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DIAL P FOR POPCORN

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Previsões Óscares 2013 (II): Filme


Continuemos a saga das previsões (eu bem sei que me devia deixar disto que o pessoal não gosta mas depois penso "porra o blogue é meu e eu gosto de tagarelar sobre os Óscares!" portanto pensem assim, quanto mais artigos eu despejar sobre o tópico durante o fim-de-semana, mais depressa acabo de falar sobre o tema, por isso aguentem que já passa) e falemos das duas categorias mais interessantes (não para mim, mas para o público em geral, que dos Óscares só quer saber quais são os melhores filmes e pouco mais): melhor filme e melhor realizador. Comecemos pela categoria rainha.


Com tanta desistência, o ano não se está a adivinhar muito famoso. Verdadeiros competidores só temos três e ambos vão estrear no mercado norte-americano nas próximas semanas: "Captain Philips" de Paul Greengrass (sim, é o moço que realizou o "United 93" e dois dos filmes do Jason Bourne), protagonizado por um senhor que dispensa apresentações (Tom Hanks) e muito elogiado pelos críticos que viram o filme em antestreia e há dias no Festival de Nova Iorque; "Gravity" de Alfonso Cuarón, protagonizado por Sandra Bullock e George Clooney (star power!), aclamado criticamente tanto em Veneza como em Toronto; "12 Years a Slave" de Steve McQueen (realizador dos estupendos "Shame" e "Hunger"), com um elenco vastíssimo encabeçado por Michael Fassbender, Sarah Paulson, Chiwetel Ejiofor e Lupita N'yongo, carregado de Oscar buzz e já rotulado como favorito depois da resposta entusiástica de Toronto. 


Entre os já estreados, é melhor contarem com "The Butler" de Lee Daniels, que em receita de bilheteira já fez mais que metade dos filmes que cá vou mencionar vão fazer em conjunto e tem a Oprah Winfrey como trunfo importantíssimo do seu lado. Também ajuda que a temática do filme seja a história dos Estados Unidos lado a lado com o movimento anti-segregação racial. Outro filme já nos cinemas (americanos, não portugueses - as if!) é "Fruitvale Station", sensação de Sundance que parecia estar a caminho de materializar-se na mais recente história de sucesso do festival (seguindo os passos de "Beasts of the Southern Wild", "Precious" ou "Winter's Bone"), mas a bilheteira não ajudou e a conversa em torno do filme... esfumou-se. Ainda vem a tempo de fazer um comeback mas irá convencer os votantes? Duvidoso. Finalmente, há que mencionar "Prisoners". Boas críticas em Toronto, bom elenco (Gylenhaal, Jackman, Davis, Leo), bom realizador (Villeneuve) e aparentemente a crescer na receita de bilheteira. Cuidado com este filme se ultrapassar a barreira dos cem milhões. Com os adversários mais fortes da corrida a tombar e a fugir para 2014, não me admirava nada... Hipóteses mais remotas são "Before Midnight" (que devia ser presença obrigatória na corrida mas dificilmente não passará ao lado) e "Blue Jasmine" (que merecia que o pessoal visse para além de Cate Blanchett; but that ain't happening, folks!) - e nem falemos, por exemplo, de outros bons filmes do ano, como "Short Term 12" ou "Frances Ha"


Cannes pode voltar a fazer mossa na corrida (depois de "Amour" e "The Tree of Life" terem sido premiados no belo paraíso mediterrânico e conquistado múltiplas nomeações junto da Academia), com vários pretendentes. "Inside Llewyn Davis" é a aposta sensata, porque é dos irmãos Coen, porque já passou pelos festivais de fim-de-ano em território americano continuando as boas indicações e porque tem no elenco nomes conhecidos como Carey Mulligan, Oscar Isaac e Justin Timberlake, que sempre ajuda na altura de comparecer em carpetes vermelhas. A aposta dos "tolos", por assim dizer, é "Blue is the Warmest Color", que continua a fazer manchete nas notícias, mesmo do outro lado do Atlântico - o problema é que as notícias não são propriamente as mais simpáticas nem têm nada a ver com o filme propriamente dito. Acabarão por auxiliar o filme a encontrar audiência? Veremos. Pode pelo menos chamar mais gente à procura de saber de que se trata a confusão toda em torno de Adele Exarchopoulos e descobrirem uma interpretação passível de ser nomeada. Caladinhos mas firmes estão "Nebraska" e "All is Lost". Produtos americanos com selo de qualidade, o primeiro vem de Alexander Payne ("Sideways", "The  Descendants") que provavelmente ficou perto do prémio máximo pelo seu último filme e que escolheu esta história de uma road trip entre pai (bêbedo negligenciador) e filho para seu próximo projecto. Digamos que promete. O segundo vem de J.C. Chandor, que espantou muitos com a sua nomeação para argumento original pelo seu anterior filme ("Margin Call") e que desta vez opta por um filme sem diálogo, em torno da lenda americana Robert Redford. A aclamação crítica que recebeu deixa-me a pulga atrás da orelha. De Toronto não abordei também "August: Osage County" e "Dallas Buyers Club", que emparelho aqui por uma razão muito simples: as críticas fazem principalmente referência às interpretações, não ao filme, o que me faz suspeitar que daqui só vão sair nomeações para os actores (se o filme resultar na bilheteira, a minha opinião muda, obviamente, especialmente se tal filme for "Dallas Buyers Club", porque combina vários pontos que fazem a Academia estremecer de satisfação, desde ser uma história verídica a ser protagonizada por um actor que sofreu uma grande transformação física para interpretar um homem doente) - o mesmo digo de "Labor Day".


Do que ainda está para vir, realço dois caça-Óscares óbvios. O novo filme de David O. Russell (que parece estar em estado de graça com a Academia agora), "American Hustle", conta com Jennifer Lawrence, Amy Adams, Christian Bale, Jeremy Renner e Bradley Cooper nos principais papéis (uau, eu sei) e com uma narrativa que tresanda a potencial. Será este the one para O. Russell? Ou será de novo batido por uma história baseada em factos reais, uma história do triunfo do espírito humano, mais leve e com dois enormes actores de classe mundial no topo de um elenco cheio de nomes conhecidos? Sim, estou a falar de "Saving Mr. Banks", que quem já viu deixa antever um filme fantástico mas cuja aparência me deixa mais prever um "Hitchcock" que outra coisa melhor. Todavia, não será a combinação Hanks + Thompson + Mary Poppins impossível de resistir, mesmo que o filme seja mau?


Falando de histórias mais leves, a corrida assim parece tender muito para o pesado, só dramas e thrillers, correcto? Parece que falta cá qualquer coisa mais esperançosa, mais simpática (pensem "The Blind Side"). O ano também tem algumas ofertas dessas. A começar por "Philomena", de Stephen Frears, que conta com Judi Dench no papel titular, uma idosa que parte à procura do filho que teve de entregar para adopção cinquenta anos antes; "Rush" é um nível diferente de satisfação, uma película desportiva alucinante sobre a história da rivalidade entre Nikki Lauda e James Hunt, pela mão de Ron Howard (uma das minhas kryptonites cinematográficas); "The Book Thief" é baseado na obra-prima "The Girl who Stole Books" de Marcel Zusak, em pezinhos de lã lançou um trailer e com um elenco com Emily Watson e Geoffrey Rush, um lançamento pleno de oportunismo na época natalícia e um estúdio disposto a lutar pela candidatura - 20th Century Fox, que o ano passado levou "Life of Pi" a dez nomeações e parece confiante que terá desfecho igual com este filme... E se não for com este, poderá ser com "The Secret Life of Walter Mitty", realizado por Ben Stiller (esse, o actor de "There's Something About Mary" e os mil filmes dos Fockers), a proposta mais intrigante da temporada cinematográfica (com um trailer que, confesso, deixou-me maravilhado com as possibilidades). Muito por onde escolher.

Falta falar da que é para mim a maior incógnita: "Her" de Spike Jonze. Já ouvi de tudo. Estreia em Nova Iorque dentro de dias, pelo que não teremos de esperar muito para saber com o que contar. Os elogios de Aronofsky surpreenderam-me. Um filme romântico pela mão de Spike Jonze? Quem diria. Pode ser espectacular e ganhar rios de nomeações... ou ser ignorado e ficar sem nada. A rever, quando soubermos mais do filme.

Organizando então as opções por probabilidade, fico com alguma coisa deste género (a verde os meus nomeados previstos):

MUITO PROVÁVEIS
American Hustle
Captain Phillips
12 Years a Slave

PROVÁVEIS
The Butler
Gravity
Saving Mr. Banks
Philomena

COM ALGUMAS RESERVAS
Her
Rush
Inside Llewyn Davis

PARA LÁ DOS 10...
Fruitvale Station
Dallas Buyers Club
Nebraska
Prisoners
The Book Thief
The Secret Life of  Walter Mitty
All is Lost
August: Osage County
Blue is the Warmest Color
Before Midnight

Agora deixo com vocês - que trocas faziam nas minhas previsões?

Previsões Óscares 2013 (II): Actualizações


Como sempre cá pelo estaminé, deixei as previsões a meio e entretanto já passaram os festivais de Veneza, Toronto e Telluride e ainda houve tempo para começar o de Nova Iorque, que basicamente deram um rodopio em várias categorias da corrida aos Óscares, pelo que era essencial que eu me obrigasse a sentar à secretária e destilar uns raciocínios inspirados sobre o que me parecem ser agora as principais figuras de cada categoria. Comece-se então por actualizar as quatro categorias que já tinha cá abordado, as quatro categorias de representação.


MELHOR ACTRIZ



Em Agosto profetizava-se a força que Cate Blanchett teria nesta corrida. Depois de visto o filme, posso dizer que muito dificilmente o Óscar lhe será roubado. Era preciso uma Amy Adams do outro mundo em "American Hustle". É que nem Meryl Streep (críticas boas, mas não os hossanas que seriam precisos para ganhar um quarto troféu), nem Judi Dench (só se os Weinstein arranjarem uma narrativa que apele ao lado sentimental dos votantes por uma das maiores actrizes da actualidade não ter um Óscar de melhor actriz) parecem candidatas à altura e Sandra Bullock precisa que "Gravity" seja um sucesso geral, com várias nomeações. A categoria perdeu Nicole Kidman, Marion Cotillard e Jessica Chastain para 2014, Naomi Watts foi pisoteada pelos críticos no Reino Unido (e acontecerá o mesmo nos Estados Unidos), Kate Winslet vai provavelmente sofrer pelas más críticas a "Labor  Day" (aconteceu o mesmo a Theron e "Young Adult"), Berenice Bejo perdeu o lançamento que Cannes deu a "Le Passé" (muito menos apreciado em Toronto) e diz tudo da categoria quando para preenchermos os lugares de candidatos precisamos de recorrer a jovens como Brie Larson, Shailene Woodley e Adele Exarchopoulos. A corrida atingirá provavelmente o pico de interesse quando Adams e especialmente Emma Thompson estrearem, na época natalícia. Será que alguma delas tem o que é preciso para destronar Blanchett? Provavelmente não. 

Previsão:
Amy Adams, "American Hustle"
Cate Blanchett, "Blue Jasmine"
Judi Dench, "Philomena"
Meryl Streep, "August: Osage County"
Emma Thompson, "Saving Mr. Banks"


MELHOR ACTOR



Curiosamente, a melhor das quatro corridas. Nada por resolver, muitos candidatos sérios ao lugar do topo. Que fazer, que fazer... Em Agosto a minha opinião era esta. Não mudei muito. Mantenho que Robert Redford é provavelmente o favorito, Bruce Dern terá na nomeação um bom prémio de carreira e Tom Hanks volta ao Dolby pela sua melhor interpretação (dizem) da última década (já vão treze anos desde "Castaway") - se não tivesse já dois, acredito que vencesse facilmente (algo que, como Day Lewis provou o ano passado, não é impossível). Chiwetel Ejiofor recebeu críticas magníficas pela sua interpretação em "12 Years a Slave" e portanto já quase nem há questão - tendo em conta que o filme está na posição principal para o Óscar de melhor filme - que será nomeado. A questão reside agora em três pontos fundamentais: (1) "Wolf of Wall Street" estreará em 2013? Os últimos rumores dizem que não, o que significa que até ver DiCaprio salta da lista. (2) Que tipo de papel é o de Christian Bale em "American Hustle"? Será suficiente para ganhar a nomeação? Os protagonistas de O. Russell costumam ser os mais 'quietos', por assim dizer. E (3) entre Oscar Isaac e Matthew McConaughey, quem vai ser o contemplado para ocupar a última vaga (isto se a corrida se revelar tão simples)? De fora fica Michael B. Jordan, à espera que "Fruitvale Station" seja melhor sucedido com a Academia do que tem sido com o público e a crítica. Parece-me mesmo que Melhor Actor vai ser a categoria mais difícil de decifrar, andando em fluxo entre os diversos prémios precursores.

Previsão:
Robert  Redford, "All is Lost"
Tom Hanks, "Captain Philips"
Chiwetel Ejiofor, "12 Years A Slave"
Bruce Dern, "Nebraska"
Matthew McConaughey, "Dallas Buyers Club"


MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA



A categoria com menos entusiasmo e, diria mesmo, com maior falta de concorrentes em condições. Temos Oprah e temos Lupita N'yongo e depois vem o resto. Sarah Paulson só não tem sido mais falada porque custa a crer que "12 Years a Slave" consiga dupla nomeação mas do jeito que a categoria está só se aparecer agora algum filme no Outono que desafie as expectativas. Do contingente "August: Osage County" há-de sair alguém (do filme elogiadas mesmo só as interpretações, algo que não é incomum às produções John Wells), mas quem? Margo Martindale ou Julia Roberts numa interpretação secundária "falsificada"? Ou Scarlett Johansson por "Don Jon"? Os festivais, tirando N'yongo, não ajudaram a categoria em nada, dando apenas sugestões - além de Paulson, também June Squibb tem os seus apoiantes, bem como Carey Mulligan (precisa que o filme dê o clique com os votantes), Viola Davis (precisa de bilheteira para "Prisoners") e Octavia Spencer (o buzz de "Fruitvale" foi-se mesmo abaixo). De Linney a Harris, tudo o resto passou ao lado. Falta ainda vermos das meninas de "The Counselor", em especial Cameron Diaz (embora se possa contar sempre com a Penelope Cruz para roubar um filme), de Blanchett em "The Monuments Men", Moore em "Carrie" (o que parecia ridículo começa a desenhar-se como uma possibilidade viável agora) e Jennifer Lawrence em "American Hustle". E com tudo isto, será que alguém ainda se lembra do quão fantástica está a  Sally Hawkins em "Blue Jasmine"?

Previsão:
Jennifer Lawrence, "American Hustle"
Lupita N'yongo, "12 Years a Slave"
Sarah Paulson, "12 Years a Slave"
Octavia Spencer, "Fruitvale Station"
Oprah Winfrey, "The Butler"


MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO



A mais preponderante adição à corrida é a de Daniel Brühl, com "Rush" a ser uma surpresa tanto para a crítica como o grande público, que na semana de estreia tem aderido em massa ao novo filme de Ron Howard (para meu desencanto, que não suporto o estilo do realizador). Continuam a parecer boas opções Bradley Cooper e Michael Fassbender (este até reforçada pelos elogios à interpretação e ao filme), enquanto que à semelhança do raciocínio feito acima para DiCaprio, até ter notícias salta fora McConaughey daqui (e agora até começo a questionar se Jonah Hill não será melhor hipótese, pelo mesmo filme) e também vai fora Ruffalo com a mudança de "Foxcatcher" para 2014. A estreia de "Captain Philips" esta semana traz a incógnita Barkhad Abdi, numa interpretação aparentemente memorável mas difícil de digerir (o que lhe retira o automático coro de "nomeação garantida!" com que seria brindado de outra forma). De resto, mantenho a opinião que a corrida ainda tem muito que desvendar, porque os concorrentes que temos agora disponíveis são pouco convincentes para serem nomeados (não que não o mereçam, é diferente). Vistos até agora temos os rapazes de "Blue Jasmine" (Cannavale, Baldwin e Dice Clay, mas a algum merecer menção, será Cannavale), Josh Brolin por "Labor Day", McConaughey por "Mud", Jared Leto com boas críticas por "Dallas Buyers Club" (mas precisará, assumo eu, que McConaughey também consiga a nomeação para sonhar ele próprio em ser nomeado), George Clooney ("Gravity"), Steve Coogan ("Philomena" - mais provável em argumento), Benedict Cumberbatch e Chris Cooper ("August: Osage County"), Will Forte ("Nebraska)", Cooper e Gosling por "Place Beyond the Pines", James Franco por "Spring Breakers", David Oyelowo ("The Butler") e John Goodman ("Inside Llewyn Davis"). Falta sabermos dos rapazes de "The Monuments Men" e "The Counselor", de "American Hustle", de "Saving  Mr. Banks"... Resumindo, sabemos muito pouco, para já.

Previsão:
Barkhad Abdi, "Captain Philips"
Daniel Brühl, "Rush"
Bradley Cooper, "American Hustle"
Michael Fassbender, "12 Years A Slave"
Jared Leto, "Dallas Buyers Club"

Para 2014 também está bem



Já circulavam rumores sobre problemas na pós-produção e agora confirmam-se: "Foxcatcher", cujo teaser trailer foi lançado online no dia de ontem, viu a sua estreia protelada para a Primavera de 2014, impedindo assim a sua competição à cerimónia dos Óscares deste ano, para a qual era apontado como um dos principais favoritos a várias categorias. A sua distribuidora, a Sony Pictures Classics, está do lado da equipa de produção do filme (o que é sempre boa notícia, ou não esqueçamos ainda que esta semana, a acompanhar a mudança de "Grace of Monaco" para 2014, vinha uma missiva da The Weinstein Company que o filme mudaria para 2014 porque não estaria em campanha para os Óscares e nele só viam possibilidade comercial - pobre Nicole Kidman...) e com esta mudança pretende conferir a Bennett Miller (o realizador, cujos esforços prévios resultaram em inúmeras nomeações aos Óscares - "Moneyball" e "Capote") e companhia mais tempo para finalizar a película.

Apesar da Sony Pictures Classics ter ordenado a remoção dos trailers da Internet, ainda é possível encontrar alguns por aí, pelo que aqui fica (até tempo indefinido, porque penso que a SPC conseguirá encontrar e bloquear os restantes que existam). Do vídeo , o que me fica sobretudo é o enorme potencial da interpretação do cómico Steve Carell, num registo bem mais escuro e dramático. 



A corrida, agora, parece estar à mercê de um saque por parte de "American Hustle"; se não, "12 Years A Slave", "Captain Philips" e "Gravity" repartem o favoritismo entre si. Via aberta para O. Russell finalmente levar o troféu principal?


Já tenho (pelo menos) um pónei na corrida a Filme Estrangeiro...



... Com a nomeação (mais que merecida) de "O Som Ao Redor", de Kléber Mendonça Filho, pelo Brasil, pátria sempre a ter em conta na corrida ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (quatro nomeações na categoria, além de várias outras noutras categorias, de Fernanda Montenegro a melhor actriz em 1998 por "Central do Brasil" até ao filme brasileiro mais popular de sempre, "Cidade de Deus", infamemente ignorado pelo comité em 2002 mas presenteado no ano seguinte com quatro nomeações, entre elas melhor realizador e melhor argumento adaptado).


A lista completa (até agora) de submissões pode ser encontrada aqui. A submissão portuguesa é "As Linhas de Wellington", de Valeria Sarmiento (viúva de Raul Ruiz, que concluiu este que era para ser o seu último filme), que terá uma hipótese em um milhão de conseguir uma nomeação (se isso).




De resto, o ano não tem prometido grandes surpresas na categoria, com "Jagten ("The Hunt") a constituir-se como o cabeça de corrida provável se a Dinamarca o indicar ao Óscar (tendo em conta o passado recente, nunca se pode confiar nas escolhas do comité dinamarquês) e com outros títulos como "Heli" de Amat Escalante (película mexicana premiada em Cannes), o romeno "Child's Pose" (elogiado pela crítica em Berlim) e o chileno "Gloria" (elogiado em Berlim e Toronto). Não duvido que estes quatro se possam tornar, também eles, "meus" póneis. Assim gostaria. Para já, fico-me na certeza que já tenho por quem torcer na corrida... e claro está, esta é a melhor recomendação que posso fazer para que todos vejam "O Som Ao Redor". Toca a mexer!



Saramago, Gylenhaal e Villeneuve


Do primeiro sou um fã assumido desde que pelas minhas mãos passou "Ensaio sobre a Cegueira" - à profunda admiração seguiu-se a obsessão quando devorei "O Ano da Morte de Ricardo Reis", recomendação obrigatória para qualquer pessoa que goste de literatura portuguesa (aliás, qualquer fã de literatura). Não foi por acaso que José Saramago foi Prémio Nobel.

O segundo tem no currículo "Donnie Darko", "Brokeback Mountain" e "Zodiac". Para mim isso significa passe vitalício. Mesmo "End of Watch", "Brothers", "The Good Girl" e "Bubble Boy" foram bem melhores do que esperava. Uma boa carreira para um moço com apenas 32 anos, com uma nomeação ao Óscar (e provavelmente esteve muito perto de vencer esse ano) e próximo da A-List. Jake Gylenhaal tem tudo para ascender a ícone da sua geração mais cedo ou mais tarde.

O terceiro é quem tem de me convencer. "Incendies" foi um bom filme, mas nada de extraordinário para as hossanas que a crítica lhe lançou. Não conheço a filmografia dele para trás (meu erro talvez, eu sei) mas sei que os seus dois novos filmes - este "Enemy" e "Prisoners" - foram muito elogiados em Toronto. O segundo já estreou inclusive em território americano (o primeiro vai ter vida difícil para ser distribuído, penso eu) com bom resultado de bilheteira. Fico à espera de ser surpreendido (ou ver confirmado o talento que a espaços Denis Villeneuve exibiu no candidato ao Óscar de Filme Estrangeiro de 2011).


Tudo isto para mencionar que "Enemy" ganhou hoje o primeiro poster e primeiro teaser trailer e que estou embeiçado por ambos (por ambos, pela Mélanie Laurent e pela Sarah Gadon - que duas enormes actrizes!). Olhem-me esta beleza de poster (em comparação, por exemplo, com o poster insípido de Labor Day - lançado esta semana também - que ganhou certamente inspiração nesta outra criação pálida) Venha o Outono e finalmente os filmes que interessam! 


Hipótese de redenção


Alexander Payne, já me deste "Citizen Ruth", "Election", "About Schmidt" e "Sideways". O problema é que a última vez que nos encontramos o que saiu foi "The Descendants". Pois. Muito a redimir com este "Nebraska". O que ouvi de Cannes não me inspira grande confiança mas se em Toronto/Telluride gostaram tanto do filme... Fico à espera.