há de tudo. Desde o mais primário dos sentimentos (o amor incondicional que nasce com uma criança) até às reações explosivas do principio da adolescência. E passa pela guerra dos sexos enquanto o desafia esterótipos. Tudo isto sem esquecer, claro, a qualidade técnica do filme - será que algum dia a Pixar vai parar de melhorar?

No que toca a animação, estou convencido...


"Coraline". "ParaNorman". E este novo trailer de "The Boxtrolls". A Laika está cá para as curvas. Finalmente um filme de animação que me aguça a curiosidade.


E já que falamos de animação, cá fica também o teaser do novo filme de Hayao Miyazaki ("Spirited Away", "Ponyo", "My Neighbour Totoro"), "The Wind Rises". 2014 promete.


Falemos da Pixar (uma vez mais)


Amanhã vou ver "Monsters University". Um frio peculiar sobe-me à espinha sempre que penso nisso - já assim foi com "Brave" - porque a Pixar já não é tão infalível como outrora. O que será que vou encontrar? As críticas já vão dando um indício - um bom filme, todas o dizem, não dos melhores da Pixar mas dos mais entretidos. Já o antecessor, "Monsters, Inc." o fora. E definitivamente muito melhor que "Cars" ou "Cars 2", o que chega para me deixar descansado. Veremos no que dá.

Entretanto, lembrei-me de desenterrar, agora que estão volvidos três anos (!) desde a estreia de "Toy Story 3" e, antes de acrescentar a nota de "Monsters University" (em 2010 decidi acrescentar "Toy Story 3" à lista; talvez não o devesse ter feito, porque acho que a visualização mais recente influenciou algumas posições na lista), aproveito para rever as escolhas de então e actualizar a lista com "Brave" e "Cars 2".

Em 2010, o melhor filme da Pixar para mim era "Wall-E", seguido pelo então acabadinho de estrear "Toy Story 3" (que infamemente foi batido por "How To Train Your Dragon" para melhor filme animado desse ano cá nos DAFA) e por "Finding Nemo" e "Ratatouille". "Up", para muitos o melhor filme da Pixar, era o meu quinto favorito, com "Monsters, Inc" logo atrás. Na cauda vinham os óbvios "Cars" e "A Bug's Life", largamente considerados dos piores do estúdio, acompanhados um pouco acima por "Toy Story 2" e "The Incredibles". 

Em 2013...


#13 CARS 2 (Lasseter, 2011) [em 2010: -]
#12 CARS (Lasseter, 2006) [11]

Sem sombra de dúvida os únicos filmes da Pixar sobre os quais só tenho quase coisas negativas a dizer. Por sinal, a sua franchise mais lucrativa (boys will be boys e gostarão sempre de carros). A sequela, por sinal, inspira em mim cada sentimento mais odioso...

#11 A BUG'S LIFE (Lasseter e Stanton, 1998) [10]

Mediocridade. Um bom avanço tecnológico para a altura e o primeiro filme Pixar a criar um microcosmos. Pouco mais que isso. 

#10 TOY STORY 2 (Lasseter, Unkrich e Brannon, 1999) [9]

Merecia mais, mas é da trilogia aquele que menos aprecio. Uma pena, porque para muitos é o favorito. Talvez deva tentar uma nova visualização, afinal já não o vejo há uns bons anos. De qualquer forma, para mim 1999 em animação resume-se a "The Iron Giant". Um dos grandes filmes animados de sempre. De sempre.


#9 BRAVE (Chapman e Andrews, 2012) [-]

Não percebo o ódio. É por a Pixar tentar um conto de fadas, uma especialidade mais adequada à casa mãe Disney? É por ser uma rapariga? É porque decidem passar um filme todo com duas personagens, duas mulheres, se bem que uma delas é um urso? Não entendo. Talvez o Pixar com o melhor e mais complexo protagonista.

#8 UP (Docter, 2009) [5]

E pensar que já achei este o melhor filme da Pixar... Mentira, nunca achei O melhor. Mas sempre esteve nos meus mais cotados. O problema é que retira-se a sequência de "Married Life" que serve de prelúdio à narrativa e o que temos? Um filme muito oco, desengonçado e que não sabe que mais fazer quando a história mais importante do filme foi contada nos primeiros dez minutos. De qualquer forma, muito mérito para o primeiro filme da Pixar a introduzir um protagonista de certa idade. Um risco curioso.

#7 TOY STORY (Lasseter, 1995) [7]

O primeiro. O que abriu a porta à revolução. O filme que mudou a face da animação. Merecia estar mais alto, possivelmente merecia até o primeiro lugar, mas o meu apego é maior aos seis "clientes" acima.


#6 THE INCREDIBLES (Bird, 2004) [8]

Fazer um filme de superherói melhor do que qualquer um que se consiga produzir com actores reais? Podem apostar. E o único Pixar do qual eu gostava de ver uma sequela. O Brad Bird é um enorme cineasta. Edna Mole anyone?

#5 TOY STORY 3 (Unkrich, 2010) [2]

O filme que fecha a trilogia com chave de ouro (uma tristeza que tenham logo ressuscitado as personagens para uma curta; nem um ano durou a retirada!). Era impossível pedir algo mais perfeito.

#4 MONSTERS, INC. (Docter, Unkrich e Silverman, 2001) [6]

Não estaria tão alto não fosse ter apanhado uma transmissão televisiva há pouco tempo. Por acaso fiquei a ver. Não me lembrava de gostar tanto do filme, dos seus temas, da sua simplicidade, da sua ternura e felicidade. É um feito gigante de entretenimento, uma criação muito original e um mundo tão incrível, peculiar e fascinante que nos apresenta. Não tem a perfeição de "Toy Story 3" ou a imensidão de "Finding Nemo" mas é dos mais completos da Pixar.


#3 FINDING NEMO (Stanton, 2003) [3]

Antes de John Carter, eu achava impossível que Stanton fizesse um filme que não fosse impressionante. Errei. Ele também. Somos humanos. Mas as suas duas criações em singular para a Pixar são espantosas obras-primas tanto em escala, como em ambição, como em conteúdo. Vão tão além do que um filme animado se propõe a fazer que é um milagre que por duas vezes a Pixar lhe tenha confiado rédeas para fazer o que ele quis. Da primeira vez, saiu isto.


#2 RATATOUILLE (Bird, 2007) [4]

Bird, outra vez. O melhor Pixar. A todos os níveis. Combina tudo aquilo que a Pixar faz de melhor com o que o cinema de Bird tem de melhor. Extremamente original e divertido e refrescante sem forçar a piada fácil. Não é a minha escolha pessoal para melhor de sempre mas se a razão mandasse mais que o coração, este seria o topo da lista...


#1 WALL-E (Stanton, 2008) [1]

... Todavia estas listas são pessoais e o meu cunho pessoal tinha que se revelar nesta primeira escolha. "Define Dancing". "Wall-E" tem uma segunda parte muito pior que o seu primeiro acto, quase imaculado, é verdade. Não é imune a críticas - a maioria delas eu até as percebo. Mas aos detractores só tenho a perguntar: vocês estão a ver bem ao que é que Stanton e C.ª se propôs, os temas maiores que o filme cobre, o desafio que é para ele - e a Pixar - ter como protagonista (e principal atractivo para o seu público-alvo) um robô que não fala? Lightning in a bottle. A Pixar agora pode fazer as sequelas todas que quiser. Treze anos depois de "Toy Story", atingiu o seu pico criativo (pelo menos para já). Quando dentro de cinquenta anos se fizer uma retrospectiva do melhor cinema de animação de sempre, este (e "Ratatouille" e obviamente "Toy Story", penso eu) serão os três filmes da Pixar mais relembrados.

A Disney está congelada... no passado



Começa logo bem, a mencionar os dois últimos grandes êxitos da casa, "Tangled" e "Wreck-it Ralph". O problema vem depois. Isto da Disney agora se lembrar de fazer do público-alvo dos seus filmes os rapazes tem que se lhe diga. Não aprendem nada com as receitas de bilheteira de "Brave" e "Tangled"... Se um filme for bom, os rapazes vão ver, seja ele com meninas protagonistas, com idosos ("Up!") ou com robôs ("Wall-E"). Não percebem que é a qualidade que determina no fundo o sucesso do filme?

Já conseguiram fazer do trailer do "Tangled" uma coisa completamente diferente do que o filme na realidade é (relembre-se o tenebroso trailer) e agora repetem a faceta com "Frozen", a sua nova animação, baseada no conto de fadas de Hans Christian Andersen, "A Rainha do Gelo", com Idina Menzel, Kristen Bell, Josh Gad e Jonathan Groff nas principais vozes e realizado por Chris Buck (realizou "Surf's Up!" e "Tarzan") e Jennifer Lee (escreveu "Wreck-it Ralph"). 


Parece um parente próximo de "Ice Age" ou de qualquer um dos filmes da Dreamworks e parece ter copiado a fórmula de "Tangled": a protagonista em busca de um destino maior, um parente querido com problemas (agora é a irmã, também interpretada por uma diva da Broadway como a anterior), dois sidekicks, antes o cavalo e o camaleão, agora, em terras frias, um boneco de neve e uma rena. E não falta ainda romance, com dois pretendentes pela mão da princesa Anna. Um ponto positivo: a música é de Christophe Beck, que nos presenteou com esta maravilha o ano passado.

Admito, tenho muitas expectativas. Para já não vi nada que me assuste mesmo, mas este material promocional dá cabo de mim. Espero, tal como aconteceu com "Tangled", que este trailer seja um indício traiçoeiro do que estará para vir.

E logo no mês em que vi menos filmes desde que me lembro...



É que o CCOP se lembrou de arranjar um filme que, segundo a nota, vou gostar mais que o meu tão amado "No" de Larraín. "Arrugas" é quem consegue esse enorme feito. Vou ter mesmo de reservar um tempinho para o ver.

Cá fica o trailer e, como sempre, podem consultar o top de Maio e outros tops no sítio oficial do Círculo de Críticos Online Portugueses AQUI.

Curtas animadas nomeadas ao Óscar: não era eu que queria ter de escolher...


Um ano excelente de curtas-metragens (na continuação de 2011, com "La Luna" da Pixar, nomeada o ano passado ao Óscar, a abrir "Brave"). Não gostava de ter que ser eu a escolher entre estas...

"Paperman"

A música composta pelo realizador John Kahrs dá-lhe um efeito especial que as outras não têm, a juntar à sua fantástica pequena história. O favorito a vencer.




"Head Over Heels"

Ainda por cima é apenas um trabalho final de licenciatura, que venceu o Annie de Melhor Trabalho Estudantil este ano.




"Fresh Guacamole"




"Adam and Dog"

Possivelmente a melhor delas (e isso é dizer alguma coisa), vencedora do Annie para Melhor Curta em 2012.




Fica a faltar a quinta nomeada, "Maggie Simpson: The Longest Daycare", a única que não tenho assim nenhuma particular recomendação a deixar. É gira, como um episódio bom dos "The Simpsons". Podem vê-la AQUI.




Para vocês, qual a melhor?