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DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

STILL ALICE* (ou o filme que deu o Óscar à Juli)

Há três anos escrevi um dos artigos mais visitados no antigo estaminé sobre esta maravilhosa artista que é Julianne Moore. Na altura disse:

"Uma actriz sem nada mais a provar, JULIANNE MOORE continua a mostrar, ano após ano, mesmo aos cinquenta e dois anos, por que razão é considerada uma das maiores actrizes da indústria e, diria até, de sempre."

 

Hoje reitero este apreço que tenho por ela, que mais dois anos volvidos, juntou ao seu naipe de cartas as interpretações em "Game Change" e sobretudo este ano em "Maps to the Stars" e "Still Alice", pelo qual futuramente será coroada como melhor actriz de 2014. Alice Howland, Havana Segrand, Cathy Whitaker, Laura Brown, Linda Partridge, Barbara Baekeland, Sarah Miles, Amber Waves, Marian Wyman, Carol White. Além de brilhantes retratos de mulheres especiais, todas partilharam a alma com a atriz que lhes deu vida: Julianne Moore, que faz o seu trabalho parecer espectacularmente fácil.

 

 

Não é fácil atravessar a ténue linha entre a farsa e a naturalidade quando se interpretam personagens com deficiências ou doenças. Julianne Moore fá-lo com a simplicidade e a precisão com que consegue tudo o resto. A sua Alice é indescritível, única, completa. Um ser humano com uma vitalidade e uma clareza que só uma actriz de imenso gabarito a poderia envolver de tanto amor, tanto afecto, tanta coragem, tanta solidão. A sua Alice tem uma vida cheia - e nós só a conhecemos já ela está a terminar. Um espírito imenso, inquebrável pelo declínio irreversível e fulminante provocado por esta terrível doença. 

 

Quando a abandonamos, Alice já quase não é "Alice" e o silêncio que perdura vale mais que mil palavras de um diálogo, deixando-nos visivelmente destroçados. A última vez que me senti tão comovido por uma interpretação que envolve esta magnitude de transformação física e psíquica envolvia uma octagenária (Emmanuelle Riva) no seu último suspiro de vida. Também aí o coração parte-se-nos ao ver uma mulher outrora independente e presente desaparecer perante os nossos olhos.

 

 

A profunda tristeza que nos assome é mais do que natural - o sufoco e desespero que Alice sente ao ver toda a sua história, todas as suas memórias, tudo aquilo que faz ela ser o que é, passa para o lado de cá do ecrã como uma valente bofetada. No bom sentido.

 

Compassivo, sensível e doce, "Still Alice" é um filme modesto, pequeno, com um objectivo muito bem definido, no qual sucede admiravelmente. Competentemente realizado, fotografado, editado e interpretado, poder-se-ia ambicionar que o filme quisesse mais para si próprio. Abordar melhor o papel do cuidador, as emoções e as tribulações que atravessam a cabeça do marido e dos filhos de Alice. Focar-se mais em outras pessoas em redor de Alice que não a sua família directa. O mundo parece fechado em "Still Alice" - e dado que Lisa Genova, autora do livro, procurava mostrar o lado do paciente, é mais que natural. O filme, seguindo o mesmo rumo, acaba por nos propiciar um verdadeiro espectáculo a solo de Julianne Moore. Penso que ninguém se terá importado.

 

Uma menção final para Ilan Eshkeri. Trabalho sólido há anos, a merecer subida de escalão para as grandes produções.

 

 

 

 

WHIPLASH, de Damien Chazelle

À Birdman:

"WHIPLASH, ou O Inesperado Narcissismo de um Artista" 

 

 

Eu gosto de um bom filme sobre o sacrifício na arte. E gosto de jazz. Não gosto, contudo, quando um filme que tanto é aclamado por abordar estes temas não tem uma ideia que de jeito se aproveite sobre eles, nem sobre originalidade, criatividade, talento ou inspiração. Um filme que ironicamente celebra a moral de que ser um sacana intratável é que resolve as situações e que apresenta uma ideia tão distorcida quanto parva de um vale tudo entre um artista torturado (Milles Teller a contrariar registo recente e a fazer de choninhas) e um louco sadomasoquista desde que no final o rapaz chegue "lá" (onde, especificamente, não importa). 

 

Olhem para o esforço do gajo. Tanto suor, tanta bolha, tanto sangue. Não vai aguentar, não tem hipótese. Olha para aquele mentor, que sádico, que demoníaco, que tortura física e psicológica, não se faz. E olha esta música tão acelerada. E olha para ele a dar-lhe cada vez mais rápido. Até a mim me está a dar uma taquiarritmia. Só que não.

 

 

Cinco minutos do JK Simmons (que está bem, de facto, embora só lhe dêem uma nota para entoar ao longo de todo o filme) e já dá para tomar o gosto a todo o arco da personagem. Claramente que o Sr. "ninguém estraga a minha banda" faria precisamente isso só porque acredita que um dos seus alunos pode ir mais além. Plausibilidade. Um grande problema deste "Whiplash".

 

(esperem, ainda estou a palpitar com a sequência do moço a praticar para o grande espectáculo final, a fazer inveja à sequência de treino do "Rocky"...Também tocou a "Eye of the Tiger" lá pelo meio dos tambores e dos pratos a serem percutidos a alta velocidade ou fui eu que imaginei coisas? Não?)

 

E que dizer de uma cena na transição do segundo acto que é tão ridícula quanto surreal que só serve para repisar - uma vez mais, porque as vezes que já tinham sido intuídas ao longo do filme não eram suficientes - que o rapaz é capaz de morrer pela sua arte. Que dizer ainda da introdução da personagem feminina que só serve para o filme poder cumprir uma checklist de eventos narrativos (bem como o pai) para poder avançar o enredo (momento! momento! momento! - uma manta de retalhos de cenas críticas, coladas com a perfeição de um relógio suíço, disfarçadas na coesão pelo conteúdo musical que ensurdece até o mais atento dos espectadores). Que dizer, só para terminar, daquela cena final (depois das múltiplas vezes que revirei os olhos por não conseguir conter mais o meu cepticismo) que só pode ser possível no mundo de um esquizofrénico? É que no mundo real não é seguramente.

 

 

Se calhar o problema é meu por não me ter embrenhado na experiência. Style over substance. Será isso? Este Chazelle parece que andou a ver como imitar o "Black Swan" e outros semelhantes. Até técnicas semelhantes às do Aronofsky usa. Só que onde este usa a iconografia e simbolismo para acrescentar profundidade à cada vez maior deteroriação psíquica da sua protagonista, Chazelle aplica para relembrar (como se fosse preciso) que o esforço do rapaz na sua busca pela perfeição está a ser demasiado para ele aguentar. Uma vira louca, o outro colapsa da ansiedade e cansaço. Nem comparemos a riqueza estilística de ambas as abordagens.

 

No final do dia, pouco sumo consegui retirar do que "Whiplash" quer dizer, mesmo sobre a sua própria história do custo de ser uma lenda. O que é, afinal, ser grande? Não deu para perceber. Não desminto que o filme é interessante, todavia tentar fazer dele uma obra prestigiante, sobretudo quando nos lembramos da queda virtiginosa da plausibilidade da película quanto mais o filme progride e quando, no fundo, o filme pouco mais parece do que a curta-metragem que lhe deu origem em loop... É esticar a corda.

[Caça ao Óscar]: Montanha Russa

A Caça ao Óscar é uma nova rubrica (que espero lançar todas as segundas) em que discutimos as movimentações, qual tabuleiro de xadrez, na corrida aos principais prémios - sobretudo os Óscares da Academia.

 

Estamos num ano de corrida aos Óscares bastante interessante. Bem, quer dizer, se excluirmos a previsibilidade de Julianne Moore ser coroada melhor actriz (e até que enfim, bem merece ela um ano de rolo compressor), bem como J.K. Simmons e Patricia Arquette limparem tudo o que é prémio à face da Terra. Arrumando esses três troféus que estão, de facto, já resolvidos, a situação adensa-se, com a atribuição dos Screen Actors Guild (SAG) e dos Producers Guild Awards (PGA), os prémios dos actores e dos produtores, esta semana, a darem umas pinceladas de mistério a duas corridas que pareciam decididas. Eu sei que parece pouco, mas com a Academia, é gigante.

 

 

O Eddie Redmayne, assim devagarinho, vai arrancando o troféu das mãos do Michael Keaton. Parece impossível, pensam vocês, como é possível um veterano actor tão respeitado como o Keaton não ter a estatueta quase garantida. Pois. É que o pintarolas do Redmayne é britânico (pontos bónus instantâneos - ou não fossem os SAG lembrar-nos ontem que ainda passa na televisão Downton Abbey, tal a obsessão que os americanos têm com o reino de sua Majestade), tem charme na carpete vermelha (coisa em que o pobre do Keaton já não se safa) e faz de Stephen Hawking - que, caso não saibam, é uma pessoa viva (mais pontos), famosa (mais pontos), com uma deficiência/doença grave (pontos infinitos). As contas não estão muito favoráveis para o antigo Batman, não é verdade?

 

A situação até parecia bem encaminhada: cada um levou o seu Globo para casa, depois um Critics' Choice para o Keaton e parecia que os SAG também iam tombar para o Keaton (actores a premiar actores, seria natural que aquele que trabalhou com mais gente na sala ganhasse) e os BAFTA iam coroar o Redmayne, levando a corrida até ao fim. Ora que os SAG, tão dados a seguir a corrente (ou não), premiaram o Redmayne. Resta-me dizer que 17 dos últimos 20 vencedores do SAG levaram o Óscar para casa, os últimos dez consecutivamente (incluindo moços como o Jean Dujardin). Logo... Pobre Michael Keaton. É possível recuperar? Bem, eu acho melhor o Eddie começar a preparar o discurso...

 

 

A outra grande reviravolta na corrida que saiu dos SAG ontem à noite foi a vitória de "Birdman" para melhor elenco. À partida, não quer dizer nada ("American Hustle" venceu em 2013, por exemplo; "The Help" em 2012). Mas se juntarmos a vitória nos PGA começa a cozinhar-se aqui algo de interessante. É que com isto tanto "Boyhood" como "Birdman" têm um precedente peculiar que se coloca contra eles na corrida - e para um deles ganhar, vão ter que quebrar recorde. 

 

"Birdman" será, vencendo o Óscar, o primeiro filme em 26 anos (desde "Ordinary People") a vencer o prémio sem nomeação para melhor edição (uma das categorias da parte inicial dos Óscares que costuma indicar qual o vencedor; uma espécie de boost das apostas, se quiserem). "Birdman" tem ainda a agravante de ter perdido o Globo (para "Grand Budapest Hotel") e o Critics' Choice (para "Boyhood"). Há uma semana atrás estava arrumado. Agora, parece muito em jogo. Game point: Boyhood.

 

Mas esperem lá: o PGA normalmente alinha sempre com o vencedor do Óscar, só não o tendo feito em 3 anos (2003-2006) nas últimas décadas. E o PGA é o único precursor, como o Óscar, que é votado por boletim preferencial. Se somarmos o SAG, a percentagem de acerto ainda cresce mais. "Boyhood" seria o primeiro filme desde "The Departed" a vencer o troféu sem vencer o PGA. Estou a ver um "The Social Network"-gate a repetir-se. Game point: Birdman.

 

Ficamos à espera do que o DGA e os BAFTA ditarem. O primeiro, apesar de ser o prémio dos realizadores, consegue ser o melhor precursor para adivinhar o Óscar de melhor filme (uma ironia parva, a meu ver). Os segundos adoram ser patriotas por isso não se admirem de ver "The Imitation Game" fazer um saque nas categorias quase todas, salvo Redmayne.

 

O que ao menos me deixa contente é que se a corrida for entre "Birdman" e "Boyhood", todos ganhamos. São duas grandes conquistas por parte dos respectivos realizadores. Um deles um empreendimento brutal construído do nada ao longo de doze anos, uma experiência vital e efervescente do que é o cinema independente norte-americano. O outro uma quase obra-prima de um realizador na plena posse das suas capacidades, que englobando um elenco de luxo constrói uma lição sobre o narcissismo e espírito crítico do ser humano e do seu infinito potencial para se reinventar e ultrapassar obstáculos. Nenhum é o típico "filme de Óscar". Ambos me admiram conseguirem chegar a esta fase com aspirações legítimas a vencer. 

 

Eu só espero é que o "American Sniper" não venha arruinar os festejos. É que aquele pastelão do Clint já vai com 200 milhões de dólares ganhos na bilheteira. Já devia saber que o Dirty Harry não é para brincadeiras, mesmo aos 84 anos.

 

Recomeçar

 

Não é o primeiro artigo de regresso deste blogue - o João já tratou dessa inauguração - mas é o primeiro artigo nesta plataforma nova à qual nos decidimos juntar. O antigo DPFP ainda vai permanecer aberto por mais algum tempo, mas dentro em breve reencaminhará directamente para aqui; por isso, caros amigos, anotem o endereço novo, que deixa de terminar em "blogspot.pt" e passa a ter "blogs.sapo.pt" no final.

 

Esta mudança acaba por funcionar como o culminar de uma necessidade de renovação, de recomeço, que sentíamos em relação ao DPFP. Este tempo afastados acabou por fazer-nos perceber que nos tínhamos esquecido em parte da ideia inicial que levou à criação do blogue. E então decidimos fazer um reset. Este reinício já pode ser visto com a nova rubrica iniciada pelo João, a [Couch] e continuará com novas rubricas que vamos introduzir por cá. Prometemos que vão ser mais leves e divertidas (vou tentar pôr um fim aos textos gigantescos)...

 

 

... e esperamos que estejam por cá para partilhar connosco, porque isto só tem piada com vocês desse lado. 

 

Também a nossa página do Facebook vai ser mais frequentemente actualizada, por isso vão espreitando o que por lá aparecer. Algumas vezes vão ser coisas parvas, algumas serão interessantes, mas vá a maioria será pelo menos informativa (ou assim eu espero).

 

 

 

De qualquer forma, não se preocupem - a génese da coisa vai-se manter - vou continuar a enbandeirar em arco com os Óscares e os Emmys e as infinitas cerimónias que existem, vou continuar a armar o escândalo por séries (olá The Comeback e Transparent!) que eu acho que toda a gente devia conhecer, vou continuar a reclamar de filmes que toda a gente adora (já falamos de ti, Whiplash!) e vou continuar a mencionar a Meryl Streep umas cinco vezes por semana (porque a Meryl é a Meryl). E... there will be GIFs. Muitos. Agora que descobri a sagrada arte dos GIF, tenham cuidado. 

 

Bem, espero que fiquem estejam por cá.

 

 

Um breve regresso com os meus favoritos de 2013


Não podia ficar sem vir cá no dia mais importante do ano para o cinema, não é? Eu nem cheguei a avisar da minha pausa, por isso fica aqui oficializado: até a inenarrável Prova Nacional de Seriação ter sido realizada (que deverá ocorrer por volta da quarta semana de Novembro), o Dial P For Popcorn está em hiato. Depois disso, a festa retoma cá no estaminé - de preferência, já com o João e o Gustavo de volta. Espero que não se zanguem com a nossa ausência - e que voltem quando nós regressarmos.

Dito isto: logo à noite são os Óscares! E depois de um ano descolorido e desprovido de magia na categoria principal, eis que voltamos a ter duelo de titãs à 2010, só que desta vez os protagonistas são o irrepreensivelmente emocional "12 Years a Slave" e o visualmente impressionante "Gravity" (com o entretido "American Hustle" a correr por fora). Qualquer um que ganhe, será um excelente filme, o que reflecte claramente, para mim, o óptimo ano cinematográfico que tivemos. E é nesta onda que eu decidi voltar ao blogue: agora que encerrei as minhas visualizações de 2013 (ainda me faltam alguns títulos mas vão contar como 2014 para futura referência) com "Nebraska" e "Museum Hours", pensei em deixar cá em dia de Óscares os meus dez filmes favoritos de 2013. E eles são...

Finalistas:
Se a lista se estendesse a vinte, incluiria...
"12 Years A Slave" | "All is Lost" | "American Hustle" | "Before Midnight" | "Child's Pose"

"Gloria" | "La Grande Belezza" | "Jagten" | "Stories  We Tell" | "Wadjda"


O meu top-10 de 2013:

10. O SOM AO REDOR / Mendonça Filho, 2012





9. POST TENEBRAS LUX / Reygadas, 2013


8. FRANCES HA / Baumbach, 2013


7. THE ACT OF KILLING / Oppenheimer, 2013


6. THE SELFISH GIANT / Barnard, 2012


5. GRAVITY / Cuarón, 2013


4. PRINCE AVALANCHE / Gordon Green, 2012


3. HER / Jonze, 2013


2. INSIDE LLEWYN DAVIS / Coen, 2013


1. SHORT TERM 12 / Cretton, 2013 


Tal como com "Beginners" em 2011 e "Moonrise Kingdom" em 2012, muitas vezes eu apaixono-me facilmente, sem grande explicação. Voltou a acontecer este ano. Um filme destes, que remexe com o coraçãozinho e o deixa apertadinho, vale tudo. Tudo. Não há nota ou lista suficiente para expressar o meu amor por este pequeno grande filme.



Feral



O luso-caboverdiano Daniel Sousa está pré-seleccionado para o Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, com a sua curta "Feral". Como qualquer português bem sucedido na área cinematográfica, está a trabalhar nos Estados Unidos, onde fundou com amigos uma produtora. Seria um passo gigante para um português (ou lusodescendente, vá) conseguir uma nomeação nas categorias de curta-metragem, onde surgem muitas vezes artistas emergentes que depois continuam para maiores vôos. Aguardemos, portanto, que após constar destas dez finalistas, "Feral" se venha a tornar uma das cinco nomeadas.

Parece que foi ontem, mas já passaram dez anos



Gostava de dizer que não, que sou um crítico sério mas tem um enorme blind spot para esta comédia romântica de Richard Curtis, que depois "produziu" aquela terrível espécie de sequela à Hollywood chamada "Valentine's Day" de Garry Marshall (e pior, a sequela disso, "New Year's Eve") que nem consegue limpar os pés do original - que conta com um fantástico elenco (Hugh Grant no auge, Emma Thompson, Bill Nighy e Liam Neeson de volta, Laura Linney, Colin Firth e Alan Rickman sólidos e Keira Knightley, Andrew Lincoln e Chiwetel Ejiofor em ascensão e entre eles a portuguesa Lúcia Moniz e o brasileiro Rodrigo Santoro) e com o selo britânico a credibilizar o que de outro modo é uma narrativa bastante errática, desorganizada e mal desenvolvida. 

Claro que as repetidas sessões televisivas, todos os santos natais, dificultam uma apreciação positiva à película, mas o seu charme, mesmo dez anos depois, permanece intacto. De Colin Firth a arranhar português a Laura Linney a abandonar Rodrigo Santoro na sua cama para socorrer o irmão, de Andrew Lincoln a dizer à Keira Knightley que ela é perfeita a Emma Thompson a esconder a descoberta da traição do marido, com o miúdo a correr pelo meio do aeroporto, "Love  Actually" tem um polvilhado de momentos encantadores que compensam a falta de coesão do resto do filme. É impossível que não haja uma cena do filme que não vos comova. Ou ainda há por aí quem estoicamente não se impressione?

Que memórias guardam do filme?