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DIAL P FOR POPCORN

DIAL P FOR POPCORN

Último Artigo de 2010!



Bem, por esta altura de resoluções de ano novo, de recordação do bom que tivemos em 2010, das memórias bem passadas deste ano que hoje finda e dos sonhos e desejos para o ano que aí vem, é costume fazer-se uma espécie de revisão de ano. 

Em termos cinematográficos, esta vai ser feita ao longo do mês de Janeiro. Já começámos com as bandas sonoras, seguir-se-ão os posters, as melhores cenas, entre outras coisas, culminando no anúncio dos nomeados para os nossos prémios em início de Fevereiro. Optamos por Fevereiro porque assim nos permite incluir todos os títulos da temporada cinematográfica de 2010.

Para fechar 2010, deixo cá os meus agradecimentos:





Não sei muito bem como caracterizar o cinema em 2010. Por um lado, parece um ano mau. Não tivemos um número elevado de filmes que nos deixassem verdadeiramente surpreendidos. Por outro lado, é capaz de ser dos anos que mais filmes adorei (também porque talvez foi o ano em que vi mais filmes; vamos em 104 e ainda não vi tudo o que queria de 2010). Portanto, tivemos menos filmes que me deixassem completamente siderado, mas um número maior de filmes que admirei do que, por exemplo, 2009.



Tenho que agradecer a várias pessoas por esse feito: agradecer a Danny Boyle (127 HOURS) e a Darren Aronofsky (BLACK SWAN) por continuarem a proporcionar experiências sempre interessantes de discutir e de conseguir retirar, desta vez, interpretações inesquecíveis dos seus actores (como, de resto, já haviam feito no passado). E a Gaspar Noé (ENTER THE VOID) que nunca pára de surpreender.


Agradecer a Christopher Nolan (INCEPTION) por conseguir o que poucos realizadores atingiram: ser mainstream mas manter o núcleo da sua essência como realizador, proporcionando sempre filmes culturalmente estimulantes, inteligentes e poderosos, sem nunca perder senso do que é um filme para as massas.



Agradecer também a realizadores consagrados da nossa praça que nunca desistem de procurar fazer melhor do que da última vez, como Joel e Ethan Coen (TRUE GRIT), como Alejandro Innaritú (BIUTIFUL), como Sofia Coppola (SOMEWHERE), que mantêm-se dentro do seu "niche" de alta qualidade e nos produzem obras de inegável valor.


2010 também nos trouxe uma boa quantidade de realizadoras femininas de quem vale a pena (continuar a) falar: Debra Granik (WINTER'S BONE) e Lisa Cholodenko (THE KIDS ARE ALL RIGHT) começaram por fazer um estrondoso sucesso em Sundance, de onde partiu um buzz estridente que ainda hoje, vários meses depois, em plena campanha de Óscares, se sente. Mas não só. Rubba Nada foi uma refrescante lufada de ar fresco este Verão, Claire Denis (WHITE MATERIAL) continuou a destacar-se como uma das melhores realizadoras do ramo, Nicole Holofcener (PLEASE, GIVE) veio tarde mas a tempo de ver o seu filme ser coroado com moderado sucesso.



2010 também viu realizadores emergentes continuarem a subir na carreira, como o actor-virado-realizador Ben Affleck que consolidou o seu trabalho anterior com este THE TOWN, ou como John Cameron Mitchell que com RABBIT HOLE conseguiu, com sucesso, excelentes críticas para um filme em tudo diferente dos seus dois anteriores, ou Paul Greengrass que continuou a sua parceira bem-sucedida com Matt Damon em GREEN ZONE, ou Matthew Vaughn que nos trouxe uma abordagem diferente aos super-heróis com KICK-ASS, ou Noah Baumbach cujo estilo de escrita e relato nos continua a impressionar, desta vez com GREENBERG, ou mesmo David O'Russell que chega finalmente ao topo da lista dos melhores realizadores com THE FIGHTER, Tom Hooper que continua em crescendo com o seu THE KING'S SPEECH (novos projectos ambiciosos virão ter com ele, de certeza), Mark Romanek que com NEVER LET ME GO veio confirmar tudo aquilo que One Hour Photo já nos tinha mostrado, ou o também britânico Nigel Cole que nos ofereceu uma comédia tão pouco convencional como MADE IN DAGENHAM, na linha do que vem fazendo.  E também relembrar Rodrigo Cortés que nos trouxe um filme muito curioso, chamado BURIED, que nos apresentou um Ryan Reynolds como nunca tínhamos visto. Não esquecer ainda aqui o sr. Anton Corbjin que com THE AMERICAN provou que está cá para as curvas, como se costuma dizer, depois do bem-sucedido biopic de Ian Curtis em 2007. E, para fim, deixei o melhor dos realizadores emergentes: Edgar Wright e o seu SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD, que quebraram barreiras impossíveis a nível visual e a nível humorístico.



E 2010 trouxe também novos grandes realizadores como Derek Cianfrance (BLUE VALENTINE) ou Gareth Edwards (MONSTERS) que ficam na retina para os tempos que vêm.

E não podemos esquecer que, pelo terceiro ano seguido, temos a Animação em grande, com quatro títulos brilhantes e únicos, cada um à sua maneira: L'ILLUSIONISTE o mais artístico e detalhado, TANGLED o mais fofinho e divertido, no retorno à boa velha forma da Disney, HOW TO TRAIN YOUR DRAGON o mais enriquecedor, tornando-se o filme mais bem criticado de sempre da Dreamworks e TOY STORY 3, que fecha com chave de ouro a mais bela e mais criticamente aclamada trilogia de sempre. E fora destes ainda tivemos bons filmes animados na forma de DESPICABLE ME e IDIOTS AND ANGELS.



Os documentários de 2010 também merecem o seu destaque, com EXIT THROUGH THE GIFT SHOP na cabeceira, um dos filmes mais originais que tive o prazer de ver este ano. Além deste, INSIDE JOB deitou um olhar importantíssimo nos "criadores" da crise financeira actual, JOAN RIVERS: A PIECE OF WORK é um estudo comportamental interessante de uma das mulheres mais conhecidas e bem-sucedidas dos mídia norte-americanos, RESTREPO e LAST TRAIN HOME impressionaram desde logo pelos temas que ostentam, de vital discussão hoje em dia e são, cada um à sua maneira, geniais na forma como nos abordam e nos tentam mudar a mentalidade.



Por cá, temos de agradecer a Raúl Ruiz pela mini-revitalização que fez do cinema português por território nacional, tornando o seu MISTÉRIOS DE LISBOA um inesperado sucesso. Além deste, também EMBARGO, O FILME DO DESASSOSSEGO, o habitual Manoel de Oliveira (O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA), NE CHANGE RIEN, JOSÉ Y PILAR e MORRER COMO UM HOMEM foram desafios interessantes para o espectador português apreciar. Há que dar parabéns aos esforços de dois grandes homens do nosso cinema, Fernando Fragata  CONTRALUZ) e António Pedro Vasconcelos (A BELA E O PAPARAZZO), pela tentativa de transformarem a visão do português para o seu cinema, com dois filmes claramente mais comerciais, mais "mainstream", do que o habitual. É um esforço digno de louvar.


E não podemos esquecer a panóplia de grandes filmes estrangeiros que o ano nos trouxe, a começar no vencedor do Óscar EL SECRETO DE SUS OJOS, passando pelos franceses UN PROPHÈTE e DES HOMMES ET DES DIEUX, chegando ao filipino LOLA, não olvidando os Kiarostami SHIRIN e COPIE CONFORME, o novo de Haneke, THE WHITE RIBBON, entre outros. Muito bom cinema estrangeiro que cá nos chegou.




E só nos falta, por fim, agradecer aos actores. Que este ano se transcenderam verdadeiramente. Natalie Portman e James Franco que explodiram nos seus papéis, Ryan Gosling e Michelle Williams que formaram um duo electrizante, Kristen Stewart e Dakota Fanning que provaram que afinal têm um lugar a ocupar em Hollywood, ao lado da irmã de Dakota, Elle Fanning, que foi surpreendentemente encantadora no novo filme de Coppola, ao lado do renascido Stephen Dorff, e de Saoirse Ronan, que se destacou num elenco recheado de grandes glórias de Hollywood



Ainda bem que grandes estrelas como Colin Firth, Annette Bening, Julianne Moore, George Clooney, Geoffrey Rush, Nicole Kidman, Mark Wahlberg, Naomi Watts, Sean Penn, Jeff Bridges, Robert Duvall, Sissy Spacek, Sally Hawkins, Patricia Clarkson, Stanley Tucci, Amy Adams, Melissa Leo, Christian Bale, Emily Blunt, Mark Ruffalo, Sam Rockwell, Ewan McGregor, Leonardo DiCaprio,  Matt Damon, Josh Brolin, Colin Farrell, Ed Harris, Kevin Spacey, Hilary Swank e tantos outros andam por cá para mostrar aos novatos como Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Carey Mulligan, Chloe Moretz, Aaron Johnson, Michael Cera, Jim Sturgess, Jennifer Lawrence, Emma Stone, Katie Jarvis e Cª como é que se faz.

Há que bater palmas a grandes estrelas como Jacki Weaver, Javier Bardem, Noomi Rapace e Tilda Swinton que mesmo sendo estrangeiros em filmes estrangeiros conseguem buzz e aclamação crítica para ganhar prémios do outro lado do Atlântico.



E congratular o retorno de nomes femininos importantes do cinema como Gwyneth Paltrow, Reese Witherspoon e Julia Roberts que têm estado afastadas de grandes produções há muito tempo. E ter-lhes sido oferecido um filme a cada uma para estrelarem é um enorme sinal de confiança quer no seu talento, quer na sua qualidade enquanto estrelas.
Depois de analisado tudo isto, tenho que admitir que, de facto, 2010 não foi mau. Não foi nada mau não senhor. Que 2011 seja pelo menos tão bom.

Em termos pessoais, só temos a agradecer a vossa preferência. Nunca, mas mesmo nunca, nos passou pela cabeça o nível de aceitação global que tivemos, quer em termos de fãs, quer em termos de blogosfera. Apenas cinco meses depois de termos criado o DIAL P FOR POPCORN, contarmos com mais de 300 fãs, mais de 12500 visitantes diferentes e um prémio prestigiante votado por todos vós, é algo que normalmente só em sonhos é que acontece. Por tudo isto, muito obrigado. Sem vocês, nada do que nos tem acontecido seria possível.

Que tenham um bom fim-de-ano e que 2011 nos traga grandes e inovadores projectos! E que o blogue continue a crescer convosco.




PERSONAGENS DA MINHA VIDA #9


Bem-vindos à nona edição de mais uma iniciativa do nosso blogue, Dial P For Popcorn. Esta rubrica, "Personagens da Minha Vida", conta com a participação de vários cinéfilos, sejam eles bloggers ou simplesmente amantes de cinema. Esperemos que participem, que comentem, que opinem e que isto corra bem.



"Se a minha vida fosse transportada para o ecrã, que personagem seria eu?"

O objectivo da rubrica é colocar as pessoas a pensar em personagens, tanto cinematográficas como televisivas, que partilhem características, sejam físicas ou psicológicas, com eles.

Vamos à NONA edição desta rubrica. 

Desde já agradeço ao NUNO REIS (Antestreia) por ter aceite o meu convite.



- Personagens da Minha Vida #9 -




Deixo-vos então com o Nuno, que vai explicar o porquê destas escolhas:
 
  • David Lightman / War Games
Um dia salv(ar)ei o mundo usando um computador apenas porque não consigo ficar quieto. De todas as personagens informáticas que me lembro é o mais adequado porque não é um super-herói que faz tudo bem, também faz asneiras.

  • Frank Goode / Everybody's Fine
É assim que quero envelhecer. Seria perfeitamente capaz de passar parte final da vida a visitar os que me são queridos com prejuízo da minha saúde. E faria a viagem publicitando o meu trabalho que veria em toda a parte.

  • Um Goonie / The Goonies
Os ideiais goonie fazem parte de mim. Um novo goonie, ou qualquer um deles. Talvez o Data ou o Brand por pequenas coisas.

  • Peter Bretter / Forgetting Sarah Marshall
Pela capacidade de, com um pequeno empurrão, transformar desgostos em criatividade.

  • Randy / Scream
Apenas com os conhecimentos cinematográficos seria capaz de escapar a uma situação crítica ou, se impossível, prever quando morreria e ainda deixar pistas.

  • Ted Mosby / How I Met Your Mother
Esta é a única série a que sou fiel e isso deve-se não só a ser muito divertida, mas especialmente porque podia ser sobre mim. Identifico-me com o Ted na forma de falar e corrigir os outros, na atitude perante a vida, no casal que o apoia e na relação com a irmã. E também seria capaz de contar toda a história da minha vida em resposta a uma pergunta simples.


E a esta lista o Nuno acrescentou posteriormente uma personagem suplementar:



  • Monstro das Bolachas (Cookie Monster) / Rua Sésamo
Este não foi escolha minha, mas quando disse a algumas pessoas quem tinha escolhido para me representar nesta lista ouvi que eu era o Monstro por ser "fofo, querido, guloso e com um grande sorriso". Como podia negar algo assim?




(vídeo no YouTube: EM BREVE)



E chegamos a meio da rubrica. Vamos agora de interregno por mais uns dias. Espero que tenham gostado.

Walt Disney, 50 filmes e 10 dias depois - está concluído o top das músicas Disney


E é hoje que terminamos o top!

Pois bem, nem parece mas já se passaram dez dias desde que comecei este hercúleo e complicado projecto (e arriscado também, acho apropriado dizer). Sabia desde o primeiro dia que escolher só cinquenta das centenas de músicas do universo Disney (estúdios Walt Disney, porque para as contas não entraram os outros dois estúdios da família) iria ser, além de uma tarefa difícil de gerir, muito injusto. No entanto, fico contente por tê-lo feito e pelo feedback positivo que fomos recebendo aqui no blogue. Este projecto, em conjunto com o PERSONAGENS DA MINHA VIDA, foi tratado com bastante entusiasmo e apoio pelos nossos leitores, o que muito agradeço. Só dão força para continuar com ideias desta magnitude. 

Não me adianto mais, deixo-vos ficar com o final desta rubrica que, imagino eu, foi o que vos trouxe cá





"AS MINHAS CINQUENTA MÚSICAS DISNEY FAVORITAS",
por Jorge Rodrigues
 

#50-46 | #45-41 | #40-36 | #35-31 | #30-26
#25-21 | #20-16 | #15-11 | #10-1





10. "Going to Distance", HERCULES


Merecidamente nomeada para Óscar, esta balada intemporal sobre a descoberta do valor de cada um de nós, sobre onde vamos buscar vontade e inspiração para continuar a andar para a frente, é o auge de toda uma banda sonora brilhantemente composta e arranjada. E as duas grandes vozes que emprestam sonoridade à canção, Michael Bolton e Miguel Ângelo, são também elas pontos a favor.


Versão Original (Michael Bolton):

Versão Portuguesa (Miguel Ângelo):






9. "I See The Light", TANGLED



Estou verdadeiramente obcecado com esta música e não percebo porquê. Não é por ser nova porque estou farto de a elogiar pelo estilo retro, old school Disney que a canção tem. Não é pelas vozes porque, mesmo gostando muito de Mandy Moore e Zachary Levi, eles nem estariam provavelmente no meu top-10 de cantores que emprestaram vozes à Disney. Não é por Alan Menken porque só o trabalho desse homem nos anos 90 dava para fazer uma lista de 100 músicas preferidas. Então por que razão a tenho tão alta? Pura e simplesmente esta: ela encanta-me. 


Versão Original (Mandy Moore & Zachary Levi):

Versão Portuguesa (Anabela & Henrique Feist - razoável qualidade):





 8. "Once Upon a Dream", SLEEPING BEAUTY


A música que define o que é um conto de fadas com o selo Disney. Linda, espirituosa, apaixonante. Em 2:26, define tão bem o que é estar apaixonado e sentir-se amado por alguém. Ao mesmo tempo que funciona como a esperança da princesa que o seu príncipe ouça e venha atender ao seu sonho. E uma vez mais a versão portuguesa dá cartas. Arrepiante. Interessante será também dizer que a primeira vez que ouvi esta música não gostei. Mas ela precisa de múltiplas audições para nos envolver completamente.


Versão Original (Mary Costa & Bill Shirley):

Versão Portuguesa (Ana Paula Almeida & Manuel Rebelo):





7. "Colors of the Wind", POCAHONTAS



Se todo o filme tivesse o nível das suas canções, teríamos uma obra-prima. POCAHONTAS não é, longe disso, uma obra-prima, contudo é, ainda assim, um filme envolvente e impressionante que nos deixa afectados pelas suas lições de liberdade, de amizade, de compromisso e fidelidade à Natureza. Esta música, cantada muito bem na versão original por Vanessa Williams (exactamente, a Wilhelmina de "Ugly Betty") e cantada ainda melhor na nossa versão pela única Susana Félix, funciona como força motriz da película, criando na cabeça de John Smith, pela primeira vez, alguma noção do que é o certo e o errado, desafiando todas as convenções que ele mantinha como ideais (como os índios serem selvagens bárbaros). 


Versão Original (Vanessa Williams):

Versão Portuguesa (Susana Félix):






6. "Under the Sea", THE LITTLE MERMAID



Haverá música Disney que mais vontade nos dê de dançar que esta? Além de Sebastião fazer uma brilhante exposição de por que razão a vida no mar é melhor que a terrestre, o bom humor, a diversão e o som explosivo dos ritmos do Caribe presentes na maravilha canção são uma combinação impossível de resistir. Só dá vontade de sorrir e dançar.


Versão Original (Samuel Wright):

Versão Portuguesa (Pedro Malagueta):





5. "When You Wish Upon A Star", PINOCCHIO

Por alguma razão, digo eu, é a música que define a Disney (a que toca no genérico que introduz cada filme). PINOCCHIO é considerado o melhor filme de sempre da Disney (méritos a parte, é uma história belíssima de qualquer forma), mas a razão principal para tal não reside na sua banda sonora. Todavia, "When You Wish Upon a Star" é a peça musical, de todas as cinquenta que cá singularizei, que mais magia Disney tem condensada. Consegue-se sentir os pozinhos de perlimpimpim a chegarem até nós através de cada nota musical tocada, acompanhada pelo mais lindo refrão Disney: "When you wish upon a star / Make no difference who you are / Anything your heart desires / Will come to you". Com a Disney, sabemos que é verdade: os sonhos tornam-se realidade.


Versão Original (Cliff Edwards):

Versão Brasileira (Aristóteles Pena):

Versão Portuguesa (Carlos Mello):






4. "A Whole New World", ALADDIN

Começo a ficar sem adjectivos para descrever estas últimas canções, por isso desculpem-se se sair algum adjectivo repetido. Agora pergunto: alguma vez estiveram numa situação em que sentem em felicidade e paz completas, um sentimento absolutamente indescritível, como se a vossa vida tivesse alinhado na perfeição e tudo fosse perfeito nesse momento? Isso é o que "A Whole New World" descreve e transmite. Momentos de felicidade e prazer plenos, a exuberância do amor verdadeiro.


Versão Original (Scott Weinger e Linda Larkin):

Versão Brasileira (Joseph Carasso Jr. e Kika Tristão):

Versão Portuguesa (Edgar Fernandes e Anabela):





3. "Circle of Life", THE LION KING

Não só é a melhor cena inicial dos filmes Disney todos, não é só das cenas mais poderosas e de maior relevo que a Disney já produziu, como também é uma mistura perfeita de música, de desenho e de poderio visual. É uma música sem qualquer falha que transcende o ecrã, transformando uma abertura já de si brilhante numa cena que fica na retina o resto do filme. É um prólogo fabuloso. Um momento único de cinema.


Versão Original (Carmen Twillie, Lebo M. e Mbongheni Ngema):

Versão Portuguesa (Ana Paulino com vocais africanos por trás):





2. "Part of Your World", THE LITTLE MERMAID

O clamor de lamento e desespero mais recordado em toda a história da Disney. Ainda hoje, se vir o filme, fico imerso numa tristeza quando chega ao refrão final desta canção, de tão destroçadora que é. Ariel é uma presença luminosa no ecrã, com uma alegria contagiante, que quando a vemos no seu mais frágil e vulnerável, quando ela mostra o que vai na realidade no seu coração, quando a vemos exasperar o seu desejo de fugir do mar, uma pessoa que não se identifique com a situação dela (todos nós já sentimos, num momento ou noutro, vontade de fugir a uma situação, de escapar de alguns momentos menos bons na vida) não pode ser humana. Além de tudo isto, a sequência da qual faz parte esta música é, também ela, genial. THE LITTLE MERMAID é, para mim, o filme mais grandioso que a Disney já concebeu. E esta "Part of Your World" uma música que me toca, sempre, no coração.


Versão Original (Jodi Benson):

Versão Portuguesa (Brasileira - Gabriela Ferreira; Portuguesa - Anabela):






1. "Beauty and the Beast", BEAUTY AND THE BEAST
1
Feitas as contas, no fim de tudo isto, eu não podia não colocar esta música em #1. É por canções como esta que as crianças se apaixonam pela Disney, é por canções como esta que milhões de jovens raparigas, ao ver pela primeira vez Bela e o Monstro como amantes inesperados, começam a sonhar com os seus príncipes, é por canções como esta que um rapaz como eu começou a aprender que existem tantas outras pessoas diferentes de nós que devem ser de igual modo respeitadas. Será consenso geral que esta é a música que melhor define o espírito da Walt Disney, que esta é a melhor música que alguma vez foi composta para um filme animado. E não me admira que toda a gente saiba cantarolar os versos desta canção. Ela é, simplesmente, viva, original, única, arrebatadora.



Versão Original (Angela Lansbury):

Versão Portuguesa (Portuguesa - Ermelinda Duarte; Brasileira - Miriam Peracchi):




E agora, que terminámos isto... Qual a vossa opinião? Que músicas faltaram mesmo? Que músicas vos fizeram recordar outros tempos? Queremos saber tudo.





"COMPLEXO: UNIVERSO PARALELO" nos cinemas a 13 de Janeiro

E como qualquer altura é a melhor para começarmos a sério a apoiar o que de melhor se faz em cinema, na nossa língua, eis que vimos promover um excelente documentário.



"COMPLEXO: UNIVERSO PARALELO", de Mário Patrocínio, aclamado entusiasticamente no Festival de Cinema do Rio de Janeiro e no DocLisboa 2010 e vencedor do Prémio Internacional Direitos Humanos do Festival Artivism - Hollywood, é um poderoso documentário que retrata o dia-a-dia das pessoas que vivem no Complexo do Alemão,  o maior aglomerado de favelas do Rio de Janeiro e que recentemente se tornou fonte de notícia à custa da operação policial lá exercida.

O filme segue, durante três anos, as pessoas que ali habitam e, acompanhando a vida da favela por dentro, dá-nos uma visão priveligiada da pobreza, da violência e da criminalidade que nela prevalece. "Uma realidade diferente, um universo à margem do mundo civilizado, um visão de dentro deste pequeno mundo."

"COMPLEXO: UNIVERSO PARALELO" chega aos cinemas portugueses a 13 de Janeiro de 2011, distribuído pela Valentim de Carvalho Multimédia, que nos vai dar a possibilidade de vos presentear com algumas surpresas. Estejam atentos.

Deixo-vos com o trailer:



"THE FIGHTER" nos cinemas a 10 de Fevereiro



Nomeado para 6 Globos de Ouro - Melhor Filme - Drama, Melhor Realizador (David O'Russell), Melhor Actor - Drama (Mark Wahlberg), Melhor Actor Secundário (Christian Bale) e duas vezes para Melhor Actriz Secundária (Amy Adams e Melissa Leo) -, nomeado para 4 SAG Awards (Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo e Melhor Colectivo), nomeado para 6 BFCA Awards (Broadcast Film Critics Association, que representa o maior grupo de críticos norte-americanos) e vencedor de diversos prémios de críticos, THE FIGHTER, de David O'Russell, é certamente um dos filmes mais antecipados da temporada de cinema de 2010.



Pois bem, foi dada a conhecer a sua data de estreia em território nacional: 10 de Fevereiro de 2011. 
 
Dicky Ecklund (CHRISTIAN BALE) é uma antiga lenda do pugilismo que desperdiçou os seus talentos e deitou fora a sua oportunidade de grandeza. Micky Ward (MARK WAHLBERG), o seu meio-irmão, é um pugilista batalhador que viveu toda a vida na sombra do irmão.

The Fighter é a história verídica e inspiradora destes dois irmãos que, contra todas as expectativas, se aproximam para treinar para um histórico combate pelo título que irá unir a sua família desfeita, redimir os seus passados e dar finalmente à cidade aquilo por que esta tanto espera: orgulho.

A história desenrola-se nas resolutas ruas da classe operária de Lowell, Massachusetts, onde Dicky era outrora conhecido como o “Orgulho de Lowell”, tendo aguentado um combate até ao fim com Sugar Ray Leonard. Porém, após perder o combate, Dicky mergulha em tempos difíceis, tal como a cidade de Lowell. Os seus dias de pugilista ficam para trás e a sua vida é desfeita pelo consumo de droga.

Entretanto, o irmão mais novo, Micky, tornou-se no pugilista da família e na ténue esperança a campeão. Mas, apesar de todo o seu esforço, a carreira de Micky corre mal e ele perde combate atrás de penoso combate. A mãe de Dicky e Micky, Alice (MELISSA LEO), gere a carreira deste e Dicky actua como seu muito pouco confiável treinador.

Quando o último combate de Micky o deixa quase morto, parece que tudo pode estar acabado, até que a sua obstinada nova namorada, Charlene (AMY ADAMS), o convence a fazer o impensável: separar-se da sua família, perseguir os seus interesses pessoais e treinar sem o seu cada vez mais inconstante e criminoso irmão.

Agora, Micky tem uma oportunidade única na vida ao conseguir um lugar no Campeonato do Mundo. Mas, quando o seu irmão e a sua família disfuncional reentram na sua vida, todos eles terão de reconciliar os seus passados e tornarem-se mais do que uma família apenas em nome. Com Micky e Dicky reunidos, este é mais do que um mero combate – é um retorno em força para estes irmãos, a sua família e a sua cidade.

Findo o combate, Micky ter-se-á tornado no Campeão do Mundo, uma lenda no Corredor da Fama e no novo “Orgulho de Lowell”.

The Fighter é um drama comovente e muitas vezes humorístico sobre como lutar por aqueles que se ama.    



Além da enorme aclamação crítica e popular que o filme tem tido, é um dos grandes candidatos a várias nomeações nos Óscares deste ano, como se percebe pelo enorme pedigree que tem tido para outros prémios, como os Globos de Ouro que acima referimos. Nós, por cá, mal podemos esperar para ver o filme. Fica abaixo o trailer:



A sua distribuição pela Valentim de Carvalho Multimédia vai-nos permitir oferecer-vos algumas surpresas, para este e outros filmes. Fiquem atentos.

Walt Disney, 50 filmes depois - um top diferente do habitual


E terminamos ao pé do top-10 hoje..

Para comemorar a estreia de "Tangled", a continuar na senda musical dos últimos dias (ainda virá mais um artigo a respeito de bandas sonoras mais daqui a pouco), decidi compilar um top consideravelmente diferente: em vez de analisar, classificar, ou listar os cinquenta filmes da Disney por ordem de preferência, vou optar por fazer uma lista.

A minha lista, contudo, não será dos filmes. Será das músicas. Colocando cinco músicas por dia, chegaremos a dia 31 de Dezembro com as minhas cinquenta músicas preferidas do universo Disney.



Primeiro, queria pedir-vos um favor: não julguem a lista nem a levem demasiado a sério. Acaba por ser uma escolha muito pessoal e, quando assim é, é sempre bem feito. Estamos a falar de músicas que nos dizem a todos coisas diferentes, que nos transportam para outro mundo, que nos ensinaram e nos acompanharam ao longo do nosso crescimento. 

Queria pedir-vos ainda outra coisa: que me vão apontando, ao longo dos dias, sugestões de músicas que eu possa talvez ter esquecido e que vocês gostavam que incluísse na lista. Agradecia o máximo de sugestões possíveis (tentem não pensar nas mais óbvias, daquelas que indubitavelmente eu teria na lista).



"AS MINHAS CINQUENTA MÚSICAS DISNEY FAVORITAS",
por Jorge Rodrigues
 

#50-46 | #45-41 | #40-36 | #35-31 | #30-26
#25-21 | #20-16 | #15-11 | #10-6 | #5-1






15. "Unbirthday Party", ALICE IN WONDERLAND


Digam o que quiserem desta canção, é um clássico. Além de ser fácil de decorar (a ponto de eu já a ter cantarolado até em comboios), além de fazer parte do meu imaginário desde há muitos anos, além do facto de já a ter cantarolado com outras pessoas nas ruas de Coimbra, esta música contém todo o espírito deste ALICE IN WONDERLAND. Irónica até dizer chega, ternurenta e divertida, deixa logo qualquer pessoa bem-humorada.



Versão Original:

Versão Portuguesa:





14. "Friend Like Me", ALADDIN

Um testemunho ao génio do Génio. Carismático, inventivo e o servente mais divertido que alguma vez alguém terá, é nesta música que o Génio de ALADDIN se revela. Histriónico e excêntrico, é certo, mas com um entusiasmo que nos excita só de ver. E uma das melhores cenas de um filme de animação.


Versão Original:

Versão Portuguesa:





13. "Be Our Guest", BEAUTY AND THE BEAST

Mais uma cena brilhante, desta vez do quase perfeito BEAUTY AND THE BEAST. Ao grande estilo de um musical da Broadway, os objectos domésticos viram autênticos bailarinos e cantores e montam uma grande produção cujo objectivo era apresentar o jantar a Belle. Escusado será dizer: foi um sucesso.


Versão Original:

Versão Portuguesa:





12. "Just Around the Riverbend", POCAHONTAS

A escolha mais pessoal da minha lista. "Just Around the Riverbend" é bem capaz de ser a minha música Disney favorita, mas tenho também noção que não tem arcabouço para as onze músicas que estão acima dela. É uma pena que muitos a ignorem, porque é uma canção que acho magnífica, que aborda diversos valores morais importantes, como a liberdade, a força de vontade e a diferença entre o certo e o errado. E a viagem rio abaixo é emocionante.


Versão Original:

Versão Portuguesa:





11. "Reflection", MULAN

Uma canção poderosa e muito forte em termos emocionais, "Reflection" é a MVP das canções de MULAN. A voz de Christina Aguilera (em português: Anabela) transforma as palavras da melodia em pura magia, dando a Mulan uma fragilidade e vulnerabilidade que ainda não tínhamos visto destacado na personagem e que dá o mote, de forma brilhante, para a cena que se segue, em que Mulan tem que escolher entre agradar-se a si ou agradar a sua família.


Versão Original:

Versão Portuguesa:









E agora a pergunta que se impõe: Quem é que acham que vai faltar no meu top-10?



PERSONAGENS DA MINHA VIDA #8


Bem-vindos à oitava edição de mais uma iniciativa do nosso blogue, Dial P For Popcorn. Esta rubrica, "Personagens da Minha Vida", conta com a participação de vários cinéfilos, sejam eles bloggers ou simplesmente amantes de cinema. Esperemos que participem, que comentem, que opinem e que isto corra bem.



"Se a minha vida fosse transportada para o ecrã, que personagem seria eu?"

O objectivo da rubrica é colocar as pessoas a pensar em personagens, tanto cinematográficas como televisivas, que partilhem características, sejam físicas ou psicológicas, com eles.

Vamos à OITAVA edição desta rubrica. 

Desde já agradeço ao ROBERTO SIMÕES (Cineroad) por ter aceite o meu convite.



- Personagens da Minha Vida #8 -




Passo a palavra ao Roberto, para que ele explique então as suas escolhas:



CHRIS MCCANDLESS, de Into the Wild (2007):
A coragem para me desprender de bens materiais e de percursos que potencialmente me frustrem ou prendem para abraçar e ficar-me pelo essencial. As pequenas coisas e sobretudo os sentimentos. Viver com verdade.




DR. GREGORY HOUSE, de HOUSE M.D.:
O mau feitio e a arrogância q.b. quando é preciso, sobretudo para me proteger e refugiar, escondendo a minha natureza. Aquele prazer especial em saber que irrito os outros, sendo do contra. Mas no final, lá tenho a minha razão.
HOWARD HUGHES, de The Aviator (2004):
O perfeccionismo. A ambição. E até a paranóia dos micróbios, que à data ainda não se intensificou tanto assim. Identifico-me, uma vez mais.






TYLER DURDEN, de Fight Club (1999):
A irreverência. O despudor. O desconcertante e o politicamente incorrecto. Sobretudo, a capacidade de me descortinar da hipocrisia e de me esbater com a verdade.
Identifico-me muito com a personagem do Pitt e julgo que aprendi muito com ela. É uma referência.




(vídeo no YouTube: EM BREVE)
E as PERSONAGENS voltam amanhã. Até lá... o que acham destas?


Walt Disney, 50 filmes depois - um top diferente do habitual


E a lista está a caminho do #1...

Para comemorar a estreia de "Tangled", a continuar na senda musical dos últimos dias (ainda virá mais um artigo a respeito de bandas sonoras mais daqui a pouco), decidi compilar um top consideravelmente diferente: em vez de analisar, classificar, ou listar os cinquenta filmes da Disney por ordem de preferência, vou optar por fazer uma lista.

A minha lista, contudo, não será dos filmes. Será das músicas. Colocando cinco músicas por dia, chegaremos a dia 31 de Dezembro com as minhas cinquenta músicas preferidas do universo Disney.



Primeiro, queria pedir-vos um favor: não julguem a lista nem a levem demasiado a sério. Acaba por ser uma escolha muito pessoal e, quando assim é, é sempre bem feito. Estamos a falar de músicas que nos dizem a todos coisas diferentes, que nos transportam para outro mundo, que nos ensinaram e nos acompanharam ao longo do nosso crescimento. 

Queria pedir-vos ainda outra coisa: que me vão apontando, ao longo dos dias, sugestões de músicas que eu possa talvez ter esquecido e que vocês gostavam que incluísse na lista. Agradecia o máximo de sugestões possíveis (tentem não pensar nas mais óbvias, daquelas que indubitavelmente eu teria na lista).


"AS MINHAS CINQUENTA MÚSICAS DISNEY FAVORITAS",
por Jorge Rodrigues
 

#50-46 | #45-41 | #40-36 | #35-31 | #30-26
#25-21 | #20-16 | #15-11 | #10-6 | #5-1





20. "Almost There", THE PRINCESS AND THE FROG


Esta excelente cena, no início de THE PRINCESS AND THE FROG, encheu-me de esperança de que o que aí viria seria tão bom ou melhor. O filme acabou por desapontar, mas esta sequência animada, tão bem desenhada, estilizada, cantada e enquadrada na cena do filme, mantém-se como uma das minhas preferidas do ano de 2009.


Versão Original:

Versão Portuguesa (Baixa qualidade de som - melhor AQUI):





19. "I Wouldn't Say I'm in Love", HERCULES



A canção de amor mais atípica da Disney, no filme mais atípico da sua filmografia também. HERCULES é capaz de ser o filme da Disney que mais desafia as convenções e consegue gozar com alguns aspectos dos romances clássicos de contos de fada. "I Wouldn't Say I'm in Love" junta a protagonista Meg com as Musas e, numa música cheia de charme e romantismo, tenta convencer-se (e convencer-nos) que não ama Hercules. Falha redondamente em ambos os casos. Ainda por cima, a versão portuguesa bate a inglesa, de novo.


Versão Original:

Versão Portuguesa:






18. "Can You Feel The Love Tonight", THE LION KING

Que a banda sonora de THE LION KING é fabulosa, ninguém duvida. Que Elton John tem músicas brilhantes, também não. Então que dizer da junção de Zimmer, John e Rice, que nos proporcionam uma balada bela e única, nada parecida com as restantes baladas que possuem o selo Disney.

Versão Original:

Versão Portuguesa:






17. "Son of Man", TARZAN



Tudo o que disse para Phil Collins/Luís Represas na "You'll Be In My Heart" aplica-se aqui também. A grande diferença é o ritmo da música. Muito mais entusiasmante, muito mais inspiracional, muito mais interessante. E como acompanha uma sequência fílmica muito bem conseguida, merece um lugar mais elevado no top.


Versão Original:

Versão Portuguesa:






16. "Mother Knows Best", TANGLED



A melhor canção de um vilão da Disney. Donna Murphy (Helena Montez/Rita Alagão) brilha intensamente nesta excelente combinação de melodrama, manipulação, desespero e auto-comiseração (além da preparação vocal necessária, adoro a capacidade de incutir o seu ritmo próprio e os tiques que conferiria à personagem se esta fosse de carne e osso - consegue encantar em tão pouco tempo). Mother Gothel pode ser a vilã menos poderosa e menos assustadora que a Disney já produziu, mas é em contrapartida a mais fascinante de ver agir aos nossos olhos, a par de Maleficient e Ursula nesse sentido. Diva como nenhuma outra na história da Disney, Mother Gothel já tem lugar no panteão dos vilões dos contos animados. Só pela line-reading de "The plague. Oh. Yes!" e "Oh no more, stop, you're upsetting me!"

Versão Original:

Versão Portuguesa (Má qualidade mas não encontrei melhor):


Estamos quase a chegar ao fim... Continua amanhã.

O Ano em Revista: Bandas Sonoras



A nossa Revisão do Ano começa hoje, aqui no DIAL P FOR POPCORN. E decidi começar, como há dias já tinha preconizado, com as Bandas Sonoras (num período menos poético e mais cerebral em que me encontro, música é do que preciso para manter minimamente viva a minha imaginação, o que explica a grande quantidade de artigos desse foro nos últimos tempos).


2010 foi um ano especialmente bom para bandas sonoras. Quase todos os grandes compositores do ramo trabalharam, quase todos entregaram bons trabalhos, uma boa parte deles conseguiu fazer dos melhores da sua carreira; outros que, com uma carreira recheada de êxitos, conseguiram voltar aos bons velhos tempos; e ainda outros que, na sua primeira aventura em composição para filmes, foram um sucesso estrondoso. Tivemos de tudo, este ano.

Depois de 2009 ter sido o ano da Mulher, como muitos o caracterizaram, 2010 foi, para mim, o ano das Bandas Sonoras, mesmo tendo as mulheres feito por merecer de novo o título este ano. Na minha cabeça, este foi um dos melhores anos de sempre nesse aspecto. Deixo-vos ficar, abaixo, com trechos daquelas que são as minhas favoritas composições do ano. Deixo-vos julgar por vós próprios.


L'ILLUSIONISTE, de Sylvain Chomet, foi uma experiência incrível. Não bastava ser um filme animado competente, com uma história inolvidável e compreensivelmente emocional, ainda Chomet tinha de compôr uma das mais lindas (quiçá a melhor) banda sonora do ano. Uma melodia inesquecível, a merecer destaque.


Se dissesse que me apaixonei perdidamente pela banda sonora de John Powell para HOW TO TRAIN YOUR DRAGON, também não estaria a mentir. Mantenho na minha cabeça que é a mais sólida composição musical, que serve na perfeição o filme e o eleva para maiores vôos, conseguindo ser harmoniosa, doce, subtil, imperial e arrepiante, tudo ao mesmo tempo. Mítica. Tal como o filme. Se juntarem a isto a ternurenta "Sticks & Stones" de Jónsi, o vocalista de Sigur Rós... Eu derreto-me.




É fácil desprezar a belíssima composição musical de Hans Zimmer para INCEPTION de Christopher Nolan como um conjunto de arranjos musicais bem feitos que impulsionam os momentos mais vibrantes do filme. É fácil desprezá-lo, sobretudo, porque de Zimmer já é isso que esperamos: uma banda sonora fascinante. O que me surpreende é que ele tenha conseguido manter-se original tanto tempo e, sem dúvida, este reaproveitamento que ele faz de "Je ne regrette rien" é brilhante. É fácil perdermo-nos nas explosões e estrondos sonoros típicos de um produto de Zimmer, mas o que surpreende aqui é de facto o ritmo e a tensão que ele imprime em trechos mais calmos como estes que vos deixo:



Outra banda sonora que me fascinou este ano foi o resultado da colaboração de Trent Reznor e Atticus Ross com David Fincher, para o seu THE SOCIAL NETWORK. Brilhante uso da electrónica, um som potente que se alia ao filme e cria um excelente pano de fundo à história, conferindo-lhe uma coolness e um ar de modernidade que era exactamente o que o filme precisava. Excelente trabalho, resultado espectacular.


Não é propriamente o melhor trabalho de Clint Mansell, mas ainda assim há que lhe dar os parabéns pela magistral interpretação, arranjo e mistura musical que fez com "Swan Lake" de Tchaikovsky para BLACK SWAN de Aronofsky. Que o filme resulte tão bem é testamento da qualidade do trabalho deste duo, juntos desde 2000. Transformou composições já de si virtuosas e graciosas em autênticas obras-primas musicais, com umas reviravoltas pelo meio que as tornam tão únicas, que conferem uma magia especial ao filme, convertendo este "Swan Lake" em particular no mais belo que já se viu.


Confissão (nada) surpreendente: estou mortinho para ver TRUE GRIT, dos irmãos Coen. Primeiro, porque conheço o livro e não acho que o filme de 1969 lhe seja particularmente fiel. Segundo, por causa de Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin. Terceiro, porque é um Coen Bros. e deles sai sempre algo interessante de discutir. E em último lugar, por Carter Burwell. Um dos maiores compositores a trabalhar no ramo, hoje em dia. E se o que eu ouvi é alguma indicação, eu diria que este será dos seus melhores trabalhos de sempre. A combinação do seu estilo musical muito próprio e do arranjo musical que fez nestes hinos protestantes resultou em pleno.


Quem me conhece sabe da minha verdadeira admiração por Alexandre Desplat. Acima de tudo, pelo trabalho tão diversificado, tão inspirado, tão peculiar e tão diferente de todos os outros que têm aparecido. Este ano, mais três excelentes bandas sonoras, das quais ressalvo estas duas. THE GHOST WRITER serve o filme de Polanski na perfeição e envolve-nos na trama como nenhuma outra o fez em 2010. Mantém-nos sempre na ponta do assento no cinema, à espera do que se passará a seguir. Uma grande banda sonora para um grande filme.


E como uma só não basta para Desplat, eis que, além de deixar a sua marca própria na franchise de Harry Potter, ainda veio compôr a banda sonora de um dos favoritos a vencer vários Óscares na cerimónia deste ano. A sua banda sonora para THE KING'S SPEECH pode não ser tão sonante nem tão portentosa como para o filme de Polanski, todavia é ainda assim uma bela composição, a aliar o imperial que se impõe a um filme sobre a realeza britânica com o leve e subtil que estabelece um ambiente caloroso e alegre que proporciona pano de fundo ideal à relação central do filme.



E, como seria de esperar, teríamos de chegar a Daft Punk e à magnífica banda sonora que compuseram para TRON: LEGACY. Mesmo que o filme não consiga igualar em qualidade a música, esta incursão do duo francês pelo cinema não pode nunca passar despercebida. Não conheço como se comporta a música dentro do filme, contudo o ritmo pulsante, épico, futurístico desta composição torna-a em algo muito especial e único que nos é apresentado este ano. Para ser saboreado com múltiplas audições.


John Adams é um génio musical. Isso não há dúvida. A sublime combinação da enorme qualidade da sua banda sonora com a fotografia magistral de Yorick Le Saux e a direcção firme de Luca Guadagnino transcendem o ecrã, deixando uma marca inapagável na nossa memória. Tilda Swinton pode ser o principal motivo que leve as pessoas ao cinema para ver I AM LOVE / IO SONO L'AMORE, mas estes três que apontei em cima, sobretudo a banda sonora de Adams, é que fica na nossa memória quando saímos dele. Absolutamente inesquecível. Grandiosa. Maravilhosa.


E temos agora aqui as duas escolhas mais desconhecidas - penso eu - da lista. MONSTERS, de Gareth Edwards, tem dividido as opiniões dos críticos. Eu adorei o filme. O que ficou na retina, sobretudo, além do brilhante resultado final da película, em termos de efeitos visuais e fotografia, quando consideramos o baixíssimo orçamento do filme, foi a monstruosa banda sonora de Jon Hopkins, que funciona em uníssono com a mensagem do filme. Música que nos deixa inquietos, desconfortáveis, mas ao mesmo tempo impressionados e interessados no que se passará a seguir. Excelente complemento ao poderio visual do filme.



Resta-me falar de mais uma das surpresas do ano (bem, em teoria é de 2009, mas só o descobrimos este ano no Ocidente). MOTHER, de Joon-Ho Bong, é todo ele uma impressionante película, com uma interpretação extraordinária de Kim Hye-Ja, contudo foi na banda sonora que a minha cabeça se focou quando vi o filme a primeira vez. Uma banda sonora tão atípica, a fazer-me lembrar a banda sonora de IN THE MOOD FOR LOVE, com uma batida romântica, inflamada, com um ritmo incandescente, melodramática q.b.


Esta revisão não podia, todavia, estar completa sem mencionar estes cinco outros títulos que ficaram comigo durante este ano. Podem não ser as melhores bandas sonoras para os seus filmes (como é o caso de NEVER LET ME GO e THE LAST AIRBENDER, cuja música não combina com o que se vê passar no ecrã), podem não ser o melhor trabalho do seu compositor (como é o caso de LET ME IN, uma excelente banda sonora de Giacchino, que tem passado despercebida no circuito de prémios; ou de TOY STORY 3 e Randy Newman) ou por uma razão ou por outra não constam da minha lista de "melhores" do ano (127 HOURS é uma boa questão; gosto da banda sonora mas há músicas dela que não me impressionam; SOMEWHERE tem uma das minhas bandas sonoras preferidas este ano, mas só um ou dois títulos são-me verdadeiramente queridos - como esta dos The Strokes que escolhi), não posso deixar de singularizar estas bandas sonoras do resto que se ouviu em 2010:



E vocês, que dizem de tudo isto? Terei perdido a cabeça com tanta música?

Walt Disney, 50 filmes depois - um top diferente do habitual



Continuando a lista a caminho do #1...


Para comemorar a estreia de "Tangled", a continuar na senda musical dos últimos dias (ainda virá mais um artigo a respeito de bandas sonoras mais daqui a pouco), decidi compilar um top consideravelmente diferente: em vez de analisar, classificar, ou listar os cinquenta filmes da Disney por ordem de preferência, vou optar por fazer uma lista.

A minha lista, contudo, não será dos filmes. Será das músicas. Colocando cinco músicas por dia, chegaremos a dia 31 de Dezembro com as minhas cinquenta músicas preferidas do universo Disney.



Primeiro, queria pedir-vos um favor: não julguem a lista nem a levem demasiado a sério. Acaba por ser uma escolha muito pessoal e, quando assim é, é sempre bem feito. Estamos a falar de músicas que nos dizem a todos coisas diferentes, que nos transportam para outro mundo, que nos ensinaram e nos acompanharam ao longo do nosso crescimento. 

Queria pedir-vos ainda outra coisa: que me vão apontando, ao longo dos dias, sugestões de músicas que eu possa talvez ter esquecido e que vocês gostavam que incluísse na lista. Agradecia o máximo de sugestões possíveis (tentem não pensar nas mais óbvias, daquelas que indubitavelmente eu teria na lista).


"AS MINHAS CINQUENTA MÚSICAS DISNEY FAVORITAS",
por Jorge Rodrigues
 

#50-46 | #45-41 | #40-36 | #35-31 | #30-26
#25-21 | #20-16 | #15-11 | #10-6 | #5-1





25. "A Dream Is a Wish Your Heart Makes", CINDERELLA


Acima de tudo, é uma linda canção de amor. Por debaixo do que poderia ser desprezado como mais uma canção melódica como tantas outras da Disney, está toda uma emocionante viagem pela alegria e pela fantasia por onde este clássico da Disney nos transporta. E é isto que a diferencia das restantes. Tinha que ter uma música da CINDERELLA aqui. Foi esta que escolhi. Retrata bem o optimismo dela em sair da situação em que se encontrava.


Versão Original:

Versão Portuguesa:




24. "I'll Make a Man Out of You", MULAN

Sem dúvida, uma das melhores dobragens portuguesas de sempre. "I'll Make a Man Out of You" é engraçada em inglês, mas é na nossa língua que encontra todo o seu encanto e charme. Além de ter piada, é uma música que assenta particularmente bem a esta sequência do filme. Estaria acima se a versão inglesa não fosse tão má.


Versão Original:

Versão Portuguesa:








23. "In a World of My Own", ALICE IN WONDERLAND

Quem me conhece sabe do meu fascínio pela ALICE. Talvez por também eu criar muitas vezes um "mundo meu" onde me fecho e me entretenho, talvez porque ainda hoje sou uma criança com mil e uma perspectivas do mundo onde vivo, esta é uma das músicas que mais me toca. Por curiosidade, vou contar-vos que no esboço inicial da lista ela era a #40. De cada vez que cá venho colocar cinco músicas, ela foi subindo. Mas desta vez não podia subi-la mais. Ela é genial e uma bela homenagem aos sonhos e ao contraste com a realidade, contudo não é assim tão boa para merecer estar mais acima.


Versão Original:

Versão Portuguesa (Brasil - a que conheci):



Versão Portuguesa (a que agora se encontra à venda):






22. "Someday My Prince Will Come", SNOW WHITE AND THE SEVEN DWARFS


O primeiro grande clássico da Disney tinha como pano de fundo uma banda sonora de sonho. Este tema, "Someday My Prince Will Come", é ainda hoje reconhecido por qualquer pessoa e espelha tão bem a mensagem de amor, de felicidade e de bondade que o filme transmite. Foi a primeira grande canção de amor Disney e só por isso merecia um lugar de destaque entre as minhas melhores.

Versão Original:

Versão Portuguesa:





21. "The Bells of Notre Dame", THE HUNCHBACK OF NOTRE DAME

Uma das melhores músicas desta lista, até a podia ter colocado mais alto. Brilhante, imperial, a impor respeito. Até hoje acho que é a banda sonora Disney mais potente e mais desprezada. Não fosse a constante introdução de diálogo nos trechos da canção, esta música estaria no meu top-10. É que a canção em si e em particular o refrão no final, "Dobra ao som de Notre Dame", é belíssimo. Alan Menken e Stephen Schwartz no seu melhor.


Versão Original:

Versão Portuguesa:





E a lista continua amanhã...

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