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DIAL P FOR POPCORN

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Óscar de Melhor Filme Estrangeiro: Morremos como um Homem

E depois de tanta especulação feita aqui no blogue acerca de quem seria o nosso melhor candidato para submissão à corrida do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, eis que os jurados seleccionados pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) escolheram... a coisa mais controversa, mais difícil de vender e mais complexa que havia entre as potenciais opções.

"Morrer como um Homem", realizado por João Pedro Rodrigues ("O Fantasma"), é o nosso candidato ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010. E posso desde já dizer que não tem qualquer hipótese de ser sequer tido em consideração para uma nomeação (leia-se: short-list), quanto mais ser nomeado mesmo.


É divisivo da pior maneira possível: "Morrer como um Homem" é um filme sobre uma transsexual de um bar drag lisboeta que se debate com problemas na sua vida profissional (substituída por dançarinas mais novas) e pessoal (namorado que a pressiona a assumir-se como mulher, coisa que ela (ele?) como religiosa que é, não consegue aceitar por completo e o seu filho, que ela (de novo: ele?) não vê há anos vem para a encontrar) e que descobre que uma infecção no silicone dos seus seios a põe em perigo de vida. Decide então partir de volta aos locais que conheceu enquanto criança mas faz uma descoberta misteriosa (para a pôr da forma mais "normal" que consigo - vários minutos de ecrã inexplicavelmente a mudar para magenta, sem nada que aconteça a não ser as duas personagens numa floresta supostamente "encantada") que lhe revolve o mundo. O filme, ao entrar no seu último terço, é uma bela duma confusão (imperceptível ao nível de "O Fantasma", na realidade) que arruina o que vimos até então, terminando previsivelmente com o protagonista a "morrer como um homem".


O filme foi bem recebido no Festival de Cinema de Cannes e no Festival de Cinema de Nova Iorque (NYFF), o que pode explicar parcialmente a decisão do júri, mas alguém acha que com um tema destes e uma história deste género este filme pode ter alguma pretensão de ir mais além? Bem, esperemos que sim. Mas eu não estou muito optimista, embora reconheça que o filme é um estudo comportamental algo fascinante - daria ao filme um B-.


E parabéns ao Tiago Ramos (Split-Screen) que acertou na previsão / sugestão.

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