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DIAL P FOR POPCORN

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MY WEEK WITH MARILYN (2011)




Little girls shouldn't be told how pretty they are. They should grow up knowing how much their mother loves them.


A 15 de Janeiro de 2012, precisamente cinquenta anos depois, o nome de Marilyn Monroe volta a ser mencionado numa cerimónia de entrega de prémios. Michelle Williams vence a categoria de Melhor Actriz - Comédia/Musical pela sua interpretação como Marilyn Monroe em "MY WEEK WITH MARILYN", relembrando - e bem - no seu discurso que vencera o prémio que o astro que interpretou havia vencido também (aliás, o único prémio que a indústria cinematográfica lhe conferiria) em 1960, por "Some Like It Hot". O que é, para mim, mais peculiar é que Michelle Williams tenha vencido o troféu cinquenta anos depois da última aparição ao vivo de Marilyn Monroe, que recebeu o Globo de Ouro para Melhor Estrela Feminina do Cinema, um prémio nos dias de hoje extinto. Monroe viria, de forma infame, a falecer cinco meses depois, em Agosto de 1962. Tinha 36 anos. Não conseguiria imaginar uma forma mais bonita de Monroe ser homenageada do que esta, se bem que acredito que tenha sido acidental.


Voltando ao filme. Foi dito que ninguém conseguiu, consegue ou conseguirá encarnar Marilyn Monroe. É, de facto, uma tarefa hercúlea, efectuar o malabarismo entre a doçura, a sensualidade, a graciosidade, a ingenuidade, o brilho, o talento e a beleza, todas as qualidades que compunham Marilyn Monroe. Ninguém será mais bonito que ela, ninguém alguma vez será mais sensual. Não há no cinema outra como ela - e nunca mais irá haver. Marilyn Monroe surgiu e pereceu como um astro cintilante, um cometa que nos veio iluminar esta Terra por um muito curto espaço de tempo. Com o seu falecimento, o mito permaneceu. Contudo, o que é de valorizar em Marilyn Monroe - e que muito poucos, no seu tempo ou mesmo contemporaneamente, se lembram - é que Monroe era uma representação, um último acto da peça que narrava a vida de uma jovem, Norma Jean, que se entretinha a fingir que era outra pessoa, esta Marilyn Monroe, uma deusa do amor e da sexualidade, que por sua vez decidiu entreter-se a fingir que era uma talentosa actriz, capaz de desaparecer no papel quando a personagem era certa. Assim, retratá-la torna-se impossível. Ou quase. Porque aqui se introduz na equação Michelle Williams, uma das maiores (quiçá a maior) actriz da sua geração, uma mestra na incorporação dos papéis que aceita, um verdadeiro camaleão que habita o íntimo das suas personagens e as faz brilhar. E, tal como a original, a sua Marilyn Monroe brilha. Aliás, ela cega com o seu brilho. Williams pode não ter o andar correcto, pode não ter as formas corporais exactamente iguais, mas a sua Marilyn é indubitavelmente tão ou mais carismática e impressionante quanto a original. A sua interpretação não parece nem um pouco forçada. Claro que ajuda que Williams esteja na verdade a mostrar-nos não como Marilyn era mas a forma como o seu mito é projectado nas nossas mentes nos dias de hoje; ela mostra-nos, essencialmente, como Colin Clark a via (e, por consequência, como a grande maioria de nós a vê, com uma presença tão forte, charmosa e constante que é não dá para nos rendermos a ela). É por isto também que a abordagem de Williams aos momentos de insegurança, de raiva, de angústia de Marilyn Monroe são tão poderosos. Desumanizando a personagem nos momentos mais icónicos, mas cobrindo-a de uma fragilidade e sensibilidade muito palpáveis nos momentos em que ela se encontra mais só, Williams mostra-nos que finalmente chegou a um patamar de excelência só ao nível das maiores actrizes de sempre, como Meryl Streep, Katharine Hepburn, Bette Davis ou Ingrid Bergman.



Para nossa infelicidade, é uma pena que o filme não perdure tão bem na memória quanto a interpretação da sua protagonista. Tal como a própria Marilyn Monroe, "MY WEEK WITH MARILYN" não sabe muito bem o que quer, alternando entre o inconsequente melodrama, a comédia leve e o romance histórico, sem qualquer rumo e fio narrativo, conferindo muito pouco background às personagens para podermos expressar qualquer emoção acerca do que lhes acontece. O filme é baseado no livro de memórias de Colin Clark (Eddie Redmayne, um actor a quem reconheço talento mas que me incomoda solenemente, aqui traído pela parca profundidade que a sua personagem tem), que trabalhou como assistente de produção para "The Prince and the Showgirl", um filme realizado e protagonizado por Sir Lawrence Olivier (Kenneth Branagh, num casting óbvio mas que resulta na perfeição) e para o qual convidou, sem dúvida para trazer mais reconhecimento à produção, Marilyn Monroe (Williams) para ser sua co-protagonista, um filme que assim juntaria a mais famosa estrela de cinema do mundo e aquele que era reconhecido como o maior actor de então.

O filme, famigerado por imensos problemas de produção, ficou também famoso pela dificuldade de entendimento entre Olivier e Monroe, ora porque o primeiro não entendia o propósito do Método - Monroe, quando se apresentava no set, era acompanhada pela sua professora de representação, Paula Strasberg (Zoe Wanamaker), esposa do inventor do Método, que constantemente alterava ordens dadas por Olivier - ora porque Monroe não era, digamos, a maior profissional. Entre inúmeros ataques de raiva, sessões de choro, indisposições e fugas, Monroe enfureceu Olivier a ponto de este querer cancelar a rodagem do filme. Por entre as gravações, vamos sendo dados a conhecer mais e mais sobre quem era esta famosa mulher que tinha o mundo aos pés e vamos percebendo que a vida galante dela não correspondia bem ao que ela esperava. O elenco inclui ainda Julia Ormond no papel de Vivien Leigh (pouquíssimo impressionante, ainda para mais se tivermos em conta o quão fascinante era a original Leigh), Judi Dench como Sybil Thorndike (nada a acrescentar sobre o papel, tão pouco marcante que é) e Emma Watson como uma costureira por quem Colin sente grande afecto.



Apesar das muitas falhas e problemas que a película de Simon Curtis tem, chegamos a um ponto em que falar de "MY WEEK WITH MARILYN" é falar de Kenneth Branagh e Michelle Williams. Se desta última já falámos imenso, há que discutir os méritos do primeiro. Uma interpretação notável de Branagh, que apesar de não ter o estóico aspecto de Olivier compensa pela vitalidade e voluptuosidade que confere à personagem, copiando a voz cortante e ríspida, conseguindo ao mesmo tempo reter a elegância e o ar irresistível do original, personificando sem mácula o desespero e esgotamento de um homem - só por acaso a maior lenda do cinema britânico - testado por uma novata ainda por deixar a sua marca no mundo do cinema e, pior do que isso, imune ao seu charme. Soberbo. Olivier, claro, detestaria esta representação. Duas nomeações aos Óscares bastante merecidas e, na verdade, o prémio merecido para este filme, que pouco mais almejava. Não apresenta nada de novo sobre o ícone, mantendo apenas viva a ideia do mito de Monroe. Há que lhe agradecer por mais uma grandiosa interpretação de Williams. E isso, para mim, já é mais que suficiente.




Nota Final:
C+

Informação Adicional:
Ano: 2011
Realização: Simon Curtis
Argumento: Adrian Hodges
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Judi Dench, Emma Watson, Julia Ormond, Toby Jones, Dougray Scott
Banda Sonora: Conrad Pope (e Alexandre Desplat - "Marilyn's Theme")
Fotografia: Ben Smithard

BLUE VALENTINE (2010)



 "Tell me how I should be. Just tell me. I'll do it."


Há quem diga que o maior desafio que podemos enfrentar nesta vida é amar uma pessoa. Depois de ver BLUE VALENTINE, eu diria que concordo em absoluto. Retratando um romance trágico digno dos maiores épicos de outras eras do cinema, o filme com que Derek Cianfrance se estreia como realizador não podia ser uma experiência mais pessoal e introspectiva, uma imagem cruel, arrasadora mas honesta e inflamada dos altos e baixos de uma relação. A relação falhada destes dois jovens serve de pano de fundo a algo muito maior que uma história, a algo pelo qual todos temos que eventualmente passar na vida: aprender a lidar com o amor de uma pessoa. E enquanto Dean e Cindy tentam remendar a sua união na tela, nós, meros espectadores, ficamos com o coração nas mãos - conseguirão eles recuperar a sua felicidade juntos?


O filme abre com Dean (Ryan Gosling), de aspecto descuidado, com um cigarro e uma cerveja na mão, a brincar com a filha Frankie (Faith Vladyka). De repente surge-nos a sua mulher, Cindy (Michelle Williams), atarefada, preocupada, irritadiça, bonita mas desarranjada. A relação de ambos, nota-se, encontra-se em estado de deterioração. As mágoas guardadas de há muitos anos atrás começam a deixar sinais visíveis de saturação e tudo parece ser motivo para discórdia e discussão. Os dois já não fazem bem um ao outro, são corrosivos, destrutivos, quando estão juntos. O realismo conferido à situação é impressionante, conseguindo Cianfrance fazer-nos perguntar como é possível que estes dois um dia se tenham apaixonado verdadeiramente um pelo outro.  Pois bem, o filme decide responder-nos e salta vários anos no passado, a uma altura em que Dean, um jovem zé-ninguém, bem-disposto e divertido, charmoso e bem-parecido, começava a sua vida despreocupadamente e se interessa por uma rapariga bonita, inteligente e cheia de vivacidade e alma chamada Cindy. A química entre os dois é explosiva (como se comprova pelas enternecedoras cenas de conquista) e complementam-se na perfeição: Dean, que nunca conheceu verdadeiros valores familiares, obtém de Cindy estabilidade e companhia. Cindy, cujos pais não se amavam realmente, fica encantada com a estabilidade emocional e o estado de espírito positivo e apaixonante de Dean. O filme alterna entre a realidade presente, em que vemos Dean e Cindy derrotados pelas circunstâncias da vida, e o momento no passado em que a sua relação se iniciou, em que os conhecemos mais livres, mais jovens e despreocupados, com a vida toda pela frente, como se procurasse perceber o que é que correu mal.


Ao contrário de muitos filmes que abordam este tema, é nos pequenos detalhes, neste mosaico de momentos que constroem a manta que é uma relação, que Derek Cianfrance e os outros dois argumentistas fazem o filme destacar-se. Seis anos volvidos desde o momento que se conheceram, é óbvio para o espectador que Cindy está física e mentalmente exausta e que só milagrosamente ainda suporta a companhia de Dean. E é igualmente claro que Dean é relativamente indiferente a tudo isto: desde que ele possa viver o dia-a-dia dele em paz e sossego, beber cerveja todo o dia e ser amado pela mulher e pela filha, para ele está tudo bem. Ele é basicamente um miúdo preso num corpo de gente grande e é por isso que Cindy fica tão irritada com ele. Isto é particularmente fácil de perceber na cena passada no motel barato onde Dean e Cindy decidem passar uma noite. Dean praticamente implora por sexo. Cindy afasta-o com uma gélida indiferença e rude falta de afecto que demonstra indubitavelmente o quanto ela não o quer e ele a repulsa.


Cindy sabe que Dean estará sempre ao lado dela e da sua filha, para a qual ele é um bom pai. Cindy sabe disso e agradece-lhe. Só que a vida trocou as voltas a Cindy e o seu controlo sobre ela fugiu-lhe. E Cindy foi acumulando a sua raiva e frustração até não poder mais. Cindy nunca quis casar-se. Cindy não queria ter tido uma filha tão cedo. O romance entre Cindy e Dean não era suposto ter progredido assim. Mas foi assim que as coisas se passaram. E é por isso que a falta de ambição, a despreocupação e o desperdício do potencial de Dean - e o facto de ter de ser ela a suportar a família - tanto incomodam Cindy. Para Dean, casar-se com Cindy foi o alcançar do seu máximo potencial. O casamento e a família era o grande plano de Dean e, estando isto atingido, ele desistiu de tentar, pura e simplesmente. A vida, para ele, podia ser vivida sem o mínimo entusiasmo e planeamento. A missão dele está cumprida. Daí ele não perceber a insatisfação e descontentamento de Cindy - afinal, ele ama-a - não é isso suficiente para que ela o ame de volta?


Que o equilíbrio delicado entre os dois protagonistas desta história funcione tão bem é prova do enorme talento dos seus dois intérpretes. Ryan Gosling é, sem margem para dúvida, o maior actor da sua geração. Imerso profundamente no personagem, conserva todos os elementos fundadores da sua personalidade ao longo das duas partes distintas da história, conferindo no entanto características diferentes aos dois estados de Dean. O primeiro Dean é um ser-humano completo. O Dean mais velho é uma sombra, um fragmento do seu "eu" passado, um homem de coração partido, destruído pela vida e pela dificuldade em manter uma relação que desde o início se revelou imensamente complicada de gerir e pela qual fez tudo. A sua dor é palpável e o seu sofrimento ao sentir a indiferença da mulher, mesmo ele dando tudo por ela, é de partir o coração. Ainda para mais porque as suas cenas com a filha, por contraste, mostram-no muito diferente, irradiando carinho e alegria. Já Michelle Williams ficou com o papel mais complicado dos dois. Ela é muito mais reactiva, um reflexo mais rígido e impávido que contrasta com a extroversão e paixão que caracterizam a sua cara-metade. Todavia, é naqueles momentos de raiva silenciosa em que parece querer libertar-se das suas frustrações e desatar aos gritos que Cindy se revela. Ela é pura e simplesmente uma mulher que não escolheu a vida que lhe coube - e que, pudesse ela voltar atrás, tudo faria para dela fugir. Está a suportar e a esconder sentimentos há tempo demais. É uma pessoa desesperada, sem esperança, sem rumo. E que não gosta de estar assim. Que este conflito de alma nos seja passado de forma imensamente convincente é um testemunho à grande qualidade desta surpreendente actriz.


Como disse no início, BLUE VALENTINE parece ser um relato extremamente detalhado e pessoal. Talvez seja. Talvez o segredo da realização brilhante de Derek Cianfrance esteja na experiência de ter passado por aquela situação. Seja como for, valeu a pena os doze anos que ele levou a conseguir produzir, realizar e lançar o filme. Esta experiência visceral, dolorosa, que nos analisa a alma e testa os nossos sentimentos, que nos faz chorar e rir ao sofrer com o destino destas personagens, merece o tempo de espera que teve. Cianfrance parece arrancar-nos as entranhas, sem piedade nem dó, lançando-nos num turbilhão de emoções. Acompanhando cada momento excepcional na vida a dois deste casal, Cianfrance deixa-nos ver com os nossos olhos como as coisas acontecem a longo termo. BLUE VALENTINE é a história de uma relação como tantas outras. Algumas acabam bem, algumas acabam mal. Pelo caminho, ficam alegrias, dramas, tristezas, discussões, tudo pontos de paragem no caminho que é a vida. Quando começamos um romance, nunca sabemos o que verdadeiramente nos espera - e em BLUE VALENTINE, vemos Cindy e Dean agarrarem-se o máximo que conseguiram ao deles - e o quanto custou a Cindy deixá-lo ir.

Um dia conheces o amor da tua vida e vives feliz para sempre. Era bom que fosse assim tão fácil.




Nota Final:
A-

Informação Adicional:
Realização: Derek Cianfrance
Argumento: Derek Cianfrance, Joey Curtis, Cami Delavigne
Elenco: Ryan Gosling, Michelle Williams, John Doman, Mike Vogel, Faith Vladyka, Ben Shenkman
Fotografia: Andrij Parekh
Ano: 2010

Trailer:

UPDATE: "Somewhere" leva Golden Lion em Veneza!


E numa jogada surpreendente, é "SOMEWHERE", o novo filme de Sofia Coppola sobre a vida em Hollywood (e supostamente baseado em parte na vida com o seu pai, o renomado realizador Francis Ford Coppola), que leva o Leão de Ouro, prémio máximo do Festival de Veneza, para casa. Contrariando as expectativas e as previsões, que tinham escolhido "Black Swan", "Black Venus", "Silent Souls" e "Meek's Cutoff" como grandes favoritos, o filme foi "votado de forma unânime", segundo diz Tarantino, que ainda acrescenta que "o filme encantou-nos logo quando o vimos, mas com o tempo foi crescendo e crescendo nos nossos corações, na nossa análise, na nossa mente e nos nossos afectos". Portanto, nada de insinuar coisas pelo facto de ele ter namorado com Coppola no final dos anos 90. Contudo, não deixa de ser uma escolha nada consensual.

Quem também foi escolhido pelo júri e considerado escolhas algo controversas foram o Melhor Actor e a Melhor Actriz seleccionados pelos jurados do certame. Vincent Gallo chegou mesmo a ser apupado e assobiado. Ariane Labed foi algo completamente imprevisível, até porque todo o mundo apostava que uma das três grandes actrizes presentes em competição, Michelle Williams, Catherine Deneuve e Natalie Portman (todas com extraordinárias interpretações), fosse a vencedora. Bem, será de algum contentamento para "Black Swan" o prémio de Melhor Jovem vencido por Mila Kunis, diria eu. Já não é mau.

Confira a lista de prémios:

LEÃO DE OURO para Melhor Filme:
"Somewhere", by Sofia Coppola

LEÃO DE PRATA para Melhor Realizador:
Alex de la Iglesia for “Balada Triste de Trompeta”

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI:
“Essential Killing” by Jerzy Skolimowsky

TAÇA VOLPI para Melhor Actor:
Vincent Gallo for “Essential Killing”

TAÇA VOLPI para Melhor Actriz:
Ariane Labed for “Attenberg”

OSELLA para Melhor Argumento:
Alex de la Iglesia for “Balada Triste de Trompeta”

PRÉMIO MARCELLO MASTROIANNI para Melhor Actor/Actriz Jovem:
Mila Kunis for “Black Swan"

OSELLA para Melhor Fotografia:
Mikhail Krichman for “Silent Souls”

LEÃO ESPECIAL:
Monte Hellman

PRÉMIO CINEMA EUROPEU:
“The Clink of the Ice”

LEÃOZINHO DE OURO (Golden Lion Club), prémio atribuído pelos jovens:
“Barney’s Version”

QUEER LION para Melhor Filme Gay:
“In the Future”


Mais prémios:

Prémio UNICEF:
"Miral" de Julian Schnabel

PRÉMIO CONTRAPONTO para Melhor Filme Italiano:

"20 Sigarette" de Aureliano

LEÃO DO FUTURO / Prémio Luigi de Laurentis:
"Cogunluk (Majority)" de Seren Yüce


Secção Horizonte (ORIZONTI) - Realizadores do Futuro:

FILME HORIZONTE:
"Verano de Goliat" de Nicolás Pereda

PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI:
"The Forgotten Space" de Noël Burch e Allan Sekula

MELHOR MÉDIA-METRAGEM:"Tse (Out)" de Roee Rosen

MELHOR CURTA-METRAGEM:
"Coming Attractions" de Peter Tscherkassky

MELHOR CURTA-METRAGEM VENEZA:
"The External World" de David O'Reilly

MENÇÃO ESPECIAL:"Jean Gentil" de Laura Amelia Guzmán e Israel Cárdenas