Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

"American Hustle" de David O. Russell já tem trailer...




E comprova-se, David O. Russell vendeu-se à caça de Óscares. Pelo menos o de guarda-roupa e maquilhagem e cabelo estão garantidos. Não sei qual das caracterizações é a mais linda.

Uma pena, que longe vão os dias de "I Heart Huckabees", David... Depois do "The Fighter" apanhaste-lhe o jeito... Será desta que ao menos fazes justiça e dás à Amy Adams o Óscar que a moça, tão catita, já merece? Algo que me aguça a curiosidade foi uma entrevista que Russell deu em que afirma que a maioria do seu elenco aparece no filme em papéis muito diferentes do que estamos habituados a vê-los (dá para perceber por Adams e Cooper, pelo menos). Veremos.

"American Hustle" conta com um elenco recheado de estrelas, entre elas Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Robert deNiro, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner, Louis CK, Michael Peña, Alessandro Nivola, Jack Huston, entre outros, e é baseado (inspirado?) no escândalo da ABSCAM dos anos 70, daí os gloriosos penteados e vestuário. Deverá ser parte integral da próxima corrida aos Óscares.

David O. Russell, seu sacana!


A questão aqui é mais: quem parece pior

O novo filme de David O. Russell, sobre o polémico escândalo da Abscam nos anos 70, conta com Amy Adams, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner, Bradley Cooper e Christian Bale nos principais papéis. E pelas fotos que têm sido avançadas na imprensa, a equipa de Maquilhagem e Cabelo já merecia o Óscar. Vejam lá as "beldades":


Uma linda permanente na cabeça do Bradley, aquele pomposo cabelo à tia da Jennifer, o ar de anúncio cabelos Pantene da Amy, o aspecto javadeiro do Christian e o ar de fotocópia de um dos Goodfellas do Jeremy. Imperdível.


Mais não seja, este filme vai ser qualquer coisa de extraordinário só pelo aspecto (apropriadamente) ridículo dos seus actores. Ah, anos 70...


SILVER LININGS PLAYBOOK (2012)


"I'm just the crazy slut, with a dead husband! Fuck you!"

David O. Russell é um realizador extremamente completo. É, graças ao seu trabalho nos últimos anos, um dos meus realizadores favoritos. A versatilidade dos seus projectos e a forma trabalhada e dedicada com que os apresenta, fazem dele um realizador habitualmente bem recebido (não só pelos espectadores, como também pela Academia). E Silver Linings Playbook é um projecto que, de tão improvável nas mãos de O. Russell, tinha tudo para ser bem conseguido. É uma história moderna (e isso é muito bom, num ano em que os melhores filmes nos falam de tempos idos e histórias passadas) e utiliza dois dos rostos mais simpáticos e unânimes de Hollywood: Bradley CooperJennifer Lawrence, secundados pelo lendário Robert De Niro, num dos mais descomprometidos papéis da sua carreira (que, curiosamente, lhe poderá valer mais um Oscar!)


Numa sociedade carregada de problemas, os psicotrópicos são os melhores amigos das almas mais frágeis. E porque quem cria os psicotrópicos não é parvo, este novo melhor amigo do homem tem, em alguns casos, a fantástica capacidade de juntar ao vício, a capacidade queimar os poucos fusíveis que ainda se encontram sãos. É o caso de Pat (Bradley Cooper), um trintão que descompensa por completo dos seus delírios paranóicos após encontrar a sua ex-mulher em flagrante traição com um colega de trabalho. Após meses internado, Pat recebe um voto de confiança dos seus médicos e regressa para a sua casa. Pleno de energias e decidido a reconquistar a sua ex-mulher, o caminho tortuoso para a dura realidade da rejeição coloca-o em rota de colisão com a depressiva Tiffany (Jennifer Lawrence), de costas voltadas para o mundo desde a dolorosa separação do seu ex-namorado.


Uma história suave, um filme leve, bem disposto e sempre positivo. A prova de que a felicidade está onde menos a esperamos encontrar e de que tudo na vida é uma simples questão de perspectivas  Uma dupla de sucesso que conseguiu rechear o filme de nomeações para as principais categorias dos Oscars (o primeiro a conseguir nomeações em todas as principais categorias! - Diz-se até que foi David O. Russell quem retirou a Ben Affleck a tão merecida nomeação por Argo), que é, tal como tudo aquilo que O. Russell faz, um sucesso. O futuro é tão risonho para o realizador Nova-iorquino.

Nota Final
B+ 
(8/10)


Trailer



Informação Adicional
Realização: David O. Russell
Argumento: Matthew Quick e David O. Russell
Ano: 2012
Duração: 122 minutos

Whatever happened to class?


Já que o vídeo anda a circular (cortesia das fantásticas gerentes dos estaminés Close-Up e Hoje (vi)vi um filme, entre outros), também tecemos uma ou outra consideração.

David O. Russell pode ser um excelente realizador, mas enfim cenas destas são escusadas (é o que dá ser figura pública sem o querer):



Mas quem ache que isto é comportamento novo, think again:



Há gente que não tem classe. De resto, já o dizia a Zeta-Jones e a Queen Latifah.


THE FIGHTER (2010)



"Its not fuckin' ladylike to be shoutin' in the street like this."


The Fighter é tudo aquilo que um filme deve ser: 1 - Intenso, do princípio ao fim. 2 - Interpretações brilhantes (Bale é impressionante). 3 - Um argumento extremamente bem adaptado e trabalho para os actores escolhidos. 4 - Uma banda sonora recheada de grandes músicas, com a garra que um filme sobre pugilismo e uma história de vida sofrida o exigem. 5 - Momentos e cenas que ficarão, para sempre, na memória de quem vê o filme.


The Fighter é óptimo do início ao fim. Assim que a música "How you like me n ow?" dos The Heavy começou a tocar na sala de cinema, enquanto Micky Ward (Mark Wahlberg) e Dicky Eklund (Christian Bale) percorriam as ruas de Lowell (num fantástico show de Bale), eu percebi que estava perante um grande filme. Só podia estar. E, felizmente, não me enganei.


Dicky Eklund
, conhecido como o "Pride of Lowell" pelos seus fantásticos com bates de Boxe na década de 70 é, em 1996, um homem perdido. Viciado em crack, falido e sem emprego, passa os dias a treinar o seu irmão mais novo, Micky Ward, que sonha ter uma carreira de boxe como a do seu irmão. O vício pela droga e a sua desgraça acabam por atrair a atenção da HBO, que decide fazer um documentário sobre os seus problemas. Iludido com a ideia de que o documentário seria a rampa de lançamento para um regresso aos combates, 20 anos depois, Dicky aceita com felicidade e hospitalidade a equipa de reportagem e, naturalmente, exibe e fala sobre todos os seus problemas.


Dicky é o menino bonito de Alice Ward (Melissa Leo), uma mãe absolutamente detestável, oportunista, sem escrúpulos e cuja permanente loira ainda hoje me assombra o pensamento. Sempre condescendente com Dicky, não tem problemas em tomar o seu lado quando, o seu filho mais novo Micky, farto das derrotas e da irresponsabilidade de Dicky, decide prescindir do treino do seu irmão mais velho. A prisão de Dicky (provocada por desacatos com as autoridades) acaba por ser o empurrão final para a mudança.


É nessa mesma altura que outra grande interpretação nos é dada a conhecer: Charlene Fleming (Amy Adams), que trabalha no bar local, é o ponto de viragem não só do filme como também da vida de Micky. É com ela e com a sua força e incentivo, que Micky faz as mudanças necessárias na sua vida. Contra a vontade da sogra e das várias cunhadas (5, talvez...), Charlene aguenta as adversidades e torna Micky não só num grande homem, como também num grande lutador. Os resultados desta troca e da separação do seu irmão, deixo-as para o leitor descobrir quando vir The Fighter. Seria criminoso revelar aqui todo o filme.


No meio de toda esta história, Christian Bale vai nos dando uma lição de cinema. É uma delícia ver a sua interpretação e a forma como se entregou e viveu esta personagem. Se em "The Machinist" Bale deu uma carga dramática e degradante a uma personagem perdida e desenquadrada do mundo, em The Fighter voltou a repetir a dose, mas abrilhantou-a com um humor e uma personalidade que eu nunca mais irei esquecer. Se Dicky Eklund é o melhor papel de sempre de Bale? Sim, podemos afirmá-lo. No entanto, Trevor Reznik será, sem dúvida, aquele que mais me marcou.


Por fim, deixo aqui o meu apelo: Se ainda não viu o The Fighter, corra até ao cinema mais próximo. A banda sonora deste filme merece a presença do leitor no cinema. The Fighter é um dos melhores do ano e o dinheiro que se paga por ele no cinema é um dos grandes investimentos dos últimos tempos. David O. Russell acertou em cheio.


Nota Final:
A-



Trailer:



Informação Adicional:
Realização: David O. Russell
Argumento: Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson.
Ano: 2010
Duração: 115 minutos