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DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

THE IMPOSSIBLE (2012)



Dois rascunhos apagados e terceira tentativa de vos falar sobre The Impossible. Não é fácil escrever que não fiquei particularmente tocado e que não embarquei na onda eufórica de emoção à volta deste filme. E porque o bom do nosso mundo é cada um ter a sua opinião, The Impossible não me entusiasmou. Mas é um filme interessante. Não o nego. E sei que na TVI (ou na SIC) vão esfregar as mãos de contentes por terem mais um filme para passar vezes sem conta no Natal, na Passagem de Ano e nos Domingos à tarde em que não se dedicam a estupidificar o povo português com bailarinas pimba e playbacks dos irmãos Carreira e da família Malhoa (e mesmo quando não estão nesta palhaçada, conseguem escolher os mais insignificantes filmes feitos nos últimos 30 anos, que repetem ano após ano).


É uma história de amor, coragem e persistência que nos faz sentir orgulhosos das capacidades do ser humano. Em situações limite, cada um consegue ir buscar uma força que julgava desconhecida e, no caso do Tsunami do Índico, a provação humana chegou aos seus limites. A coragem dos milhares que, feridos (física e emocionalmente) se ergueram dos escombros e lutaram pela vida e pela dignidade, recebeu com este filme uma meritória homenagem. Embora se centre na história de luta de uma jovem família que decide resistir à separação forçada pela Natureza, todos os que sofreram com esta tragédia, certamente se sentiram reconhecidos nas varias personagens deste filme.


Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor)  decidem viajar até à Tailândia para um Natal à beira do paradisíaco calor do mar Índico. Juntamente com os seus três filhos, desfrutam das maravilhas de uma estadia de sonho. São felizes. Ali e em qualquer do mundo. Até que o Oceano se revolta perante a felicidade idílica desta família. The Impossible retrata a história, verídica, da luta de cada um dos 5 elementos desta família, e da sua desesperada tentativa de se reunirem. Com dois dos actores mais subvalorizados do cinema (Naomi Watts e Ewan McGregor), The Impossible é uma receita de sucesso. E é fácil perceber o impacto que causou nas salas de cinema.

Nota Final: 
B (7/10)


Trailer:



Informação Adicional:
Realização:  Juan Antonio Bayona
Argumento: Sergio G. Sánchez e María Belón
Duração: 114 minutos
Ano: 2012

Em Sundance começou a corrida aos Óscares de 2014


Há minutos foram revelados os vencedores da edição de 2013 do Festival de Sundance, certame que decorre nas planícies do Utah no princípio de cada ano e que se dedica especialmente a filmes alternativos, independentes, com o objectivo de lhes trazer maior visibilidade. 


Com "Fruitvale" de Ryan Coogler (adquirido dias após a sua exibição pela titã The Weinstein Company, peritos da corrida aos Óscares) a vencer não só o Grande Prémio do Júri - Drama (sucedendo a "Beasts of the Southern Wild" e juntando-se a vencedores ilustres deste troféu como "Winter's Bone" ou "Precious") como o Prémio da Audiência - Drama (sucedendo a "The Sessions", sendo que "Precious" também venceu este prémio no seu ano), parece-me que temos aqui o primeiro candidato à corrida aos Óscares de 2014. Protagonizado por Michael B. Jordan ("Parenthood", "The Wire", "Friday Night Lights") e Octavia Spencer (vencedora do Óscar por "The Help"), "Fruitvale" conta a história verídica das últimas horas de vida de Oscar Grant.


Tendo em conta as críticas (vão clicando e vendo, se quiserem: Indiewire; Shadow and Act; Twitch; The Hollywood Reporter; Collider; Thompson on Hollywood) não me restam grandes dúvidas: contem com este filme para os prémios de fim de ano (até Tom Rothman o disse na entrega do prémio do júri). 

De Sundance fico com vários outros filmes na retina para acompanhar ao longo do ano (de "Prince Avalanche" de David Gordon Green a "The Spectacular Now") e, essencialmente, com esta senhora (não me importam as críticas, estou morto por ver):



Os restantes vencedores AQUI.

A Angústia do Blogger Cinéfilo: Vencedor


Depois de mais uma estupenda partida - a derradeira, a Final - disputada para o torneio interblogues "A Angústia do Blogger Cinéfilo no Momento do Pénalti", que assim finda a sua 2ª edição, a formação do Dial P For Popcorn sai vencedora perante a fortíssima equipa do Caminho Largo, por 26-17, num jogo que mais uma vez bateu recorde de assistência.


Num dia inspirado, as defesas saíram bem a Soderbergh (que ainda assim fez uma exibição oscilante, permitindo mais golos que o costume), enquanto a defesa composta por Leigh-Resnais-Haneke-von Trier mostrou a solidez e solidariedade do costume. No ataque, Paul Thomas Anderson esteve particularmente criativo, com Almodovar e Gilliam a superarem-se e a corresponderem, municiando um Todd Haynes com instinto assassino (pelo menos hoje). Fincher e Kiarostami arrumaram a casa e assim contiveram as acções de Scorsese, Lynch, Kusturica e Tarantino, mais habituados a ter liberdade. A equipa do Caminho Largo mereceu ainda assim fortes aplausos do público, como que em reconhecimento do magnífico trabalho ao longo do torneio e mesmo durante o jogo, mais que equilibrando forças com o DPFP FC. Um pouco mais de sorte e levariam o troféu para casa e seria no belíssimo espaço do Jorge Teixeira que a terceira edição desta competição decorreria.


Aproveitamos com isto para informar que, em virtude do triunfo nesta segunda edição, é no Dial P For Popcorn que recai a honra de organizar a terceira edição do certame, onde esperamos ver regressados todos os participantes deste ano - A Sombra do Elefante, CINEdrio, Rick's Cinema, Keyzer Soze's Place, Shut Up and Watch the Movies, O Narrador Subjectivo e Caminho Largo - para vingar a "derrota". Muitos parabéns a todos eles, adversários de muitíssimo valor. Também deixar agradecimento à hospitalidade e generosidade do Luís Mendonça, que mais uma vez organizou um divertido e interessante torneio, com regras em relação à 1ª edição que poderão ter revitalizado mais ainda a competição, ao obrigar os competidores a recorrer a realizadores vivos, mais recentes, mais reconhecíveis do público. 


Um último obrigado a todos os que votaram: a vitória é vossa.

Resta-me relembrar que o torneio ainda não terminou; falta procedermos à votação do onze ideal da competição e para isso também precisamos dos vossos votos! Mais novidades serão anunciadas no CINEdrio por isso vão passando por lá.

Se eu puder escolher...


Podem ser estes os três números a serem entoados nos Óscares deste ano? Já que já se limitaram na escolha só com "Dreamgirls", "Chicago" e "Les Misérables"... (sim porque a década não teve mais nenhum musical de renome - o que será que são "Moulin Rouge!", "Hedwig and the Angry Inch", "Nine", "Once", "Walk the Line", "Ray", "Les Chansons d'Amour", "Hairspray", "Dancer in the Dark", "Mamma Mia!", entre outros?). Enfim. Já sei que vamos levar com "All that Jazz", "Listen" (tudo para ter a Beyoncé a cantar ao vivo) e "I Dreamed a Dream". Já não chega a foleirada que é terem a Adele lá para cantar "Skyfall" (falta de respeito aos outros nomeados - podiam-na pôr ao menos a cantar um medley de músicas do James Bond, pagava para ouvir a rendição dela da "Diamonds are Forever").




O terceiro só no YouTube: AQUI (mas é bastante óbvio)

A Angústia do Blogger Cinéfilo: Grande Final


Depois da aventura que foram aqueles renhidos quartos-de-final contra o Keyzer Soze's Place, vencidos no prolongamento (com um resultado esclarecedor, mas enganador), eis que voltamos a ter mais do mesmo na meia-final vencida, por uma unha, à fantástica equipa do Shut Up and Watch the Movies, do amigo Projeccionista. Foi de novo um resultado enganador (27-13) e de novo um recorde de votos. 

Estamos então na final. Queria desde logo endereçar felicitações aos dois adversários que ficaram pelo caminho, dois excelentes competidores que para mim tinham todo o mérito de ter chegado ao final. Agradecer ainda ao CINEdrio pela acolhedora forma como organizou a 2ª edição deste torneio e que deixa em apuros quem irá ter que tomar as rédeas no próximo ano, para organizar uma edição do mesmo nível.

A final disputa-se entre a nossa equipa do Dial P For Popcorn e a poderosa equipa do Caminho Largo e mais uma vez o DPFP FC não parte como favorito, uma vez que esta equipa tombou o gigante CINEdrio, organizador do evento, e o Rick's Cinema, também outro grande favorito. Contudo, o DPFP FC adora um desafio e como tal estamos prontos para a luta. Num gesto de fair play, desejamos ao Caminho Largo boa sorte no confronto - que já decorre. E, claro, que vença o melhor.

Se pretenderem saber mais do torneio podem fazê-lo aqui e para um voto informado têm a descrição detalhada da equipa e da táctica tanto do Dial P For Popcorn (aqui) como a do Caminho Largo (aqui) para ler.

Grande Final: 
(a preto) Dial P for Popcorn vs. Caminho Largo (a azul)

Miyazaki. Yimou, Polanski, Cronenberg, Kar-Wai. Uma defesa de sonho, que qualquer clube gostaria de ter. Criativos e sólidos, inteligentes e fortes. De uma enorme experiência e competência, com variados sucessos. Da nossa parte, ao defrontar estes titãs, só esperamos que Almodovar, Gilliam, Paul Thomas Anderson e Haynes estejam em dia inspirado. A magia tem que aparecer, até porque aquele meio-campo seguríssimo com Eastwood, Herzog e Scorcese, senhores com muita chama  e pinta, promete fazer do simples acto de chegar à defesa algo difícil.  

A fraqueza do adversário, se existir, estará possivelmente no ataque, que precisa da inspiração das suas individualidades para fazer mossa. E pelo que se tem visto, a forma de Lynch, Kusturica e Tarantino tem deixado a desejar. Pelo contrário, Haneke, von Trier, Leigh e Resnais estão claramente no seu pico de forma e a sua longevidade poderá ser crucial nesta batalha no nosso meio-campo defensivo. 

Pede-se ainda a Soderbergh que tenha um dia bom, porque terá que ser ele a segurar as pontas se a equipa quebrar. Prevejo que o jogo vá depender do que faça o meio-campo de cada uma das equipas e, claro, do comportamento defensivo das duas duplas. Será certamente um jogo intenso, um jogo que entreterá e desafiará seguramente os talentos dos treinadores Ozu e Buñuel e neste confronto em particular, tendo em conta o jogo explosivo que promete ser, Luis Buñuel irá sobressair mais as suas capacidades de motivação e inspirará os jogadores - esperemos - a superarem-se.

Por tudo isto, e mais uma vez, não se esqueçam de votar aqui (barra lateral esquerda) ou directamente aqui. As votações terminam amanhã, por isso votem com afinco e rapidez.

[Trailer] INSIDE LLEWYN DAVIS, dos irmãos Coen


Foi hoje divulgado o primeiro trailer do novo filme dos Irmãos Coen. Chama-se Inside Llewyn Davis e é baseado no livro de memórias de Dave Van Ronk "The Mayor of MacDougal Street". Conta com a participação de Oscar Isaac (no papel de Llewyn Davis), Carey Mulligan, Justin Timberlake, Garrett Hedlund, John Goodman, F. Murray Abraham e Adam Driver. Deverá ter estreia mundial na edição de 2013 do Festival de Cannes.

MOONRISE KINGDOM (2012)



Ando há semanas para vos falar de Moonrise Kingdom. Mas a falta de tempo para, com calma e prazer, vos escrever sobre este delicioso filme, têm afastado esta crítica do Dial P for Popcorn. A mais recente referência que o Jorge fez ao filme aqui no blogue foi o empurrão que me faltava. Em primeiro lugar, dispo-me de fanatismos e créditos, e como humilde espectador de cinema, digo-vos que Moonrise Kingdom foi o primeiro filme de Wes Anderson que tive o prazer de ver. Não tinha noção do pedaço de génio que este rapaz é, confesso. Mas com Moonrise Kingdom, conseguiu convencer-me. Wes Anderson é grande. E daqui a uns anos vai ser enorme. E, com sorte, no final da sua carreira, vai ser imortal.


Começa pela forma como utiliza câmara de filmar. A fotografia de Moonrise Kingdom é uma delícia. Indescritível, charmosa, elegante. A característica do filme que mais me empolgou. Um argumento muito bem escrito, que se percebe, foi tranquilamente amadurecido, conta-nos uma história de um amor proibido, quando a tenra idade ainda justifica actos impulsivos e inconsequentes. A paixão obsessiva que une estes dois jovens é a força motriz de toda a acção. Sam é um rapaz ostracizado pelo seu grupo de escuteiros, que se apaixona por Suzy ao primeiro olhar. Suzy, uma rapariga incompreendida dentro de uma família disforme, aceita o convite de Sam e, juntos, decidem partir para, longe de complexos, julgamentos e preconceitos, viverem de forma intensa o amor que os une.


Nesta história de amor, Wes Anderson consegue colocar Bruce Willis e a Edward Norton em personagens que, não sendo de uma exigência técnica extrema, conseguem ser marcantes nas suas longas carreiras. E percebe-se facilmente a influência do realizador na forma harmoniosa como as suas personagens encaixam no elenco infantil. Moonrise Kingdom é um presente que Wes Anderson embrulha com requinte antes de o entregar ao espectador. Tem o potencial para se transformar, dentro de alguns anos, numa obra de culto. Aceitam apostas?

Nota Final:
A-


Trailer:



Informação Adicional:
Realização: Wes Anderson
Argumento: Wes Anderson
Ano: 2012
Duração: 94 minutos

THE PAPERBOY (2012)



Estreou em Portugal na última semana de 2012, depois de uma muito badalada estreia mundial na edição de 2012 do Festival de Cannes. The Paperboy, com o brilhante título português "Um Rapaz do Sul", é fogo de vista. Uma capa. Um conjunto de nomes que luzem, mas que não são ouro. Mas tudo isto se explica se olharmos para o homem que decidiu pegar e adaptar o bem sucedido livro de Peter Dexter. Ele mesmo, Lee Daniels, o homem por detrás daquela nódoa negra do cinema chamada Precious. The Paperboy não é tão mau quanto o foi Precious (fazer pior seria crime), mas é dos filmes mais insípidos e incompetentes de 2012.


Paperboy é um filme sobre uma amarga história de amor. Fiquei com curiosidade de pegar no livro, pois acredito que, por detrás deste mau filme, está um livro com conteúdo e interesse. Ward (Matthew McConaughey) é jornalista do Miami Times e decide investigar o assassínio de um famoso polícia na sua terra natal. Determinado a provar a inocência de Hillary Van Wetter (John Cusack), o seu regresso a casa coloca Charlotte Bless (Nicole Kidman) na vida de Jack (Zac Efron), o seu irreverente irmão mais novo, que rapidamente se envolve na investigação de Ward para se aproximar desta mulher fatal.


A história é interessante e, até, rebuscada. Trabalho de Peter Dexter, só. Os erros de Lee Daniels começam logo pela escolha do protagonista. Zac Efron não passa de um azeitolas de olhos azuis. E se o objectivo era fazer dele um b-side de Robert Pattinson (demonstrar que, também Zac, é mais do que um sex symbol das miúdas apaixonadas por posters de parede), mais valia ter ficado quieto. Foi mau para ele. Foi mau para Zac Efron. E foi péssimo para Nicole Kidman, que se viu enrolada no meio desta confusão de ideias e intenções, pior que uma barata tonta, a desfilar vestidos XXS e perucas ressequidas. Salva-se um homem, no meio deste naufrágio. John Cusack. Um papel interessantíssimo enquanto vilão (surpreendentemente bom, inesperadamente refrescante), que traz qualidade, intensidade e acção, a um filme que se arrasta forçado ao longo de todas as cenas. Há ainda um satisfatório Matthew McConaughey (do qual não sou especial adepto) e uma banda sonora consistente e apropriada. E é tudo.



Nota Final: 
C-


Trailer:



Informação Adicional:
Realização: Lee Daniels
Argumento: Peter Dexter
Duração: 107 minutos
Ano: 2012

Finalmente, voltamos a ter música nos Óscares!



Bem sei que devia pôr uma foto do elenco mas a Anne merece tudo. 


Agora que já está confirmado que o elenco de "Les Misérables" (incluindo Hathaway, Redmayne, Tveit, Jackman e Seyfried) irá cantar uma das músicas colectivas ("One Day More", "Do You Hear The People Sing" são as possibilidades veiculadas) na gala dos Óscares e que o rumor de que Adele irá participar do tributo ao 50º aniversário de James Bond, interpretando a sua "Skyfall", será que era muito pedir que deixassem os nomeados a música original - além de Adele, claro está - cantarem na cerimónia ao vivo?


Gostava de ver o que fariam para fazer de "Pi's Lullaby" mais mexido... Ia dar numa espécie de "Jai Ho", aposto. Ainda me lembro - com medo - da gala de 2008...


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