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DIAL P FOR POPCORN

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MISSION IMPOSSIBLE - ROGUE NATION, de Christopher McQuarrie

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Tudo começa com um cinquentão Tom Cruise agarrado a um avião. Só para deixar bem claro que ele não está aqui para brincadeiras - a saga de Missão Impossível está mais viva do que nunca e, ao quinto filme, Tom Cruise continua a dar tudo quando veste a pele de Ethan Hunt. É verdade que Tom Cruise é um dos melhores piores actores de Hollywood, é verdade que o filme carimba todos os estereótipos de Hollywood, é verdade que no final o bom vence o mau, é verdade que aqui é sempre tudo à grande.

 

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Mas, fuck it, foi para isto que Missão Impossível apareceu. Nasceu para ensinar a todos os outros como se faz e, felizmente, depois de engasgar no segundo e terceiro filmes, reentrou nos eixos no filme de 2011 e chega a 2015 melhor do que nunca. Se não for adepto, não vale a pena forçar - vai encontrar mil e uma justificações para não gostar (que eu, pessoalmente, vou achar absurdas). Se gostar de Ethan Hunt tanto quanto eu, então vai adorar - Rogue Nation é Missão Impossível do mais brutal que já foi feito, do primeiro ao último minuto.

THE RAID, de Gareth Evans

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Fui, provavelmente, o último aficionado de histórias com pancada a ver os dois filmes que Gareth Evans conseguiu fazer com a meia dúzia de trocos que tinham ficado esquecidos no bolso de trás das calças. Pronto, no caso do segundo filme não foi exactamente assim, muito à custa do sucesso do primeiro. Vamos por partes.

 

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Em The Raid: Redemption, filme lançado em 2011, Rama é um policia novato que entra num edifício decrépito e infernal, onde o submundo da droga distorceu há muito as mais nobres regras sociais e regressou à primordial lei do mais forte. Na segunda parte desta história, estreada em 2014, (The Raid 2: Berandal), Gareth Evans utilizou com astúcia um orçamento mais recheado e conseguiu que, a sua sequela, superasse a qualidade do seu primeiro filme (coisa rara em cinema). Com uma longa metragem mais musculada, ambiciosa e complexa, Rama volta a ser o protagonista de uma missão (quase) impossível, um hitman disposto a tudo para desmantelar um cartel que controla a distribuição da droga nas ruas de Jacarta.

 

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Porque vale a pena ver The Raid? Porque, infelizmente, não é todos os dias que um filme de acção consegue ser mais do que meia dúzia de calmeirões a distribuir fruta. Gareth Evans escreve não só um argumento inteligente, como complementa a sua história com cenas de ação muito bem trabalhadas, conseguindo um equilibrio sempre dificil entre aquilo que é essencial para adornar o espetáculo da acção, com aquilo que é perfeitamente gratuito e dispensável. Definitivamente Evans sabe aquilo que está a fazer. Em 2018 deverá chegar o terceiro filme da saga.

[COUCH] SHOW ME A HERO

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Até gostavam de ver The Wire mas não têm tempo porque aquilo ainda tem tantos episódios, não gostam de coisas velhas e aquilo já é tão antigo, então o David Simon, mentor da série rodada em Baltimore, pensou em vocês e criou uma mini-série, com apenas seis episódios, que nos retrata um drama político-social da década de 90 em Nova Iorque. 

Quem já viu The Wire entende como a narrativa de Simon pode ser poderosa. E, em boa verdade, enquanto vemos este trailer regressamos por momentos até Baltimore e ao rebuliço social das ruas patrulhadas por Jimmy McNulty em The Wire. Como se isso não fosse suficientemente aliciante, Simon foi buscar um dos mais entusiasmantes actores que Hollywood viu nascer nos últimos anos: Oscar Isaac. Estreia amanhã.

 

 

FEHÉR ISTEN, de Kornél Mundruczó

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Podia ter colocado o título internacional. Mas assim só lê quem está mesmo com vontade de conhecer um dos filmes que mais impressionou Cannes no ano passado. Habitualmente, os filmes sobre/com cães só têm dois finais possíveis: ou o cão morre ou o cão vive. Em ambas, o público chora.

 

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No entanto, o filme de Mundruczó é mais do que isso. Consegue que o espectador se sente de costas direitas na cadeira do cinema. Faz nascer, dentro da cabeça do espectador, uma interrogação, um "espera lá...". Somos uma raça habituada a chegar, ver e vencer. A definir as regras do jogo. E a nossa prepotência é, para nós, um dado adquirido. Está tão enraizada e é tão natural que, quando alguém decide alterar as regras do jogo, chocamo-nos perante tamanha ousadia. É com estas ideias preconcebidas que Mundruczó transforma White God num filme vencedor.

 

Não peguem neste filme à espera que um Marley morra no fim. Isso é na porta ao lado.